Construir um workshop sobre usabilidade
Objetivo claro e planejamento feito. Criar um workshop sobre usabilidade e com a possibilidade de expandir para uma capacitação de outros públicos como POs, DEVs front-end e outras pessoas afins.
Estava cheio de dúvidas. Assim, percebi que estava pronto para descobrir algo que não sabia. Bora começar falando com as pessoas! Chamamos designers, POs e DEVs para um cardsorting afim de priorizar quais assuntos iriamos levar pro workshop.
No meio disso, uma agenda pra falar sobre instagram que virou sobre o Integra Design, um evento que deu certo em 2020 e queremos evoluir em 2021 — um evento que reúne designers de toda a empresa, que deu certo em 2020 e queremos evoluir em 2021. Ficou definido que o assunto do primeiro Integra desse ano seria, justamente, usabilidade. Aquilo que eu já tinha começado a desenhar, mudou logo no início — o que eu achei surpreendente, pois não tinha mapeado tais possibilidades. Fiquei resistente comigo mesmo, pensando: será que é o momento de montar esse conteúdo? Outros designers, eles sim especialistas em usabilidade, já passaram pelo UX Lab e nunca chegaram a formatar e aplicar um workshop desses. Sim, bateu o medo e a insegurança. E isso ficou na cara.
Depois que respirei, senti que era o desafio que queria aceitar, não porque seria fácil, mas justamente porque seria difícil.
Alinhado com a Gabriela Cavagliero e apoiado pelo Leonardo Campos, segui trabalhando mesmo com dúvidas se chegaríamos em algum lugar. Analisamos benchmark interno e externo e cruzamos com o cardsorting para montar nossa proposta de workshop de usabilidade a seria aplicado em 1 dia.
O Leo pega esta estrutura inicial detalha mais e depois dividimos as tarefas. Cada um ficaria responsável por um bloco de conteúdo conceitual, exemplos e dicas. As atividades estavam mapeadas e convidamos a Mayara Brandão da Silva para um sessão de ideação. Sim faltava uma mulher alegre e criativa, Mayara chegou chegando com a sugestão da primeira atividade: 7 erros, uma dinâmica simples e lúdica para encontrar falhas de usabilidade nas interfaces apresentadas. Leo e eu piramos e co-criamos sobre a ideia da Brandão.
Seguimos e validamos a estrutura com a Gabi. Com alguns pontos de observação, críticas e validações espontâneas; Leo e eu saímos empolgados. Porque começamos perceber que íamos conseguir construir algo que faria sentido.
Mas e as atividades práticas? Tínhamos muitas dúvidas: se as explicações das atividades estavam claras; se o tempo era suficiente; se era perceptível a ordem lógica das tarefas; se as tarefas trariam um benefício real e prático aos participantes; entre outras. Leo disse: temos que testar.
Convites enviados, mas como cada designer tem seus desafios nos times, tínhamos poucas confirmações no dia do teste. Leo cobrava a galera e eu pensava num plano B caso não acontecesse esse teste na data marcada. Mas, deu tudo certo, a galera apareceu e conseguimos fazer 2 times. Enfim, foi muito produtivo, não porque foi tudo perfeito mas, principalmente porque aprendemos muito: onde precisa explicar melhor, onde devemos ser mais ágeis, onde podemos dar mais liberdade. Tudo anotado e agora tenho ajustes que levarei pra próxima sprint. Ajustes nas atividades e conteúdo, além da preparação das pessoas facilitadoras criativas (time de apoio).
Em meio a tudo isso, durante uma prática meditativa, li um texto que dizia mais ou menos assim:
Suave e flexível é o homem quando nasce;
Duro e rígido quando morre…
…Força e grandeza são atributos dos inferiores;
Suavidade e leveza são características superiores.
Tao Te Ching — Lao Tzu (tradução e comentários Laércio B. Fonseca)
Este texto me fez refletir a respeito desse desafio. O quanto preciso ser suave e flexível para acolher o novo. E frente às mudanças, que sempre vem, devo evitar ser duro, rígido e cheio de certezas, para que uma possibilidade não morra em minhas mãos. Mas, que eu tenha coragem e leveza para acolher o meu medo de fracassar e isso sempre me motive a aceitar o desafio de inovar.
Então, desejo que ninguém sufoque seus medos. Mas pelo contrário, hidrate suas carências afim de transformá-las, um dia, em qualidades.
