O que acontece com o América-RN em 2024? Uma análise dos jogadores contratados

O América-RN não avança na Copa do Nordeste desde 2015 e se encaminha para mais uma campanha irrelevante na Lampions de 2024

Gabriel Gomes
Universidade do Esporte
4 min readFeb 13, 2024

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O torcedor até arranjava motivos para acreditar em algo diferente na temporada de 2024. Com o título estadual de 2023, a equipe voltaria a disputar a fase de grupos da Copa do Nordeste após quatro anos e acreditava no novo elenco para uma das principais competições do primeiro semestre, mas a realidade foi um balde de água fria.

Começando pela grande surpresa: a contratação de Marquinhos Santos. O trabalho ainda é curto, mas ele aceitar comandar um time da quarta divisão, já indicava a queda de um treinador que surgiu tão promissor no Coritiba.

Uma euforia exacerbada no gol da vitória contra o Potyguar Seridoense (Foto: Gabriel Leite/UDE)

Contratado para substituir Dorival Júnior no Ceará, Marquinhos teve apenas 17 jogos no comando do Vozão, com seis vitórias, cinco empates e seis derrotas, caindo após a eliminação na Sul-Americana, derrota para o Fortaleza e dois pontos acima do Z-4 (o Ceará foi rebaixado).

Até o momento da temporada, 15 jogadores foram anunciados pelo América-RN: Maltos, Salazar, Hygor Ribeiro, Rafael Jansen, Guilherme Guedes, Ferreira, Lucas Gabriel, Nathan Lourenço, Souza, Juliano, Gustavo Custódio, Vitinho, Caio Hones, Gustavo Henrique e Giovani.

A comemoração de Guilherme Guedes contra o Santa Cruz de Natal (Foto: Gabriel Leite/UDE)

No 8º jogo da temporada, alguns jogadores já podem ser avaliados, mas existem questões como Maltos, Hygor Ribeiro, Guilherme Guedes, Lucas Gabriel, Nathan Lourenço, Gustavo Custódio, Caio Hones e Vitinho que jogaram pouco, não estrearam ou já se lesionaram.

Na defesa, o América já utilizou Salazar e Rafael Jansen. Em um curto comentário sobre o Guilherme Guedes, o lateral chega em baixa com muitas lesões sérias na carreira e tem a oportunidade de se recuperar. Achei boa contratação! Sobre a dupla de zaga, eu sempre gostei muito do remanescente Alan Ferreira e defendi a permanência para 2024, mas com um pé atrás sobre Salazar, que não foi bem na Série C de 2023 e com Rafael Jansen que jogou em um time que foi muito irregular na Série B.

Olhando para o meio de campo, dois jogadores já podem ser avaliados pelo que apresentaram nessa temporada: Ferreira e Souza. Começando pelo ex-volante da Aparecidense, Marquinhos Santos precisa definir se quer um Ferreira como zagueiro ou fazendo o papel de volante. Foi péssimo no jogo contra o Itabaiana na função de volante, quando recuou para dar qualidade na saída de bola, seguiu muito apagado, mas não deu espaço. É uma das piores contratações da temporada!

Por outro lado, Souza é uma grata surpresa para o torcedor. Já identificado por carregar o nome de um grande ídolo, por até representar as cores da equipe no seu corpo, ele se adaptou muito bem com a camisa 8 e um jogo sem Souza é um jogo sem América. Responsável pela bola parada, o jogador mostra a sua importância nos números: seis gols e três assistências em sete jogos.

No ataque, um desastre. Antes do jogo contra o Globo, vencido por 4 a 0, o América chegava para o duelo com 35 gols marcados nos últimos 35 jogos. Um ataque fraco que foi responsável direto pelo rebaixamento para a Série D e quando olhamos para o lado ofensivo alvirrubro em 2024, a sensação é de desespero.

Juliano, Gustavo Henrique e Giovani foram os jogadores mais utilizados, mas a avaliação é bem curta. O camisa 28 começou um desastre, foi vaiado no primeiro jogo, a torcida implorava para ele não entrar no segundo e ficou encantado com o retorno do jogo contra o Globo. É um jogador que pode ser interessante para desequilibrar na Série D, mas seria pouco utilizado em times com sonhos maiores na Copa do Nordeste.

Em relação aos centroavantes, a melhor opção sempre é a que tá no banco. Gustavo Henrique não começou bem, foi um dos piores em campo contra o Itabaiana, mas ainda acredito pela Série D que participou com a camisa do ABC, e em relação a Giovani, é uma boa opção para ter no elenco. Promissor, incomoda a marcação e pode ser um reserva para fazer sombra para o “Gustagol”.

Martin Carvalho indignado com a arbitragem contra o Santa Cruz (Foto: Gabriel Leite/UDE)

São oito jogos na temporada, são quatro vitórias sendo contra as duas piores equipes do Campeonato Potiguar, dois empates contra a equipe que se classificou no estadual e duas derrotas para times superiores aos enfrentados. O trabalho de Marquinhos Santos é pífio, mas antes dele, o responsável é Pedro Weber, que desapareceu após as propagandas de uma SAF do futuro, de Martin Carvalho, que contratou jogadores nada relevantes no retorno do América para a Copa do Nordeste. O início do América é muito complicado e o futuro é bem difícil de ser promissor.

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Gabriel Gomes
Universidade do Esporte

Estudante de Jornalismo na UFRN, apaixonado por falar e escrever sobre o futebol.