Nossa versátil fábrica de cachorros. Será que já não passamos muito do ponto?

Wagner Brenner
updateordie
Published in
2 min readDec 26, 2016

Border Collie puro. Golden Retriever puro. Poodle puro.

Só que não. Nenhum desses é puro. na verdade foram misturados, chacoalhados, centrifugados e cruzados no melhor estilo Sodoma e Gomorra (um bacanal entre irmão, primos e pais e filhos) por inúmeras gerações para ficarem com esse shape específico.

Ironicamente foi justamente o mais puro de todos, o chamado vira-latas, que ganhou a fama de ser o misturado.

Então, só para deixar bem claro é assim ó:

raça bonitinha = misturado

vira lata = puro

Claro que não sou contra nenhum cachorro, nem estou querendo insinuar que só o vira-lata que é bom e o resto não deveria existir. Não é isso. Afinal, desses cruzamentos surgiram animais mais inteligentes, mais ágeis, mais dóceis e mais bonitos. Mas talvez esteja na hora de se perguntar se não passamos do ponto, se não exageramos na dose e se o preço pago por esses animais já não está caro demais. Meus dois Golden retrievers morreram este ano, um com 7 anos e o outro com apenas 5, ambos com câncer. Alguns animais já não conseguem sequer respirar direito porque seus focinhos foram encurtados demais. Outros têm dificuldade de locomoção, displasia no quadril. Lembro que na minha infância eu ouvia dizer que cachorros viviam uns 13, 15 anos. Hoje isso caiu pela metade.

Será que é justo de nossa parte criar raças as custas de qualidade de tempo de vida? Será que é possível estabelecer um limite? E qual seria esse limite?

Não sou um especialisata em cachorros e o objetivo do post não é causar polêmica (espero não atrair os fanáticos que estragam qualquer chance de trocas produtivas nos comentários), mas gostaria de ouvir a sua opinião sobre o assunto, ou mesmo novos dados para esse tópico. Escreva!

(tks Rodrigo Mauger pelo video)

Originally published at Update or Die!.

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