Eu fui fisgada por este livro no primeiro material de divulgação que vi. Mergulhei de cara na sinopse, e, como esquecer aquele prólogo?
A Laura é a protagonista e ela está morta. Mas como? Me perguntei, e resposta era óbvia: eu teria de ler para descobrir.
Obsidiana Fraturada, título de narrativa alinear da autora Victoria Gomes, que conta atualmente com cerca de 4.300 leituras na plataforma, é um livro forte. A obra funciona perfeitamente como entretenimento pois é impossível não querer saber onde a dinâmica dos personagem irá nos levar e principalmente você não vai querer parar até descobrir porque a Laura morreu.
Isso mesmo: porque e não como — até porque isto também está no prólogo. É a forma inteligente de guiar a narrativa, misturando presente e passado, os personagens profundos e o carismas da Laura que vão prender você página, após página.
Você vai se pegar indagando a si mesmo enquanto toma café da manhã coisas como: Por que boas pessoas morrem? Por que a Laura, com tanta gente ruim no mundo…
No entanto, por mais que a persona da Laura seja, entre muitas outras coisas, inspiradora, não é só dela que o livro sobrevive. Há Helena, Pedro, Luís, Jorge, Rafael e Bianca: um grupo de universitários, amigos normais, vivendo vidas honestas e felizes… amargo engano.
Obsidiana Fraturada é forte justamente porque também é uma obra sobre denúncia, é um livro que não medo expor o machismo endêmico da sociedade, as feridas de uma vida de aparências e escancara a gravidade das relações tóxicas e o quão fundo os danos podem chegar. O enrendo grandioso é também precisamente minimalista ao conseguir te trazer para dentro de cada um daqueles personagens, em muito pouco tempo.
Assistir as máscaras caírem e a auto-degradação das personas é duro; é como se você desvendasse suas próprias camadas e feridas. E enquanto Laura se desdobra em empatia para salvar todo mundo, ela estende a mão para você também. Eu sugiro que você a aceite.
Chamo atenção apenas para os gatilhos que se apresentam durante a leitura, respeite seus limites enquanto lê.
Enfim, permita-se conhecer esta obra, se permita também amar laurinha mesmo sabendo que terá de se despedir. Vai ser difícil, mas, me arrisco a dizer, inesquecível.
Se eu pudesse resumir o livro em uma palavra: CORAJOSO.
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