Precisamos falar sobre Acessibilidade Digital
Há alguns meses atrás demos início, no time de UX da Plataforma RH, a um projeto de um tema extremamente importante e necessário: Acessibilidade.
Entendemos que era o momento de estudarmos sobre o assunto, com o objetivo de trazer o máximo de conhecimento às squads (pequenos grupos multidisciplinares que possuem objetivos específicos em comum) e demonstrar o quanto, e como, nossos produtos podem (e devem) se tornar mais acessíveis a todas as pessoas usuárias.
“A equipe de UX deve abraçar o papel de evangelistas de acessibilidade.”
— Marcelo Sales, especialista em Acessibilidade Digital
O início
Após algumas semanas de estudo, desenvolvemos uma apresentação com o objetivo de trazer luz ao tema Acessibilidade — mais propriamente, à Acessibilidade Digital. Passamos pelo atual cenário nacional de pessoas com deficiência, as diferentes deficiências, capacitismo, os tipos de limitações (permanente, temporária e situacional), os diversos guias de diretrizes/boas práticas e por último, mas não menos importante, métodos de avaliação — para que pudéssemos acompanhar toda a evolução do projeto.
Esse momento foi muito importante pois, além de trocarmos conhecimentos, passamos por questões pontuais voltadas aos nossos produtos. Ou seja, trouxemos para o nosso contexto, dentro da Plataforma TOTVS RH e, mais especificamente, para as nossas soluções.
Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web — o famoso WCAG
Depois de realizar a apresentação, introduzindo o tema às squads, voltamos nossos esforços para entender, de maneira objetiva, quais seriam os principais requisitos de Acessibilidade que atenderíamos e qual seria a melhor maneira de mapearmos e definirmos os próximos passos.
Realizamos algumas conversas, para entender o assunto sob diferentes perspectivas. Conversamos com pessoas desenvolvedoras, arquitetas, AMs (Agile Masters), POs (Product Owners) e PCDs (Pessoas Com Deficiência) atuantes na TOTVS.
Inspirados com todos os insights gerados através dos bate-papos, seguimos para a parte prática: definir um guia de critérios/recomendações para Acessibilidade Digital e mapear os pontos a serem trabalhados.
Optamos em utilizar o Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), por entendermos ser o guia mais robusto e completo sobre o tema.
WCAG são diretrizes e recomendações, organizadas e mantidas pelo World Wide Web Consortium (W3C), que fundamentam a construção de conteúdos digitais, com qualidade e acessíveis a qualquer pessoa, independentemente de sua deficiência e/ou habilidade. As recomendações são organizadas em 3 níveis de Criticidade, sendo eles: A, AA e AAA, e em 4 Princípios: Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto.
Olhamos critério a critério com o fim de entendermos a complexidade, aplicado em nosso momento atual.
Aqui gostaríamos de destacar o quanto o Guia WCAG, idealizado e construído pelo designer e especialista em Acessibilidade Digital Marcelo Sales, nos ajudou nessa etapa. Através dele conseguimos ter mais agilidade e facilidade na organização e entendimento dos critérios, pois Marcelo conseguiu sintetizá-los no formato de card, auxiliando todo o processo. E assim avançamos para a próxima etapa.
Estruturação de matrizes
A ideia de seguirmos com a criação de duas matrizes, surgiu durante um de nossos encontros, pois notamos que dessa maneira teríamos mais organização e facilidade em entender quais critérios e princípios deveriam ser trabalhados pelo time de Desenvolvimento/Arquitetura e quais nós, de UX/UI, deveríamos atuar. Também criamos uma "matriz base" para que cada produto, posteriormente, pudesse organizar os cards de acordo com o seu cenário.
Dentro dessas matrizes, os critérios foram distribuídos em diferentes ondas, de acordo com o grau de complexidade, criticidade e impacto. Durante essa etapa tivemos a participação do time de Desenvolvimento/Arquitetura e UX/UI para analisar e decidir qual card se encaixaria em qual onda. Também aconteceram muitas discussões técnicas sobre como os cards poderiam, na prática, ser incorporados.
Próximos passos
Até aqui relatamos todo o processo inicial do projeto, do estudo à concepção das matrizes, agora teremos novos desafios e um grande trabalho a frente para aplicarmos todos os conhecimentos em nossos produtos, tornando-os mais acessíveis e inclusivos.
O assunto de Acessibilidade está em alta na TOTVS. No dia 10/12 tivemos o Integra — evento que a UX Lab realiza sobre diversos temas que compõem o universo do UX — e o assunto tratado foi Acessibilidade, fomentando a cultura e sua importância a todas as pessoas UXers da empresa.
Futuramente, traremos em um novo texto com mais informações sobre a evolução desse projeto!
Texto colaborativo Natalia Bona
Referências
Alguns dos materiais que nos auxiliaram durante todo o projeto:
Marcelo Sales (Guia WCAG) — https://guia-wcag.com/
Talita Pagani (Projeto GAIA) — http://talitapagani.com/gaia/
World Wide Web Consortium (W3C) — https://www.w3.org/
Censo Demográfico do IBGE 2010 — https://censo2010.ibge.gov.br/resultados.html
Microsoft Inclusive Toolkit — https://www.microsoft.com/design/inclusive/
Apresentação de Paulo Aguilera, realizada no 1º Seminário da UXCO
Guia de Acessibilidade UX Writing, de Carolyna Paiva
Integra Design de Acessibilidade (evento ministrado pelo UX Lab, da TOTVS)