Julia Salgado Benning.
Universo Ametista
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2 min readAug 23, 2018

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Talvez esse texto fale sobre morte, mas, provavelmente, falará sobre vida.

Afinal, é em vida que perdemos! A morte, por sua vez, é um mistério e continuará sendo.

Nós vivemos buscando certezas, talvez por isso é que tememos a morte e soframos tanto quando um ente querido — humano ou animal, se vai.

Eu, pessoalmente, acredito em vida após a morte e reencarnação, e ainda assim me pego com muito receio perante a certeza do fim. A morte é um mistério e nós vivemos buscando certezas. Um tiro no pé, certamente.

A incerteza da vida é tão real quanto a certeza do fim.

No entanto, não deixamos de nos surpreender quando perdemos algo material ou emocionalmente. A contradição é curiosa:

“O futuro à Deus pertence”

“Foi culpa do acaso”

“As coisas só acontecem quando tem que ser.”

Todas essas máximas são coisas que ouvimos, repetimos e que vão se perpetuando através do tempo. Sabemos que não controlamos nada — ou muito pouco. E ainda assim não sabemos perder, achamos um absurdo o sofrimento e a frustração então… abominável.

Deixamos escapar à nossa análise que tudo isto é natural e importante! A frustração nos fortalece; o sofrimento, quando vivenciado com saúde, purifica, e a perda nos ensina à buscar, a batalhar.

É fato que desconhecemos o pós-morte e não controlamos a vida, porém, também é fato que aqueles que conquistaram — que chegaram aonde queriam, se empenharam muito e sobretudo souberam perder.

Não existe vida que não chegue ao fim assim como não existe vida sem algumas — ou muitas, rasteiras.

As quedas, as falhas, as frustrações doem! Ardem profundamente na alma, é inevitável. Mas não significam o fim, não são um sinal do cosmos para você parar ou trocar de propósito ou afundar em letargia.

Existir é um eterna provação, temos de aprender a viver com as dores resultantes desse processo!

Por isso eu te aviso: aperte o cinto, tome um dorflex, e vá viver.

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Julia Salgado Benning.
Universo Ametista

Advogada, ambientalista, apaixonada pela existência humana, prosa poética, fantasia e mais um monte de coisa. Acredito que palavras mudam o mundo.