O ano mais bunda do Super Bowl?
[su_heading size=”24" align=”left” margin=”0"]2016 já está sendo considerado o ano menos criativo para a publicidade no Super Bowl. O que será que aconteceu?[/su_heading]
“PLAY IT SAFE”
Não, não é uma frase do árbitro do jogo. É o mantra dos anunciantes desta 50ª edição do Super Bowl. Um desfile de testemunhais com gente famosa, animais e bebês cantando, tributos oportunistas e os mais baixos truques publicitários que atestam definitivamente a total falta de criatividade e originalidade do break mais caro do mundo. Claro, são divertidos. Mas poderiam ser mais.
Dá uma olhada nessa lista de comerciais com celebridades:
Advertiser
Spot
Celebrity
Type
Acura
What He Said
Van Halen (song)
Musician
Amazon Echo
Snack Stadium
Alec Baldwin
Actor
Dan Marino
Athlete
Amazon Echo
Cheese Footballs
Alec Baldwin
Actor
Francis Dumaurier
Actor
Apartments.com
Moving Day
Jeff Goldblum
Actor
Lil Wayne
Musician
Audi
Commander
David Bowie (song)
Musician
Avocados From Mexico
AVOS in Space
Scott Baio
Actor
Bud Light
The Bud Light Party
Amy Schumer
Actor
Michael Pena
Actor
Paul Rudd
Actor
Seth Rogan
Actor
Bud Light
Party Message
Michael Pena
Actor
Bud Light
The Bud Light Party is Coming
Amy Schumer
Actor
Seth Rogan
Actor
Budweiser
Give a Damn
Helen Mirren
Actor
Butterfinger
The Motorcross Jump
Billy Eichner
Actor
Disney
Alice in Wonderland Trailer
Alan Rickman (voice over)
Actor
Doritos
Swipe for Doritos
Doris Roberts
Actor
Heinz
Wiener Stampede
Harry Nilsson (song)
Musician
Honda
New Truck to Love
Queen (song)
Musician
Hyundai
First Date
Kevin Hart
Actor
Queen (song)
Musician
Hyundai
Ryanville
Ryan Reynolds
Actor
Salt N’ Peppa (song)
Musician
Kia
Walken Closet
Christopher Walken
Actor
LG
Man From the Future
Liam Neeson
Actor
MINI
Defy Labelsundefined
Abby Wambach
Athlete
Harvey Keitel
Actor
Randy Johnson
Athlete
Serena Williams[/entity]
Athlete
T-Pain
Musician
Tony Hawk
Athlete
Mobile Strike
Fight (Teaser)
Arnold Schwarzenegger
Actor
NFL Super Bowl
Super Bowl Babies Choir
Seal
Musician
Pepsi
Camp Halftime: Episode 1 (Teaser)
Donald Faison
Actor
Pepsi
Camp Halftime: Episode 2 (Teaser)
Donald Faison
Actor
Pepsi
Camp Halftime: Episode 3 (Teaser)
Donald Faison
Actor
Persil ProClean
Big Game (Teaser)
Peter Hermann
Actor
Shock Top
Unfiltered Talk
T.J. Miller
Actor
Skittles
The Portrait
Steven Tyler
Musician
Snickers
Marilyn
Willem Dafoe
Actor
Eugene Levy
Actor
Squarespace
Sacrifices (Teaser)
Keegan-Michael Key
Actor
Jordan Peele
Actor
Squarespace
Shhh (Teaser)
Keegan-Michael Key
Actor
Jordan Peele
Actor
Squarespace
Press Conference (Teaser)
Keegan-Michael Key
Actor
Jordan Peele
Actor
Squarespace
Real Talk (Teaser)
Keegan-Michael Key
Actor
Jordan Peele
Actor
Squarespace
Real Talk
Keegan-Michael Key
Actor
Jordan Peele
Actor
SunTrust
Hold Your Breath
Gary Sinise (voice over)
Actor
Taco Bell
Behind the Scenes: James Harden (Teaser)
James Harden
Athlete
Taco Bell
Behind the Scenes: Giorgio A. Tsoukalos (Teaser)
Giorgio A. Tsoukalos
TV Personality
T-Mobile
Restricted Bling
Drake
Musician
Brian Huskey
Actor
Turbo Tax
Someone Else
James Lipton
Writer
Como diria meu antigo dupla, Sérgio Vicente, é a categoria do “papa cagando”.
Quando faltava impacto, ele falava assim: “pô Wagnão: bota o papa cagando e pronto”.
Interromper é fácil. Mas e depois? Cadê residual, consumo, retenção de mensagem, posicionamento de marca e todas essas coisas (que sairam de moda)? É que nem o cachorro que corre atrás de carro. Se o carro pára, o cachorro não sabe o que fazer.
A propaganda do Super Bowl parece mesmo apropriada ao evento, com aqueles grandalhões dando voadoras para brecar seus alvos. Cada ano os anunciantes ficam mais abrutalhados nas voadoras pra cima dos telespectadores. Mas é só.
Mas o que será que aconteceu?
Será que as agências estão menos criativas?
Será que os anunciantes estão menos ousados?
Será que os criativos estão menos competentes?
Será que é isso o que temos pela frente como padrão publicitário?
Eu diria que é tudo isso e mais um pouco. Ano passado algumas marcas foram detonadas nas redes sociais pouco depois dos seus comerciais irem ao ar. Não tanto pelas peças em sí, mas provavelmente pela facilidade crescente das pessoas julgarem e se manifestarem em tempo real sobre qualquer coisa. Ironias paradoxais de um evento que consegue reunir um número enorme de expectadores, mas que ao contrário dos tempos passivos de outrora, essa turma agora compartilha suas impressões de bate-pronto e sem dó, como implacáveis jurados deste festival de propaganda que tem um jogo nos intervalos.
Paga-se bem, ganha-se um palcão, mas o que pode vir de tomate meu amigo, não é brincadeira. Cargos, carreiras e contas em jogo. É o jogo paralelo ao jogo do gramado.
Aliás, esse é o valor de acompanhar os comerciais do Super Bowl. É o Festival da vida real, com jurados da vida real e anunciantes com pragmatismo da vida real. É a engrenagem do consumo, sem fantasma, sem maquiagem. Uma mostra do que é a propaganda do dia-a-dia, anabolizada. Porque quando o juiz apita — e o jogo começa pra valer — aí é hora de cair na real e ir pro jogo. Pena que esse ano ficou tudo muito medroso, cheio de capacetes e ombreiras gigantes. Faltou a malemolência do drible. Coisa que nós já fomos craques, mas que também já perdemos faz tempo.