Shut up and take my heart: “Isle of Dogs”, de Wes Anderson, é uma obra prima

Gustavo Giglio
updateordie
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2 min readMar 28, 2018

É, vamos escrever mais um pouquinho sobre “Isle of Dogs”.

“Acho que esse é um dos filmes mais ambiciosos de todos os tempos, senão o mais ambicioso” — a percepção vociferada a plenos pulmões por Andy Gent, um dos responsáveis pelos bonecos de “Isle of Dogs”, diz muito sobre o processo penoso que foi a gravação do novo longa do diretor Wes Anderson.

A obra levou um ano para ser concluída, e pediu a dedicação integral de 27 animadores e 10 assistentes, sendo que cada profissional foi escalado de acordo com aptidões específicas. Há animadores, por exemplo, que trabalham muito bem cenas de ações, e outros que se especializaram na reprodução de emoções.

Desta maneira, Wes pode dar ao seu novo filme o mix necessário para honrar seu portfólio, que conta com clássicos como “Moonrise Kingdom” e “The Grand Budapest Hotel”.

Segunda animação da carreira do premiado diretor — a primeira, “Fantastic Mr. Fox”, de 2009 — , “Isle os Dogs” é ambientada num Japão distópico, dominado por cachorros.

Aqueles detalhes que fazem os trabalhos de Wes obrigatórios para qualquer cinéfilo que se preze estão presentes nesta última empreitada também: o caminhar dos bonecos, a preocupação com as sombras, com a harmonia de cores e verossimilhança de cada movimento dos fantoches foi levada a sério por toda a equipe envolvida no longa — por isso mesmo, todos os rostos que se vê no filme, sem exceção, foram esculpidas à mão, de forma individual.

Essa singularidade visava também respeitar a personalidade de cada boneco, que deveria dialogar com a personalidade dos atores que lhe davam voz — e vida, de certa maneira.

Para entender mais e melhor porque esta obra é divisora de águas no que diz respeito a cinema e animação, é fundamental que cada um assista ao filme de olhos bem abertos.

Originally published at Update or Die!.

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