8 frases que definem a cultura do NEU

NEU
Núcleo de Empreendedorismo da USP
6 min readApr 16, 2018

Nos diversos estudos em Administração de Empresas, temos a definição da cultura organizacional seguindo aquela frase típica (com variações muito sutis): a cultura de uma empresa é um conjunto de premissas básicas compartilhadas e legitimadas por um grupo de participantes que integram tal realidade, reunindo comportamentos, crenças, valores, políticas internas e externas da organização. Ok. Mas o que quer dizer, na prática, tudo isso? A cultura é algo espontâneo ou já é escrita logo no primeiro dia da empresa?

Foto: InovaLab — a casa do NEU. Por Artur Vilas Boas.

Queremos trazer neste texto, a cultura do Núcleo de Empreendedorismo da USP traduzida em palavras — não se restringindo apenas em frases bonitas nas paredes, mas com muita ação no dia a dia. Realizamos entrevistas individuais com cada membro da organização para entender seus principais entendimentos e percepções a respeito da cultura que criamos, ou melhor dizendo, da nossa realidade no modo de agir e trabalhar. Sintetizamos tudo isso em 8 postulados:

  1. Led by entrepreneurs

Em português “liderado por empreendedores”, é assim que buscamos conduzir os nossos projetos, com perfil empreendedor: muita garra, disciplina e resiliência para alcançar um objetivo. Trabalhamos com muita pró-atividade para resolver uma dor: fortalecer o ecossistema de empreendedorismo na USP. E para isso, muita coisa tem que ser feita. Um dos projetos que realizamos foi a produção de 5 cursos em formato MOOC (Massive Open Online Course), em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa, para a plataforma Coursera, em menos de um ano, sem estúdio de gravação, roteiro pronto, ou equipamentos de última geração. Ser empreendedor é agir sem todos os recursos necessários, é arriscar em um projeto com a probabilidade de fazer algo grandioso e que gere muito valor.

2. A força do time está em cada membro. A força de cada membro é o time

Essa frase é atribuída à Phil Jackson, ex-treinador do famoso time de basquete “New York Knicks”, e se aplica bem em nossa cultura. Todos nós trabalhamos e acreditamos em uma missão, e cada membro desempenha seu papel único, para que juntos, consigamos atingir nossos objetivos. Agimos como um time quando pedimos opinião sobre usar o laranja ou o roxo para fazer a identidade visual de um novo projeto, quando celebramos juntos que conseguimos conectar um aluno em uma vaga de startup da nossa rede, quando temos todo o time junto no fim de semana para ajudar no operacional de um evento, quando pedimos pizza sexta-feira a noite porque todo mundo ficou até tarde trabalhando (algo que já se tornou rotina). É o verdadeiro “um por todos e todos por um”. Qual seria o sentido de realizar as coisas sozinhos?

3. Lidere para gerar confiança e segurança. Lidere para formar novos líderes

Empoderar lideranças é o nosso foco. Qualquer membro do NEU tem total liberdade em propor um novo projeto e ser capitão dele, embarcando em uma nova aventura. Construímos um ambiente confortável para que todos nós tenhamos autonomia para realizar coisas novas, inspirando e delegando tarefas a outros membros a partir das posições que assumimos nos projetos. Temos a consciência de que liderar é assumir responsabilidades para desempenhar um trabalho de excelência para os nossos usuários e para o time como um todo, e isso consiste em dar feedbacks sinceros aos nossos membros — acontecem de maneira totalmente horizontal no NEU, e que, às vezes, podem ser feedbacks negativos, mas sempre com o foco no desenvolvimento do potencial de cada um.

4. Para de chorar e executa!

Talvez esse seja o postulado que, de fato, mais falamos no dia a dia. No NEU focamos em trabalho e não em reclamações ou desculpas aleatórias. Estamos aqui para executar e lidar com nossas responsabilidades, por milhões de fatores externos que venham a atrapalhar — porque eles sempre virão. Sempre. O patrocinador falou que iria pegar a cota 5x e no final só patrocinou com x? Ok, comece a encontrar outros canais para conseguir mais grana, e faça rápido. O curso de capacitação para alunos trabalharem em startups não está com a estrutura pronta? Ok, vai arrumando um dia de cada vez. Cancelar algo por que não sabe como fazer?! Jamais! Não é reclamando que você vai encontrar uma solução, então comece a executar!

5. If everything seems under control, you’re not going fast enough

Frase famosa do piloto Mario Andretti, que em português se traduz em “Se tudo parece sob controle, você não está indo rápido o suficiente”, que significa que estamos vivendo em meio ao caos. Mas aqui, estamos nos referindo a um caos bom. É o caos que vai nos manter fora da nossa zona de conforto, nos fazendo crescer com projetos maiores, acelerando o nosso desenvolvimento pessoal e profissional, subindo a nossa barra de execução, e, em resumo, nos fazendo evoluir como organização e como pessoas. Produzir 5 cursos ao mesmo tempo, com apenas 3 membros frente ao projeto, em menos de um ano, com mais de 40 colaboradores gravando as aulas, não parecia ser algo controlável ou realizável. E, hoje, você pode conferí-los aqui no perfil da USP no Coursera. (Uhul, lançamos, finalmente \o/). Abraçar novas parcerias a cada dia em apenas uma semana não parecia ser algo tranquilo, mas foram oportunidades que nos fizeram crescer em outros institutos da USP. Se tivéssemos controle de tudo o que faríamos durante o ano, desde do dia 1 de Janeiro, não estaríamos aqui escrevendo este texto.

6. Know how to play the game

Aqui falamos de “saber como jogar o jogo”, em um mundo de “gente grande”. Somos universitários, mas trabalhamos com muita seriedade e responsabilidade. Desse modo, conquistamos a credibilidade de nossos parceiros: desde grupos de extensão na USP, professores de vários institutos, à Pró-Reitoria de Pesquisa, nosso parceiro estratégico e institucional. Trabalhamos para fortalecer um ecossistema de empreendedorismo, e, para isso, é mais do que nossa obrigação entender todos os players, suas necessidades e vontades dentro da rede. Entendemos que saber nos comunicar é tão importante quanto sabermos executar os projetos dentro de nossa casa.

7. Plan, do, check & repeat

“Planeje, faça, cheque & repita”, ou o quase famoso ciclo PDCA (plan, do, check & act) que aprende-se nas escolas de negócios, mas com uma pequena mudança para nos aproximarmos do nosso MVP (minimum viable product — o produto mínimo viável) dos projetos. É dessa maneira que estruturamos e executamos o nosso trabalho, de modo a entregar sempre o melhor serviço para os alunos, nossos usuários. Se no StartupSHIP, (projeto que conectamos alunos às vagas de startups) não estamos conseguindo fazer o “match” com eficiência, quais são os pequenos testes que podemos realizar para melhorar o projeto? O modelo X deu certo? Ótimo, vamos repetir. Se no StartupLAB, (pré-aceleração de projetos) as equipes estão tendo um turnover alto, como podemos corrigir esse problema? Talvez, devemos rever o nosso programa. Então, nos reunimos 2 ou 3 vezes para redesenhar e já começamos a executar alguns planos novos com algumas equipes. Deu certo? Continuamos. O problema ainda não se resolveu? Vamos tentar outro modelo até encontrar algo que funcione para executar o projeto com eficácia.

8. It’s all about user obsession

É tudo sobre obsessão pelo usuário. O nosso usuário é o nosso centro, é como se ele fosse o sol e nós fossemos um dos planetas que nele orbita. A razão de fazermos o que fazemos é pelo nosso usuário, no caso, os agentes do ecossistema de empreendedorismo da USP: principalmente alunos e as startups que aqui nasceram. Desse modo, praticamos a empatia em todas as oportunidades que temos, seja interagindo pessoalmente ou virtualmente, em eventos, recepcionando visitas em nossa casa, em reuniões, dando dicas e ajudas, ou apenas oferecendo um café. Queremos proporcionar a melhor experiência dos nossos usuários através dos nossos serviços, e sempre caminhar para melhores desempenhos com os seus feedbacks. Afinal, o nosso propósito (de fortalecer o ecossistema) se baseia em pessoas — e suas relações umas com as outras.

Bom, respondendo às perguntas escritas no começo do texto, a cultura é espontânea, e vai sendo construída ao longo do desenvolvimento da organização. Espontânea, pois é autêntica e natural, a partir das interações entre as pessoas do time e o compartilhamento de suas ações para atingirem um objetivo em comum. A partir daí, alguns padrões podem ser observados e começamos a falar de cultura, e também a definir a identidade da organização, que reúne, de maneira mais sintética, tudo o que ela faz, pretende fazer e em quais aspectos ela se baseia para trabalhar seguindo a sua missão — que, neste texto, compilamos através dos 8 postulados do NEU.

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Até a próxima! :D

- Camila S. Yamashiro

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