“LÁ VEM ELES DE NOVO”

Para essa Seleção, nomes de peso e histórias é o que não faltam

Cecilia Batalha
Universidade do Esporte
5 min readOct 27, 2022

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Quando se fala da Seleção da Alemanha, o brasileiro, inconscientemente, só se lembra de uma coisa: o fatídico 7 a 1. E como não lembrar. Foi inesquecível; de forma bem negativa para nós, e da forma mais positiva possível para eles.

Mas a pergunta que não quer calar é: a Seleção Alemã chega com uma equipe tão forte como aquela de 2014, para a Copa do Mundo do Catar?

Seleção Alemã vencedora da Copa de 2014. Foto: Extra

Daquele time que ganhou o Mundial contra a Argentina no Maracanã, apenas dois nomes continuam sendo convocados: o goleiro Neuer e o atacante Thomas Müller. Os dois, companheiros de Bayern de Munich, continuam sendo jogadores de grande destaque da seleção.

Porém, mesmo perdendo grandes nomes daquele time de 2014, como Boateng, Toni Kroos e Klose, que é, somente, o maior artilheiro da história da Copa do Mundo com 16 gols, a equipe comandada por Hansi Flick traz para esse Mundial nomes de muito destaque no futebol: Kimmich, Goretzka, Musiala, Gnabry, Sané, Havertz… Sim, isso mesmo, jogadores de qualidade é o que não faltam na Seleção Alemã.

Mas aqui entre nós, isso não diz muita coisa. O roteiro era ainda melhor em 2018, a equipe chegava com a confiança lá em cima, era a atual campeã mundial, jogadores de alto nível, e o que aconteceu? O maior vexame da história da Seleção da Alemanha. O time que estava no mesmo grupo de México, Suécia e Coréia do Sul, só venceu um jogo, e perdeu para a Seleção Coreana por 2 a 0 na última rodada. Acabou o Mundial de 2018 como lanterna do grupo F.

O time nunca antes havia caído na fase de grupos da competição, sua pior campanha aconteceu em 1938, quando o Mundial ainda era disputado em formato de mata-mata desde o começo.

Naquela ocasião, eles foram eliminados no segundo jogo pela Suécia. Mas é como dizem, “existe uma primeira vez para tudo”. Além do que, a “maldição” dos campeões nos últimos anos não está acostumada a errar, a Alemanha foi a atingida daquela Copa, agora a França que se cuide.

Enfim, deixando a superstição de lado, mesmo não tendo feito um grande Mundial em 2018, se espera muito da tetracampeã mundial este ano, já que o técnico Hansi Flick tem um elenco bem poderoso nas mãos. Inclusive, é importante falar desse treinador, que para muitos pode ser estranho, já que você deve lembrar dele no comando técnico do Bayern de Munich, e de um outro nome à frente da seleção alemã.

Esse nome é Joachim Low, que depois de 15 anos comandando a equipe, informou em março de 2021 que iria sair da Mannschaft após a Eurocopa; e foi isso que aconteceu, com a conquista da Copa do Mundo de 2014 na bagagem, o técnico abriu caminho para Hansi, que está comandando a equipe a pouco mais de um ano.

Hansi Flick, técnico da Seleção Alemã. Foto: Imago/Images Panoramic

Porém, o que preocupa o torcedor alemão é que o desempenho com o novo treinador não é um dos melhores. Em oito jogos em 2022, o time teve apenas duas vitórias, um aproveitamento, vamos dizer, medíocre, de 45,8%, e em um grupo na Liga das Nações com Itália e Hungria, que não estarão na Copa, venceu apenas uma vez e foi eliminada.

Entretanto, a gente sabe que a atmosfera da Copa do Mundo é outra e que a Alemanha é sempre uma das favoritas ao título. Não se pode esquecer que é uma das melhores e maiores equipes do mundial, que só não ganha em número de títulos do nosso Brasil.

Seleção da Alemanha. Foto: Getty Images

Além disso, como duvidar de uma Seleção que jogou uma ‘final’ de Copa do Mundo que nem aconteceu? As Copas esquecidas são as edições de 1942 e 1946 que não aconteceram por conta da Segunda Guerra Mundial. Porém, o que poucos sabem é que, apesar de não ter sido disputada oficialmente, a Copa de 1942 teve sim uma ‘final’.

Tudo começou num jogo festivo organizado por conta do aniversário de 53 anos de Adolf Hitler, que colocou frente a frente Alemanha e Suiça — que manteve neutralidade durante a guerra. Depois de a Alemanha perder por 2 a 1, em 20 de abril de 1942, Hitler ficou, como os mais jovens dizem, “pistola”.

Com isso, ele deu um “ultimato” aos seus jogadores: se eles perdessem, seriam enviados para lutar na guerra. Nos próximos confrontos a Alemanha ganhou com tranquilidade; até o governo convocar a Suécia, que era a melhor seleção da época, para um amistoso no Estádio Olímpico de Berlim.

A expectativa era apagar a mancha deixada pela derrota contra a Suíça, e ganhar com autoridade de uma grande seleção, para colocar o esporte alemão lá em cima, como os nazistas queriam. No entanto, não foi isso que aconteceu. Mais de 98.000 alemães lotaram o estádio, mas o jogo acabou 3 a 2 para a seleção sueca, e com tristes consequências para os perdedores.

Ernst Lehner durante Alemanha 2 x 3 Suécia. Foto: Getty Images

Nem só de boas histórias vive o futebol alemão, mas o que a gente tem certeza, é que esse ano a seleção que venceu as Copas de 1954, 1974, 1990 e 2014, quer repetir os anos de glórias.

E aí, será que a mescla entre jogadores experientes com jovens promessas vai dar “match” nesta Copa? É o que nós vamos começar a descobrir dia 23 de novembro. A Alemanha está no grupo E, junto com Costa Rica, Espanha e Japão, fará seu jogo de estreia contra a seleção japonesa, e não há dúvidas que vai fazer de tudo para começar com o pé direito.

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