#TheDevConf 2017 — Trilha Acessibilidade: Acessibilidade com Usabilidade — Um caminho para o desenvolvimento de aplicativos móveis acessíveis
Relato da palestra de Marcelo dos Anjos na Trilha Acessibilidade do The Developer’s Conference São Paulo.
Este post faz parte da série de relatos sobre as palestras da Trilha Acessibilidade do TDC-SP 2017.
Marcelo Anjos, analista de sistemas no Samsung Instituto de Desenvolvimento para a Informática (SIDI), compartilhou sua experiência no desenvolvimento de diretriz de acessibilidade para dispositivos móveis junto às equipes do SIDI e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A motivação para o trabalho foi o percentual de pessoas com deficiência no Brasil e a projeção do aumento de número de idoso no Brasil até 2040, público que também necessita que as aplicações sejam mais acessíveis.
Marcelo explicou que, mesmo com dificuldades, as pessoas com deficiência utilizam aplicativos comuns como WhatsApp e Facebook. Portanto, o foco não deve ser desenvolver aplicativos específicos para pessoas com deficiência, mas sim prover acessibilidade aos aplicativos existentes.
O desenvolvimento do conjunto de diretrizes do SIDI contempla até o momento a deficiência visual, mas há o projeto de incluir recomendações relacionadas a outras deficiências.
As 52 diretrizes passaram por um processo de desenvolvimento criterioso desde Janeiro de 2015, do levantamento de requisitos à avaliação. Até o momento foram produzidos:
- Guia de requisitos para aplicativos móveis disponível para consulta online;
- Recomendações para as seguintes etapas de desenvolvimento: design de interfaces, codificação e testes;
- Aplicativo “Controle Fácil” para a plataforma Android para registro de despesas com cartão;
- Vários artigos acadêmicos que mostram os resultados do projeto.
Durante a palestra, Marcelo apresentou alguns requisitos de acessibilidade propostos com exemplos:
- Os componentes e informações da interface devem contribuir diretamente para a funcionalidade da aplicação;
- Os componentes da interface devem ser entendidos sem a utilização de cores;
- Todos os componentes da interface devem possuir rótulos (é muito comum ver controles de interface com rótulos como “Botão 31” que são lidos pelos leitores de tela”);
- A aplicação deve informar todos os eventos visíveis ao usuário;
- O leitor de telas deve informar o contéudo de um componente assim que tocado, interrompendo qualquer leitura em andamento;
- As telas da aplicação devem disponibilizar o botão “voltar” para a tela anteriormente acessada pelo usuário;
- A aplicação deve fornece instruções de preenchimento dos campos de entrada dos dados.
Para finalizar, Marcelo apresentou algumas telas do aplicativo Controle Fácil, onde foram seguidas 37 das 52 recomendações e apresentou os próximos passos do projeto.
O diferencial deste projeto é ter recomendações técnicas de fácil compreensão, mais específicas e que vão além das recomendações mais generalistas sobre acessibilidade para aplicações.
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