Tarde inesquecível na Arena das Dunas

Hildo Nogueira
Universidade do Esporte
2 min readAug 29, 2022

Com virada inacreditável no último minuto, América vence o Caxias e está de volta à série C

Foto: Gabriel Leite / Universidade do Esporte

Foram seis anos disputando a última divisão nacional, com momentos de esperança frustrados na hora de decidir e muitos traumas carregados pelo torcedor do América. Mas a tarde deste domingo (28) foi o dia do basta. O dia em que o inferno sem fim deu lugar à felicidade do torcedor americano.

Vale ressaltar o papel da massa alvirrubra. 28 mil pessoas estiveram presentes na Arena das Dunas, acreditando e empurrando o time a todo momento, mesmo após seguidas decepções. O americano, que há muito tempo faz sua parte, estava merecendo um momento de alegria. E chegou. Com muito sofrimento, como sempre, e com muita emoção. Acredito que o sabor foi melhor.

No gol marcado por Matheusinho, na segunda etapa, teve gente que deixou o estádio. Teve gente que ficou só de corpo presente, pois a mente não conseguia ter a positividade necessária para sair de mais um momento adverso. Ao ficar em desvantagem, o América reviveu seus fantasmas e seu torcedor temeu pelo pior mais uma vez. É inacreditável, quando vamos sair disso aqui?

Veio o empate com Iago. A esperança voltou. O grito de gol pareceu um grito de raiva, para mostrar que ainda estava vivo. E o time que em muitos momentos não entendeu esse sentimento, principalmente na primeira fase, passou a ter consciência da necessidade de acreditar sempre, desde o jogo contra o Sousa. Na chance que teve de ressurgir na partida e no confronto, soube aproveitar. O torcedor foi importante demais.

Com pressão do América, aos 40’ do segundo tempo, Iago pegou a sobra e bateu cruzado. Ele já sabia onde estava o gol, nem olhou. E ali o torcedor soube também que dessa vez seria diferente. Fantasma dos pênaltis? Parecia ser fichinha. A forma como sobreviveu dava mais confiança do que qualquer outra coisa.

O América continuou em cima. Minutos finais e a dúvida era se daria tempo de acabar logo o sofrimento. Garganta seca, vontade de comemorar, de ser feliz como há muito tempo o coração alvirrubro não era. Téssio, o chuta-chuta, aos 48’, no último minuto. Desvio em Frank, e a bola foi mansamente no fundo do gol. O estádio só faltou ir abaixo. Grito alto de gol, pessoas no chão aos prantos. Dessa vez, era de alívio, era de felicidade.

O Americano teve a tarde que sempre sonhou. Ao apito final, relatos de pessoas que chegaram a passar mal. O América que subiu para Série A duas vezes, foi campeão do Nordeste… É provável que nem nesses momentos seus torcedores tenham vivido algo como o que aconteceu na Arena das Dunas neste domingo (28). O Mecão está voltando.

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