A atualização da política se tornou inevitável
O século XX foi marcado pela forte disputa — e guerra pelo poder — das frentes de direita e esquerda, ambas se colocando como solução para o desenvolvimento dos países e do bem estar social. Os mais variados sistemas de governo foram testados ao redor do mundo e, até o presente momento, nenhum demonstrou atender às expectativas da sociedade.
As práticas liberais, com forte privatização e diminuição do poder do Estado, demonstraram que o mercado, quando não regulado, pode destruir a economia. A crise econômica de 2008 foi o principal exemplo de como a falta de regulamentação é capaz de acabar com um setor econômico.
As práticas socialistas, com grandes pacotes sociais e forte atuação do Estado, demonstraram o lado mais autoritário e nefasto das organizações altamente centralizadas: a manutenção do poder pelo poder. A utilitarização de programas sociais se tornou a principal ferramenta do populismo, garantindo votos e poder, mas não retornando à sociedade direitos essenciais que pudessem emancipar o cidadão do Estado patriarcal.
Isonomia: igualdade dos cidadãos perante a lei
Tanto os governos de direita quanto de esquerda não foram capazes de garantir de fato a isonomia prometida pelos estados democráticos e continuam fazendo a política do privilégio: Aqueles que sabem se organizar e, portanto, influenciam o jogo político, terão suas demandas atendidas. Enquanto outros grupos não organizados continuam alheios às decisões políticas e espaços de poder.
Dessa maneira, o século XXI inicia com o grande desafio de superar os limites que os sistemas políticos impõe aos cidadãos, limites estes que garantem privilégios que deveriam ser dissolvidos ou democratizados. A cada ano fica mais claro que, independentemente da visão política adotada por um governo, é preciso trabalhar pela derrubada dos limites e privilégios que mantém os cidadãos apartados das decisões políticas e espaços de poder. Os próximos anos serão determinantes para apresentar novas formas de fazer política que, em última instância, fortaleçam na prática a isonomia.
Não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou
Uma ideia cujo tempo chegou é poderosa pois não tem dono, local ou forma correta de existir. Ela é poderosa pois surge de forma descentralizada e nada é capaz de controlar essa onda.
Nós estamos vivendo o poderoso momento em que a atualização da política se tornou inevitável.