Ilha bela e empolgante

Longe de ser entediante, o estádio guarda várias histórias, uma delas de um menino sonhador pernambucano criado em Natal

Marcos Vinicius Ramos
Universidade do Esporte
3 min readApr 1, 2023

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Foto: Gabriel Leite/Universidade do Esporte

Ver, ouvir e sentir um estádio com a energia da Ilha do Retiro é raro e até novidade para mim. Conheço apenas seis estádios no Nordeste, o que me faz querer ainda mais aumentar a pequena amostragem do meu currículo.

A atmosfera no local me chamou a atenção logo de cara e imagino que sempre é montada para intimidar o adversário e deixar qualquer equipe desconfortável com a pressão emanada de todos os lugares da Ilha. Não por acaso, o Sport conseguiu marcar aos 2 minutos do primeiro tempo contra o ABC.

Gol solitário marcado por Wagner Love, o Artilheiro do Amor, que levou as arquibancadas ao delírio. Das arquibancadas até os camarotes, a comemoração do gol não teve nenhuma diferença.

Digo isto, porque estou acostumado com um público que se acomoda nas cadeiras e camarotes do estádio para assistir o jogo, do que para realmente torcer, empurrar e se for preciso gritar para seu time mudar um improvável resultado. Traços marcantes e presentes de quem vai para as arquibancadas.

Eu e a equipe da Rádio Universitária, ficamos num dos camarotes do estádio com direito a uma visão privilegiada para o gramado. Praticamente ilhados pelo mar vermelho e preto representado por incontáveis rubro negros ao som do “caza”, me veio um espanto por conta da força acústica da Ilha do Retiro.

O medo repentino, logo deu espaço à um entusiasmo por ver os cânticos de perto, já que no máximo tinha acompanhado as emoções desse estádio pela TV.

Em cada lance, uma empolgação para descrever cada jogada perigosa do Sport e as raras descidas do ABC. Pena que só pude chegar por uma vez no momento alto do futebol, Wagner Love pode me dar essa honra de detalhar o vacilo de Walber parar nos pés de Ronaldo e chegar no camisa 9 depois do cruzamento na medida de Igor Carius. Um voleio com a perna esquerda que nunca foi tão bem executado por um destro.

As broncas nas 48 horas em Recife, só ficaram mesmo com Simão e Renan, que frustraram o menino que há alguns anos apenas sonhava em jogar bola nos gramados sofridos de Extremoz de gritar à todo mundo como a bola chegou no fundo das redes.

Por hoje é só, as lembranças de volta à minha terra ficam agora no meu imaginário. Não é um adeus à Recife, mas um até logo, breve estarei de volta e quem sabe para passar uma temporada mais longa.

Foto: Gabriel Leite/Universidade do Esporte

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Marcos Vinicius Ramos
Universidade do Esporte

Estudante de jornalismo. Aspirante a escritor. Fanático por futebol.