Facilitação gráfica do encontro feita pela incrível Gabi Juns

Conversa com Agustín Frizzera e Santiago Siri do Partido de la Red

Tulio Malaspina
Instituto Update
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3 min readJul 28, 2015

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Em 2010, durante um período de polarização política, um grupo de jovens argentinos começaram a se encontrar toda sexta a noite para conversar sobre política e beber cerveja. No começo eram apenas quatro pessoas, mas o grupo cresceu rápido, atraindo diversas pessoas para o papo sobre inovação na política. Naquela época não faziam ideia de que aquelas conversas mudariam o rumo de suas vidas.

Já em 2012 o grupo decidiu criar um software — Democracy OS — para tomar decisões de forma mais inteligente, de maneira que as pessoas pudessem discutir e votar em propostas sem que o debate durasse horas e horas. A intenção era facilitar a discussão sobre política, estimulando que mais pessoas tivessem vontade de participar desses debates.

O grupo logo percebeu que a ideia do software era muito boa, mais ainda falta algo que pudesse aumentar a incidência política das discussões que estavam sendo feitas na plataforma e, após muito debate, decidiram criar um partido político: o Partido de la Red.

Não deixe de ler o manifesto do partido feito em 60 tweets. ❤

A ideia era usar a plataforma como espaço de debate aberto, livre e gratuito, permitindo que qualquer pessoa, independente de filiação política ou ideologia, pudesse debater e votar em projetos e leis. E o partido seria a conexão com a institucionalidade. Propuseram à sociedade um contrato: Toda decisão tomada na plataforma seria adotada pelo candidato que fosse eleito pelo partido.

“Propusemos à sociedade um contrato. Vamos sempre votar em acordo com o software.” Agustín Frizzera

Foto do encontro feito na Vilynda, Vila Madalena, São Paulo.

É um partido “troiano”, comentou Santiago Siri, um dos fundadores do Partido de la Red, fazendo referência a estratégia dos troianos de conquistar o inimigo entrando em seu próprio sistema. “Nosso candidato é um cavalo de troia” que será eleito dentro do atual sistema, mas vai representar exatamente o que as pessoas estão votando na plataforma.

A primeira pergunta que nos vem a mente é até quando esse compromisso será de fato cumprido. Agustín Frizzera, fundador do Partido de la Red e primeiro candidato pelo partido nas eleições de 2013, afirmou que cumpriria todos os votos que fossem deliberados na plataforma, mesmo que eles fossem contrários a sua própria opinião e afirmou: “Um voto construído coletivamente é mais importante que um bom voto”.

“Um voto construído coletivamente é mais importante que um bom voto” Agustín Frizzera

Para os fundadores do Partido de la Red, esse processo é importante pois se não for capaz de mudar a estrutura do sistema, ao menos será capaz de mudar os cidadãos. Segundo Frizzera, uma pesquisa feita na Argentina em 2012 afirmou que 75% dos argentinos não conversavam sobre política no dia a dia e que 60% não se importavam sobre o assunto. Ou seja, aumentar o número de pessoas debatendo sobre o tema já seria um primeiro passo.

“Usar as ferramentas ou para mudar a estrutura ou para melhorar os cidadãos que podem melhorar a estrutura” Agustín Frizzera

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Veja o relato da segunda parte do encontro neste texto: Perguntas que gostaríamos de responder num futuro próximo

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Tulio Malaspina
Instituto Update

Campanhas + mobilização + ativismo + política | Malabarista de soluções na @sustentalab + Colaborador na @Eativismo + Mágico no @update_politics