Eles diziam:
- O romance é uma mentira bonita!
- Tudo é sobre sexo no final!
- Nosso objetivo é reproduzir!
- Romantizar é iludir!
Eles continuavam:
- Quanto menor a expectativa, menor a dor;
- Todos pensam apenas em si, é essa nossa natureza;
- Nascemos sozinhos, morremos sozinhos;
- Seja cético, seja realista;
Então, decididamente, declarei minha culpa e perguntei:
- Sem nossos contadores de história - sem nossas mitologias, livros, filmes, novelas, teatros, poesias, prosas e músicas - o que nos sobra além de um ceticismo lógico, um realismo biológico? Nos sobra apenas o cínico olhar do mundo?
Me sobra a culpa de sonhar que dentro da carne há uma essência, uma mistura do caos da natureza que nos resulta em algo mais que corpos ambulantes hiperssexualizados e caçadores. Então aceito a culpa de acreditar em uma bela mentira em vez de uma realidade mórbida.
Assim desculpo-me por meus erros, mas jamais pelo brilho nos meus olhos.