Como definimos um MVP?

Valter Augusto Reynaldo
Hub de Design TOTVS
4 min readDec 9, 2021
homem consertando um carro para uma mulher e conversando com ela

Atualmente, muitos times de produto realizam um bom processo de Research, geram inúmeras ideias em sua etapa de ideação, mas poucas equipes sabem definir um bom Mínimo Produto Viável, ou para os mais íntimos, MVP.

Mas afinal de contas, o que é um MVP?

O desenvolvimento incremental tem como característica ter pequenas entregas e incrementos constantes. Portanto o MVP é a versão mais simples, ou mais enxuta, com poucas Features, de um produto ou serviço, sempre entregando valor ao usuário.

Nossa entrega não pode ser apenas funcional, ela precisa ser confiável, o usuário precisa conseguir usá-la e também ser agradável e significativa.

Existem uma série de benefícios em termos um bom MVP que seja enxuto, com proposta de valor clara e que atenda nossos usuários e é sobre isso que falaremos nesse artigo.

Mas por onde começamos?

Ilustração com três pessoas fazendo um planejamento em volta de uma mesa

Nosso MVP começa antes mesmo do projeto, fazemos algumas sessões com os stakeholders para alinharmos sobre o que pretendemos resolver com essa solução, onde foi identificada essa demanda e quem são nossos usuários-chave (que irão validar se esse problema realmente acontece e nos dizer suas reais necessidades). Ali começamos a entender qual o valor que pretendemos entregar. E isso vai ser o norte para nosso MVP.

Durante a etapa de ideação, nós, junto com os usuários, geramos ideias para resolver os problemas que encontramos durante a etapa de Research desse projeto. Durante uma sessão de ideação conseguimos gerar uma quantidade enorme de ideias e elas precisam ser organizadas, quebradas ou agrupadas e priorizadas.

Após agruparmos e organizarmos as ideias, usamos uma Matriz de Impacto, onde vemos qual o impacto de cada ideia no dia-a-dia do nosso usuário e para nós. Após sabermos os impactos precisamos descobrir o tamanho de cada ideia e para isso usamos uma Matriz de esforço X valor, onde analisamos ideia por ideia para identificarmos qual o esforço para desenvolvê-la (E, EE ou EEE) e qual o valor dela para o usuário ($, $$ ou $$$).

Imagem com seis post its, um para cada ideia para a matriz de esforço x valor
Exemplo de como as ideias ficam no Miro

Assim conseguimos visualizar quais causam mais impacto e quais irão gerar mais valor, além do tamanho de cada uma. E assim podemos começar a desenhar com quais ideias nosso MVP irá começar.

Para isso, seguimos uma regra que chamamos de Ondas de Inovação, onde para cada onda seguimos algumas regras:

- Máximo de 5 de esforço, mínimo de 2 idéias e de 4 de valor.

Com isso vamos analisando todas as ideias e preenchendo nossas Ondas de Inovação, sempre começando pelas que geram mais valor e causam mais impacto para os usuários, confrontando a Matriz de Impacto e a Matriz de EsforçoXValor.

Imagem de um board do Miro, mostrando os posts its das ideias separados por ondas e quais farão parte do MVP

Após colocarmos todas as ideias, olhamos para as ondas, e juntos, definimos o mínimo de ondas (ou o mínimo de Features) que conseguiremos entregar valor e que nosso usuário irá conseguir ter um produto útil, confiável, usável, agradável e significativo. As ondas posteriores são tratadas como incrementos do nosso MVP.

Aqui já temos o desenho do nosso MVP, esse material segue para prototipação de baixa, validação, prototipação de média, validação, layout e posteriormente fazemos a entrega para o time de desenvolvimento e acompanhamos a construção dessa solução.

Concluindo

Mulher olhando para um desenho em uma lousa e o mesmo desenho mais evoluído e colorido em um tablet enorme

Quando falamos do processo do desenvolvimento ágil, pensamos em receber feedbacks rápidos dos clientes para criar soluções cada vez melhores, sempre gerando valor para os usuários. Mas sabemos que na prática não é bem assim.

Alguns problemas podem acontecer:

  • As funcionalidade que entregamos não geram o impacto esperado;
  • Pouco valor sendo gerado, de fato, para o usuário;
  • Processo moroso de priorização do backlog;
  • Produto inicial muito grande;
  • Pouca ou nenhuma inovação entregue;
  • Baixa produtividade do time.

O MVP nos permite prototipar de maneira rápida aquilo que idealizamos para o produto e iterar diversas vezes, sempre coletando os feedbacks de nossos clientes.

Isso garante que não vamos errar? Não, mas é melhor errar rápido, corrigir o erro e aprender com ele.

Para gerarmos valor aos nossos usuários é necessário entendê-lo e constantemente entregar produtos que o ajudem em seu dia-a-dia.

Ficou com alguma dúvida ou quer conversar mais? Me chama pra gente trocar uma idéia!

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