Serginho Chulapa, um artilheiro indomável

Lúcia Oliveira
Universidade do Esporte
4 min readDec 23, 2019

Serginho Chulapa, ou Sérgio Bernardino, nasceu em 23 de dezembro de 1953 e hoje completa 66 anos. Um dos grandes nomes do futebol brasileiro, Chulapa iniciou sua carreira aos 12 anos, quando jogou em alguns times de sua cidade natal, São Paulo. Segundo ele, se não tivesse encontrado o esporte em sua vida, provavelmente estaria entre as estatísticas da criminalidade.

Foto: Reprodução/trivela.com.br

O início de sua vida no futebol não foi fácil. Serginho foi dispensado de todos as equipes juvenis do Portuguesa, em 68, aos 15 anos, e, além disso, chegou a vender leite para ajudar no sustento da família. O destino, felizmente, o fez participar de uma peneira, em que técnicos das categorias de base do São Paulo estavam presentes, encantaram-se com sua habilidade e, então, o convidaram para defender o time paulista, em 1973.

A titularidade no elenco profissional do São Paulo veio no ano seguinte, com Telê Santana. Jogou no clube de 73 a 82 e, até hoje, é o maior artilheiro da equipe paulista, com 242 gols marcados, em 399 jogos. Apesar de sempre ter afirmado que o Santos FC é seu time de coração, foi no Tricolor paulista que seu futebol foi apresentado ao mundo, depois de títulos como o Campeonato Estadual (75, 80 e 81) e o Brasileiro (77), também foi com a camisa são-paulina que Serginho envolveu-se em uma confusão que lhe renderia uma punição extrema.

Botafogo-SP e São Paulo se enfrentaram no dia 12 de janeiro de 1978, em jogo válido pela primeira semifinal do Brasileiro de 77, pois a disputa terminou somente no ano seguinte. O time de Chulapa perdia por 1 a 0, até que aos 45 minutos do segundo tempo, ele balançou as redes e achou que havia empatado a partida, não fosse a ação do bandeirinha sinalizando impedimento e a anulação do gol. Inconformado, correu em direção ao auxiliar Vandevaldo Rangel e lhe deu um chute na canela.

Ao fim da confusão e do jogo, o árbitro, Oscar Scolfaro, declarou, na súmula, que Serginho havia agredido o bandeirinha. O jogador negou a agressão e disse que Vandevaldo havia sido atingido por algum objeto jogado da arquibancada, porém, as imagens das emissoras presentes no local mostravam que o bandeirinha, de fato, fora agredido. A declaração não convenceu e o STJD puniu Chulapa com afastamento de 14 meses dos gramados. Apesar da defesa do jogador ter conseguido reduzir a pena para 11 meses, a punição o tirou do jogo volta da semifinal do Brasileiro e também de uma provável convocação para a Seleção Brasileira, em 1978.

Alguns anos depois, o destino ainda havia de lhe presentear com a convocação. Em 1982, Serginho garantiu uma vaga no elenco que foi à Copa da Espanha e garantiu o 5º lugar da competição. Por lá, ele se destacou ainda mais junto ao resto do grupo que contou com nomes como Zico, Sócrates e Falcão.

Em 83, aos 29 anos e com muita experiência, Chulapa foi defender o clube para o qual sempre torceu. Naquele ano, sagrou-se campeão paulista com 22 tentos, além de ter sido artilheiro do Santos no Campeonato Brasileiro com a mesma quantidade de gols. Na equipe santista, o mal comportamento de Serginho continuou e ele foi afastado dos gramados por 100 dias e dois jogos, depois de agredir o então lateral-direito do São Paulo na época, Zé Teodoro, em 1990.

Foto: Reprodução/Ivan Storti/lance.com.br

Pelo time de coração, o faro goleador continuou apurado e Chulapa foi responsável por gols importantes na história do clube como o tento contra o Corinthians, que garantiu o título do Campeonato Paulista de 1984 ao Alvinegro praiano. Em três passagens como jogador do Peixe, Chulapa anotou 104 gols e é o vigésimo primeiro artilheiro histórico do time da Vila e terceiro maior artilheiro do Santos pós Era-Pelé.

Em meio às confusões, a habilidade de Chulapa resistiu e o jogador se sobressaiu diante de tantos conflitos, marcando seu nome na história do futebol brasileiro. A carreira de Serginho chegou ao fim em 1993, quando se aposentou e, desde então, atuou como técnico e auxiliar do Santos e da Portuguesa.

Serginho Chulapa era capaz de arrumar confusões com a mesma intensidade e facilidade com que marcava gols e o fim da carreira dentro dos gramados não representou o fim da personalidade explosiva, do temperamento rebelde e, acima de tudo, do talento de um homem que dedicou sua vida ao futebol.

*Pelo time de coração, o faro goleador continuou apurado e Chulapa foi responsável por gols importantes na história do clube como o tento contra o Corinthians, que garantiu o título do Campeonato Paulista de 1984 ao Alvinegro praiano. Em três passagens como jogador do Peixe, Chulapa anotou 104 gols e é o vigésimo primeiro artilheiro histórico do time da Vila e terceiro maior artilheiro do Santos pós Era-Pelé.

Em meio às confusões, a habilidade de Chulapa resistiu e o jogador se sobressaiu diante de tantos conflitos, marcando seu nome na história do futebol brasileiro. A carreira de Serginho chegou ao fim em 1993, quando se aposentou e, desde então, atuou como técnico e auxiliar do Santos e da Portuguesa.

*Serginho Chulapa era capaz de arrumar confusões com a mesma intensidade e facilidade com que marcava gols e o fim da carreira dentro dos gramados não representou o fim da personalidade explosiva, do temperamento rebelde e, acima de tudo, do talento de um homem que dedicou sua vida ao futebol.

*contribuição de Pedro Henrique Brandão Lopes

--

--

Lúcia Oliveira
Universidade do Esporte

Amante da comunicação, da escrita, da fotografia, do futebol, da literatura, do jornalismo, entre outras coisas. Escrevo para eternizar e vivo para escrever.