Por que “raios” migramos para o UX Design?

Gabriel Closel
Hub de Design TOTVS
9 min readMar 4, 2020

A profissão de designer nunca esteve em tanta evidência, e profissionais da área estão começando a ocupar posições estratégicas dentro de grandes empresas. Uma peculiaridade que se nota nessa nova era do design, onde passamos a lidar com problemas e necessidades extremamente complexos da nossa sociedade, é a enorme quantidade de profissionais que exerciam outras profissões antes de migrar para a área de experiência do usuário.

No time do UX Lab, dos 10 designers que temos, apenas um começou a trabalhar com UX no primeiro emprego, que fui eu (rs).

Conforme a importância do design de experiência vai crescendo, novas pessoas começaram a se interessar pela profissão e começam a desejar uma migração para esta área. Sendo assim, decidimos escrever este texto onde cada um vai contar um pouco sobre os motivos que nos levaram a migrar para o UX Design.

Esse é o time do UX Lab. Olá, muito prazer :)

Como eu acredito que tudo na vida precisa ter uma certa ordem, vamos seguir uma ordem cronológica aqui, as pessoas mais velhas vão contar primeiro os seus motivos.

Vamos começar com o Douglas, que aqui chamamos carinhosamente como Doug, que antes de mudar para o design, se formou em publicidade e acreditava que suas ideias eram para vender produtos.

"Porque no início da carreira eu pensava que tinha ideias para vender produtos, e agora sei que meu produto é vender ideias. Formado em publicidade, eu trabalhava para convencer o cliente que o produto era bom pra ele. Mas agora, após trabalhar como assistente de criação, motion designer, diretor de arte, freelancer e ter uma agência de comunicação; percebi que o usuário conhece suas dores e é possível descobrir suas necessidades. Então, me vi sendo conduzido pelos projetos a trabalhar orientado ao usuário e criar soluções junto com ele e não sem ele. "

Esse é o Doug. A pessoa mais pacífica do nosso time.

Já o Tiago, trabalhou com publicidade e marketing, mas não se sentia confortável em não gerar valor significativo para o usuário final, até que decidiu migrar.

A minha mudança para UX se deu no momento em que percebi que o trabalho realizado por mim, em sua grande maioria, não gerava valor significativo para o usuário final (aquela pessoinha que usa a solução diariamente). Gerava valor somente para uma parte da cadeia de valor; Foi aí que percebi que poderia fazer muito mais. Lembro da época em que trabalhava somente concebendo interfaces “bonitas” através de ideias e conceitos, muitas vezes, vagos. Mas a forma é somente a ponta do iceberg na experiência do usuário, faltava algo, faltava pensar na função e em como gerar valor para as pessoas desde o primeiro contato com a solução. Foi aí que conheci o Design Thinking como abordagem para criar melhores experiências para as pessoas, pensando em todos (clientes, desenvolvedores, time de negócio, suporte e designers) envolvidos no processo de desenvolvimento e manutenção.

Esse é o Tiago. O melhor pior imitador do nosso time.

O Henrique, que a gente a chama de Peixe (que é o sobrenome dele), começou a carreira como desenvolvedor front-end, mas durante os anos passou por diversas transformações e uma maturação do que é o design.

Iniciei minha carreira como frontend e onde eu trabalhava o caminho natural era evoluir para desenvolvimento backend, tal transição era realizada aos poucos e eu já estava lá, após dois anos começando uma nova aventura. Mas a diretora de arte sabia que eu desenhava e me fez uma proposta para me tornar assistente de arte, pois precisavam também de um ilustrador, minha pergunta para aceitar foi: “paga bem?”, a resposta foi: “sim”, daí a Cristiane Caldeira me convenceu. Fácil, né? Na verdade não, pois passei por uma redescoberta do que era ser designer. Há poucos anos atrás me questionava se eu era realmente bom no que fazia, se eu estava no caminho certo, se eu tinha uma carreira/profissão, pois eu não estava bem profissionalmente, estava me convencendo que fiz a escolha errada anos antes, daí entra um cara que me deu uma indicação de ouro. Entrei em contato com uma das pessoas que mais me ensinou (lá atrás) o que eu tinha que saber de correto sobre ferramentas e o que é ser um bom designer quando me tornei assistente de arte, Tiago Costa, e ele me indicou na TOTVS, mais corretamente no UX LAB, então Gustavo Oliveira me deu a chance que eu precisava, fui contratado e aqui descobri qual a verdadeira essência de um designer e consegui finalmente me reinventar com uma equipe (sempre) incrível e acolhedora.

Esse é o Peixe. O melhor crítico do mundo.

A Gabriela Cavagliero, é formada em administração e gestão de projetos, mas foi há 5 anos atrás que ela descobriu a razão em ter disposição para trabalhar todos os dias.

Há 5 anos atrás eu descobri a razão de todos os dias ter disposição e vontade de trabalhar. Eu sou a Gabriela designer, formada em administração de empresas e pós graduada em gestão de projetos. Sim, não tenho formação em design e nem em TI. Caí de paraquedas neste mundo mágico que nunca mais quero sair. Trabalho na TOTVS há 10 anos e já mudei de área 3 vezes, sempre buscando aquilo que realmente me fizesse brilhar os olhos, sempre em busca de conhecimento. Foi quando meu amigo Mateus me disse sobre uma vaga de projetos no UX lab. Fui apresentada na época para o head da área Fábio Miranda, conversamos e ele me deu a oportunidade de trabalhar com gerenciamento de projeto de design e assim que entrei ele já me colocou para participar de um "projetão" com o MESTRE Gustavo Oliveira, onde eu aprendi muito e a partir de então descobri o quão prazeroso é para mim trabalhar com design.

Essa é a Gabi. A super mãe do nosso time.

O Jeferson sempre acreditou no UX, mas foi depois que assistiu uma palestra de um grande designer que tudo passou a ter sentido.

Na verdade eu não migrei para UX, eu sempre acreditei no que UX prega então eu me achei, e esse encontro tem ligação em fazer coisas para as pessoas, melhorar a vida delas e entender sempre antes de criar e assim tudo fazia sentido. Mas este start só fez sentido quando assisti uma palestra de design de Alexandre Wollner que sempre dizia antes de qualquer coisa, descubra para quem você vai criar, depois crie no papel e depois válida sempre, o processo nunca acaba.

Esse é o Jef. A pessoa mais elegante do nosso time.

O Wilson, que a gente chama de Bizon (também porque é o sobrenome dele), sempre se interessou por tecnologia e inovação, e quando conheceu a arquitetura da informação se identificou com a área, até chegar no que conhecemos hoje como UX.

Sempre me interessei por tecnologia e inovação, e foi lá que comecei minha carreira. Trabalhei em várias áreas dentro de TI, mais especificamente em motion design, criação e desenvolvimento front . Por um tempo foi onde me encontrei, haviam desafios e um mercado amplo para atuação. Nessa fase não existia qualquer envolvimento com usuário, tudo era feito baseado na experiência do designer e do desenvolvedor. Isso funcionava até certo ponto, mas na maioria dos casos saiam soluções que não eram de fato o que o usuário precisava. Nem ao menos havia uma visão clara da importância do usuário, já que esse empoderamento só viria muito tempo depois. No mercado, a Arquitetura de Informação ganhava força, e isso de cara me conquistou, já que eu podia pensar mais no usuário e conhecê-lo a fundo. Muitas empresas passaram a se destacar por atuar com o usuário como foco nas soluções. Então passei a me dedicar mais a isso, transitando por diferentes áreas de conhecimento que envolviam usuário, o que hoje conhecemos por UX.

Esse é o Bizon. Mestrado e doutorado em piadas ruins.

A Ju, é formada em design de moda e teve que se desapegar de uma roupa velha para conseguir migrar para UX.

Como uma formada Design de Moda que migrou para UX, vou explicar essa trajetória com a analogia mais óbvia e talvez mais boba possível. Sair de moda e migrar pra UX, não foi fácil de fazer e tão pouco de aceitar. Foi como não querer se desfazer daquela roupa velha que você tem apego emocional (afinal, fazer moda sempre foi um sonho de criança), aquela roupa que você insiste em usar. Mas essa roupa não te deixa mais confortável como a anos atrás e você sabe que além dela estar desgastada, ela já não tem mais nada a ver com seu estilo. Então você vai lá e a reforma, tingi, corta e transforma em algo que faça sentido novamente, sem precisar jogá-la fora ou comprar uma nova. Foi o que aconteceu comigo, eu mantive a minha paixão por design e pela área criativa, mas a transformei em algo novo. Algo que hoje tem mais a ver comigo e com a minha visão do que é design, muito mais estratégico e com foco nas pessoas. Hoje eu posso vestir aquela velha roupa que eu tanto amo , mas de outra maneira, talvez transformada em um vestido ou em uma jaqueta, e mesmo assim continuar a ser eu mesma.

Essa é a Ju. A pessoa mais estilosa do nosso time.

O Leleo, trabalhava no departamento de RH da TOTVS, mas eles sempre soube que queria trabalhar com design, só não conhecia esse nome ainda.

Desde criança sempre fui um geek apaixonado (sinônimo bonito para viciado) por videogames. O meu primeiro contato foi com Playstation 1 da Sony, onde passei boa parte das tardes da minha infância jogando Pitfall, Crash, Vigilante 8, Silent Hill, entre outros 7 mil CDs que eu ainda tenho, mas o clássico Resident Evil 3 era o jogo que mais dediquei meu tempo junto com meus amigos para zerar. Antes das louváveis memórias de terabytes e das nuvens de armazenamento, nessa época utilizamos o esforçado Memory Card de incríveis 1 MEGA, e, geralmente, utilizamos um save comunitário para passar de um boss específico, e, assim que o boss era derrotado, duplicamos este save para outros memory cards para que cada um pudesse jogar em seu vídeo game. Este processo, além de ser demorado e confuso, parecia que estava fadado ao erro de save corrompido (que só era informado no momento eu que você tentava carregar este save em casa). Lembro que este processo me deixava extremamente reflexivo de qual outra maneira ele poderia ser feito para que não causasse tanto stress e retrabalho para quem só queria salvar a Jill do Nemesis. Acredito que neste momento eu já sabia no que gostaria de trabalhar, só não sabia o nome ainda. Depois de alguns anos trabalhando em um departamento de RH conheci o UX Lab da TOTVS e descobri que toda aquela vontade, ainda embrionária, de resolver problemas de usuários era conhecido como User Experience.

Esse é o Leleo. Dono de uma risada igual a do Mickey Mouse.

E eu? Por que eu escolhi o UX logo de cara?

Na verdade não foi tão de cara assim. Comecei fazendo estágios na área de audiovisual, e meu sonho era trabalhar no canal off ou para alguma marca de skate, ja que sempre fui aficionado por esportes radicais. Mas os estágios não duraram tanto tempo, a questão de estar mascarando realidades e o trabalho repetitivo me desanimaram, e logo entrei em uma crise sem saber o que iria fazer da vida. Até que no começo do segundo ano da faculdade percebi o que era design de verdade, e comecei a estudar sobre o design de experiências. A complexidade constante que envolve a área, e a sensação de não saber o que vai acontecer no final de tudo e o dia a dia intenso, foi o que me cativou e me fez ficar apaixonado pelo design e querer seguir essa carreira.

Esse sou eu, Gabriel. A pessoa mais rabugenta do nosso time.

Ufa! Esses são os motivos pelos quais migramos ou começamos no UX. E você? Por que migrou? ou por que gostaria de realizar essa migração? Ou então, por que decidiu logo de primeira que queria trabalhar com UX?

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Muito obrigado… mas calma!

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Gabriel Closel
Hub de Design TOTVS

Product Designer na Pagar.me. Formado em design digital pelo Centro Universitário Senac em São Paulo. Linkedin: bit.ly/2UzWaR4