Talvez esse texto fale sobre morte, mas, provavelmente, falará sobre vida.
Afinal, é em vida que perdemos! A morte, por sua vez, é um mistério e continuará sendo.
Nós vivemos buscando certezas, talvez por isso é que tememos a morte e soframos tanto quando um ente querido — humano ou animal, se vai.
Eu, pessoalmente, acredito em vida após a morte e reencarnação, e ainda assim me pego com muito receio perante a certeza do fim. A morte é um mistério e nós vivemos buscando certezas. Um tiro no pé, certamente.
A incerteza da vida é tão real quanto a certeza do fim.
No entanto, não deixamos de nos surpreender quando perdemos algo material ou emocionalmente. A contradição é curiosa:
“O futuro à Deus pertence”
“Foi culpa do acaso”
“As coisas só acontecem quando tem que ser.”
Todas essas máximas são coisas que ouvimos, repetimos e que vão se perpetuando através do tempo. Sabemos que não controlamos nada — ou muito pouco. E ainda assim não sabemos perder, achamos um absurdo o sofrimento e a frustração então… abominável.
Deixamos escapar à nossa análise que tudo isto é natural e importante! A frustração nos fortalece; o sofrimento, quando vivenciado com saúde, purifica, e a perda nos ensina à buscar, a batalhar.
É fato que desconhecemos o pós-morte e não controlamos a vida, porém, também é fato que aqueles que conquistaram — que chegaram aonde queriam, se empenharam muito e sobretudo souberam perder.
Não existe vida que não chegue ao fim assim como não existe vida sem algumas — ou muitas, rasteiras.
As quedas, as falhas, as frustrações doem! Ardem profundamente na alma, é inevitável. Mas não significam o fim, não são um sinal do cosmos para você parar ou trocar de propósito ou afundar em letargia.
Existir é um eterna provação, temos de aprender a viver com as dores resultantes desse processo!
Por isso eu te aviso: aperte o cinto, tome um dorflex, e vá viver.