Mais emoção que ação no clássico cearense
No Clássico-Rei mais importante da história, Ceará domina Fortaleza e está na final da Copa do Nordeste
Ontem, 104 anos de rivalidade entraram em campo, em Pituaçu, para decidir quem seria o primeiro finalista da Copa do Nordeste de 2020. De um lado, o Fortaleza de Rogério Ceni, atual detentor do título de campeão da “Lampions League”, como é conhecida a Copa do Nordeste. Do outro, o Ceará de Guto Ferreira, que só foi derrotado uma vez em 2020, justamente pelo maior rival.
As duas equipes contavam com surpresas nas suas escalações para esse jogo tão importante. No lado do Leão, Ceni surpreendeu bastante ao optar por Mariano Vázquez e Marlon no lugar de Romarinho e Wellington Paulista. Já no Vozão, Klaus substituiu o suspenso Luiz Otávio, Ricardinho deu lugar a Fabinho e Rafael Sóbis foi substituído por Cléber.
O primeiro tempo começou mais brigado do que jogado. Muitas faltas duras, e já aos 4 minutos, um desentendimento por causa de uma falta do zagueiro Charles, do Ceará, sobre Marlon, meia tricolor, gerou um empurra-empurra entre os jogadores, e o que parecia o começo de uma noite complicada para o árbitro Caio Max, acabou não se confirmando, já que esse foi o momento mais tenso da partida.
O Fortaleza buscava impor seu estilo de jogo, tocando bastante a bola e tentando explorar a velocidade dos seus laterais, Gabriel Dias e Bruno Melo, mas não teve sucesso. A defesa muito bem postada do Ceará impediu qualquer chegada mais perigosa, e o tricolor tinha cada vez mais dificuldade em tocar a bola no campo do adversário, ficando com uma posse pouco produtiva.
Vendo que o adversário não conseguia penetrar suas defesas, o Ceará passou a sair para o jogo um pouco mais, e após falta em Fabinho, Vinícius levantou a bola com precisão para Klaus marcar o primeiro gol da partida, e o terceiro do gaúcho na competição. Destaque também para Vinícius com sua oitava assistência na temporada.
Vibrantes e confiantes após marcarem o gol, os alvinegros defenderam com ainda mais afinco contra um Fortaleza que se lançava em busca do gol de empate, mas parava na falta de criatividade e nos erros de passes dos seus jogadores. O tricolor tentou apostar nas bolas levantadas na área, mas não teve sucesso e foi para o vestiário sem ter levado perigo para o gol de Fernando Prass uma única vez.
Precisando buscar, pelo menos, um empate, Rogério Ceni tirou o meia Mariano Vázquez e voltou com o atacante Romarinho no seu lugar, mas foi o Ceará que assustou pela primeira vez no segundo tempo. Outra bola levantada na área, outro sufoco pro Fortaleza, dessa vez Vinicius encontrou Fabinho e quase que o alvinegro ampliou o placar aos 6 minutos do segundo tempo.
O Ceará tinha menos posse de bola, mas parecia mais perto de marcar o segundo gol do que o Fortaleza de marcar o primeiro, e em duas outras oportunidades, aos 11 e aos 16, Cléber quase amplia o placar para o Vozão. Ceni resolveu tirar Osvaldo, muito apagado no jogo, e colocar Yuri Cesár. Só aos 19 minutos, a primeira chance clara do Fortaleza na partida, Juninho levantou a bola na área e Bruno Melo cabeceou, mas Fernando Prass defendeu.
O Fortaleza começou a pressionar mais e a entrada de Wellington Paulista no lugar de Marlon ajudou o tricolor a levar mais perigo. Aos 35 minutos, a chance mais clara do Leão do Picí no jogo, após escanteio, a bola sobrou na entrada da área e Yuri César não teve medo de chutar, mas a pelota bateu na trave e foi para fora.
Afobado e desesperado, o Fortaleza não conseguiu mais apertar o Ceará, que esteve muito seguro na sua proposta de jogo durante toda a partida. Nem as cinco alterações mudaram o nível de concentração do time de Guto Ferreira, que prevaleceu física e taticamente durante os 90 minutos.
Com a classificação, o Ceará disputará a sua terceira final em busca do bicampeonato regional contra o vencedor de Bahia e Confiança. Além disso, com a vitória sobre o Fortaleza, o Vozão mantém uma invencibilidade que já dura 19 anos. A última vez que o alvinegro perdeu para o Fortaleza na Copa do Nordeste foi em 2001.
