Agência am4\rio de janeiro - imagem apenas ilustrativa NÃO TENDO NENHUMA RELAÇÃO COM O POST.

Porque eu escolhi não trabalhar em agências

Você deve estar se perguntando: o que esse cara tá falando? A explicação vem logo abaixo

Flavio Barros
3 min readJun 25, 2013

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Começo este post contraditóriamente dizendo o porque eu gostaria de trabalhar em agências.

Em agências o trabalho é diversificado, são projetos variados, diversos produtos e, por mais que existam aqueles jobs que serão “sempre iguais”, aqueles que pagam o salário da galera no fim do mês, sempre cai um novo projeto ou cliente com aquele job sensacional para “oxigenar” a área de criação.

O grande problema é a remuneração. Na maioria das entrevistas que fui e nas agências que trabalhei, o criativo sempre é mal remunerado. Geralmente oferecem o salário e transporte. Não existem benefícios. Plano de saúde é coisa rara, vale-refeição nem pensar. E o salário também não é dos melhores. Não quero generalizar, estou expondo as minhas experiências aqui no Rio de Janeiro. Talvez a maioria dessas empresas sejam a ralé das agências mas tenho minhas dúvidas quanto a isso. Tive, também, experiências positivas em relação à remuneração mas numa escala 10 vezes menor.

Lendo o blog Update or Die me deparei com o seguinte post: Pague mal seus funcionários e outros modernismos. Um texto muito bacana mas o que me chamou atenção foi item 5 que diz:

Existe um velho debate sobre como deve ser a motivação dos profissionais criativos. Ao longo das últimas duas décadas, psicólogos têm mostrado evidências do que se chama de “over-justification“. O processo pelo qual altas recompensas reduzem o interesse genuíno e intrínseco dos indivíduos. De novo, como pais que não devem premiar filhos por fazer apenas o que é esperado deles.Moral da história? Quanto mais você pagar para alguém fazer o que ama, menos ele vai amar essa tarefa. Está mais do que provado que profissionais criativos motivam-se menos por dinheiro e mais por reconhecimento e simples curiosidade científica.

Será que algumas agência pensam assim? Não concordo.

Em uma entrevista, numa agência de design mundialmte famosa, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o clima descontraído do lugar e o ambiente aconchegante. Macs por todo lado, livros de design e referências pra todo lado, gente bem jovem em sua maioria (leia-se 20 a 25 anos). Assim que eu ví tudo isso meu primeiro pensamento foi de querer trabalhar nesse lugar.

A entrevista se desenrolou bem, o clima de uma conversa informal, com risadas, histórias, e cada um falando um pouco de si. Mas aí chegou a hora de falar da remuneração e aquele pensamento de querer trabalhar lá foi por água abaixo. Me ofereceram uma remuneração um pouco maior. Perguntei dos benefícios e a respota foi vale-transporte. Nesse momento se fez o silêncio de 3 segundos, eu estava esperando ele falar o resto quando eu percebí que era só isso. Perguntei do vale-refeição e plano de saúde e a resposta foi:

“Aqui não damos vale-refeição mas temos um refeitório com micro-ondas e você pode trazer sua marmita sem problema nenhum”.

Terminamos a conversa num clima bacana e recusei a proposta por e-mail.

Desde então comecei a procurar empregos em departamentos de marketing dentro das empresas. O trabalho, depois de um tempo, se torna repetitivo e, às vezes, até chato mas paga muito melhor e te dá benefícios que muitas agências não dão como participação nos lucros.

Essas são experiências minhas. Como disse, não quero e nem posso generalizar.

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Flavio Barros

Creative Director do Rio de Janeiro. Apaixonado por tecnologia mobile, fotografia e, claro, Design. www.cargocollective.com/barros