Fim da linha: o Príncipe saiu derrotado da batalha de Feira de Santana e dá adeus a Série D

Potiguar de Mossoró é eliminado nos pênaltis após perder no tempo regulamentar para o Bahia de Feira e encerra participação no Campeonato Brasileiro

André Luís
Universidade do Esporte
5 min readAug 7, 2023

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Marcelo Diaz/ACDP

Detentor da última esperança de êxito do futebol do Rio Grande do Norte nesta temporada, o Potiguar de Mossoró deu adeus ao sonho do acesso à terceira divisão do Campeonato Brasileiro.

O Príncipe foi até Feira de Santana em busca da sonhada classificação para as oitavas de final da competição. Com a vitória por 1 a 0 no primeiro jogo no Estádio Nogueirão, em Mossoró, o Potiguar levava a vantagem de jogar pelo empate na Arena Cajueiro.

Robson Melo armou sua equipe de forma diferente, optando pela entrada de Bebeto no lugar de Marquinhos Taipu, visando uma contenção maior no meio de campo ao lado de Giovanni e Sidney, sabendo que o Bahia de Feira viria pra cima do alvirrubro a todo custo, buscando balançar as redes cedo.

Marcelo Diaz/ACDP

Realmente, o plano do “Mister” surtiu efeito. Durante os minutos iniciais do confronto, o Potiguar se mostrou bem à vontade dentro de campo vencendo a maioria das disputas no meio de campo. Logo cedo, Giovanni teve a chance de abrir o placar mas parou no goleiro Alan.

A pressão mossoroense manteve-se no decorrer do início da partida, enquanto o Bahia de Feira demonstrava inúmeras dificuldades para encaixar sua transição para o ataque e propor perigo.

Mas quando a equipe baiana se encontrou em campo, o Potiguar ficou completamente atordoado em campo. Os papéis se inverteram, mas desta vez a pressão baiana assustava mais que a mossoroense no início do jogo.

Marcelo Diaz/ACDP

Kesley (aquele mesmo) recebeu em ótimas condições, mas numa tentativa frustrada de driblar o goleiro a lá Ronaldo Fenômeno, Diego Almeida saiu-se melhor na jogada.

A grande chance do jogo no primeiro tempo foi com o zagueiro Wesley, que ganhou no alto de Victor Souza e cabeceou para um verdadeiro milagre do goleiro do Time Macho, que até então era o grande nome do primeiro tempo.

Porém, há duas coisas que você não pode elogiar antes do final da partida: o juiz e o goleiro.

Marcelo Diaz/ACDP

Em um dos primeiros ataques do Bahia de Feira na partida, Toni Galego chutou cruzado e Diego Almeida aceitou a finalização do camisa 8. Até então, um dos nomes da partida positivamente, começou a ficar marcado negativamente.

O drama do Potiguar já era gigantesco com o gol sofrido junto da saída de Anderson Junior no intervalo, aumentou com a saída de Victor Souza. O alvirrubro perdeu seus pilares defensivos, em meio uma enorme pressão do Bahia de Feira que se jogava constantemente ao ataque.

Mas conseguiu resistir a ofensiva baiana durante os 45 minutos finais, mas era visível o enorme desgaste físico que a equipe de Mossoró vivia.

Com o apito final do árbitro Michelangelo Martins de Almeida Junior, a decisão da vaga ficou para as penalidades. Diego Almeida teria a grande oportunidade de redenção após a falha fatal durante os 90 minutos regulamentares.

Marcelo Diaz/ACDP

Na cobrança de Everton Canela, Diego acertou o canto e defendeu a batida, dando a oportunidade do Potiguar ficar à frente na disputa. Sorriso, com a grande chance, mandou pra fora.

Diego Almeida novamente manteve o Potiguar vivo na disputa, na última cobrança do Bahia de Feira antes das alternadas, no mesmo canto, o camisa 1 defendeu a penalidade e deixou o Time Macho com a faca e o queijo na mão para carimbar sua classificação.

Coube a responsabilidade ao jovem Pedrinho, que havia entrado no decorrer do segundo tempo. Mas a bola carimbou a trave direita de Alan e foi para fora, levando a decisão para as alternadas.

Marcelo Diaz/ACDP

Na cobrança de Giovanni, ídolo do clube com mais de 100 jogos e campeão com a camisa alvirrubra, parou no goleiro do Bahia de Feira e deixando o Potiguar fora da Série D do Campeonato Brasileiro.

O camisa 8 repetiu o que aconteceu em 2013, quando na disputa contra o América perdeu sua cobrança, mas desta vez o enredo final foi diferente, sem festa e sem taça.

Pode-se questionar a decisão em um pênalti decisivo optar por um jovem, mesmo sabendo da qualidade dele, mas a experiência sempre pode ser mais efetiva em uma decisão valendo tudo, principalmente o restante da sua temporada em 2023.

Se existia alguém mais experiente para cobrar o quinto pênalti, deveria ter chamado a responsabilidade. Mesmo questionado pela torcida, Valdivia demonstrou qualidade na sua cobrança nas alternadas.

Além do camisa 20, o Potiguar ainda tinha opções mais experientes como Wallace, Sidney e até mesmo Giovanni para cobrar o pênalti decisivo. O jovem Pedrinho pode ter qualidade, mas esses nomes citados tem mais vivência e rodagem de momentos decisivos como este.

Apesar da eliminação, a trajetória do Potiguar dentro da Série D merece todo o reconhecimento e aplausos. Em um grupo difícil, conseguiu bater de frente com equipes mais tradicionais e fortes do cenário regional, superou inúmeros problemas extracampo e fez história ao se classificar para a segunda fase.

Em 2024 o Príncipe terá outra oportunidade de escrever mais um capítulo na história do seu reinado.

Marcelo Diaz/ACDP

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André Luís
Universidade do Esporte

Contando algumas histórias por ai. Jornalista em formação pela UFRN e membro do Universidade do Esporte.