Soro Obra 004

Eduardo Fraga
U R U B U
Published in
2 min readMay 7, 2020

Um disco, um filme, um livro, um estudo. O soro_obra é dedicado a criações e pensamentos que prendem e libertam nossos olhos e emoções.

PARA QUEM JÁ MORDEU UM CACHORRO POR COMIDA, ATÉ QUE EU FUI LONGE, 2009, Emicida

2010. Meu segundo ano em São Paulo. Um amigo paulistano convidou para o show do EMÍCIDIO (2010), segunda mixtape do Emicida. Show perto, ele me disse, seria no estúdio M em Pinheiros.
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Nunca tinha visto o Leandro ao vivo, mas conhecia a fama. Homicida. O cara das batalhas. Corre independente. Rap nascido brasileiro. Tinha me impressionado com a primeira mixtape, do ano anterior, mas é no ao vivo que o artista se prova.
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16 de outubro, show lotado. A empolgação com o show e a falta de fluência na cena do rap não me permitiu prever o que viria. Platéia cantando — muito — todas as músicas. Vários MCs no palco. Na época, pelo rosto, não conhecia nenhum. Todos se divertiam, uma celebração de um novo rap paulista emergindo para além. Uma vitalidade impressionante.
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No final do show, uma cara conhecida: KLJ entrou no palco com um microfone na mão e uma placa. 10 mil cópias vendidas do “Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe”, a primeira mixtape do Emicida. No Myspace, na mochila, no show, na rinha e no boca-a-boca. 10 mil discos independentes vendidos. O futuro parecia ter chegado.
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Para fechar, com todos no palco, Emicida canta ‘Triunfo’. Entre lágrimas, abraçado por Dona Jacira, Fióti, Dan Dan, Kamau, Criolo e por todos nós.
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Saudades das surpresas do ao vivo.
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Fiquem em casa.
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Créditos do Filme: EvoluSom

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