Berna Reale — Uma artista brasileira, paraense e visceral
Um dos papeis da arte é a crítica do mundo à sua volta. Os aspectos da realidade são problematizados pelo processo artístico e reapresentados de maneira a incitar a reflexão.
Fazer isso com Photoshop é uma coisa.
Fazer isso fotografando vísceras humanas de cadáveres recém-chegados no IML é o que Berna fez para uma instalação no mercado de carnes de Belém.
A artista, que diz adorar gente por suas histórias, descobriu que as histórias não cessam quando a vida acaba e ficava maravilhada com cada história que chegava nas macas do IML.
Inclusive, esse trabalho acabou inspirando a artista a prestar o concurso para se tornar perita criminal aos 42 anos de idade.
Resultado?
Hoje temos uma performer incrível que divide seu tempo entre a perícia no IML e as Galerias de Arte.
No final de 2016, Berna contou um pouco da sua história no LiveTalks, série de apresentações inspiradoras da agência LiveAD, e foi BEM LEGAL.
A essência de uma artista, de suas inspirações, processos criativos, da determinação de se fazer arte longe do eixo Rio-SP… é uma conversa inspiradora de uma artista sem igual no cenário brasileiro.
Suas obras abordam a violência, seja da relação de classes, da ação policial, da objetificação feminina. E, tal qual o conceito gerador da obra, o resultado final é igualmente violento.
Salve, Berna!
Originally published at Update or Die!.