ResearchOps: O quê? Por quê? Como?

Gabriel Closel
Hub de Design TOTVS
4 min readMay 7, 2021
Uma mulher ao centro com um olho desenhado sobre sua testa e uma orelha ao lado. Ao fundo uma lata de lixo com uma banana acima e uma placa escrita certezas aqui.
Ilustrações e montagem por Henrique Peixe

O que é ResearchOps?

ResearchOps são as pessoas, mecanismos e estratégias que colocam a pesquisa do usuário em movimento. Através desse sistema é possível fornecer as funções, ferramentas e processos necessários para apoiar os pesquisadores na entrega e dimensionamento do impacto da arte em uma organização.

ReOps+ Community

Esse conceito foi definido pela ReOps+ Community após eles realizarem vários workshops com diversos profissionais da área de pesquisa do redor do mundo. Não é a única, mas é a definição que mais me agrada.

Mapa de elementos do RE+Ops, com círculos de diferentes cores e tamanhos que se interligam através de linhas.
Mapa dos elementos, atributos e atividades que estão envolvidos na disciplina ResearchOps.

Mas para tornar ainda mais simples esse entendimento vamos pensar na analogia de que a pesquisa é o coração de um produto ou projeto. Sendo assim, operacionalizar a pesquisa é construir artérias que vão auxiliar na melhor execução de um processo de descoberta ou validação. Cada artéria vai sustentar cada um dos componentes necessários para realizar uma pesquisa, como o recrutamento de clientes e participantes, síntese e compartilhamento de informações, segurança e privacidade dos dados, definição de métodos, entre outros.

Operacionalizar a pesquisa não é tornar ela engessada ou mais exata do que humana, mas sim potencializar e democratizar a sua execução.

Como operacionalizar a pesquisa?

Independente do seu contexto, o desafio é grande, e vai ser o famoso trabalho de formiguinha, nem tudo vai ser glamour. O importante é entender o cenário de pesquisa em que você esta inserido e quais são as maiores dores, testar soluções sem medo de errar e iterar constantemente.

É muito mais do que somente recrutar usuários e clientes, o Nielsen Norman Group definiu 6 áreas de foco comuns em um ResearchOps:

  • Participantes: auxiliar no recrutamento, triagem, agendamento e compensação de participantes
  • Segurança da Informação: definir processos e diretrizes para consentimento, privacidade e armazenamento de informações
  • Gestão do Conhecimento: construir processos e plataformas para coletar, sintetizar e compartilhar ideias de pesquisa
  • Ferramentas: encontrar plataformas e conjuntos de ferramentas consistentes que irão auxiliar a atingir maior eficiência nas pesquisas.
  • Competência: capacitar, educar e integrar outras pessoas para realizar atividades de pesquisa.
  • Disseminar: Definir, compartilhar e socializar o valor da pesquisa do usuário em toda a organização
Ícones de forma arredondada  que representam os pilares do ResearchOps. Os ícones se interligam através de setas.
Seis pilares ou pontos de atuação do ResearchOps definidos pela NN Group.

Por que o ResearchOps?

O assunto ainda é novo no Brasil, mas sim, algumas empresas ja estão trabalhando o tema e atingindo uma certa maturidade. O ResearchOps bem sucedido deve ser um multiplicador de força para a pesquisa do usuário e elevar o nível de como uma organização faz pesquisas. Sendo assim, consegue entregar os seguintes benefícios:

  • Eliminar ineficiências com atividades de pesquisa e implementar estratégias operacionais para garantir que a pesquisa seja consistente, reproduzível, confiável e de alta qualidade.
  • Democratizar a pesquisa dentro de uma organização para que as equipes multifuncionais tenham autonomia para participar, colaborar, se envolver e compreender os clientes.
  • Socializar os insights de pesquisa para que eles sejam acessíveis a uma organização e que os indivíduos tomem decisões deliberadas com base nos insights do cliente.
  • Eliminar o desperdício de dinheiro com pesquisas semelhantes ou idênticas que são realizadas por equipes de diferentes produtos/áreas da companhia.

É tudo sobre escalar!

É essencial que as pesquisas cheguem para diretores e áreas estratégicas da companhia, pois pesquisas também devem fazer parte dos momentos de definição estratégica e tomadas de decisão.

A pesquisa não é só e para os designers, áreas como Marketing e CX também devem auxiliar na exploração e compartilhamento das informações sobre os clientes, tendo time de Research OPS como mentor e suporte, fazendo com que a pesquisa esteja disponível para todo o sistema da organização.

Posto no Linkedin de Henrik Mattsson dizendo que “Entregue a uma pessoa um relatório de pesquisa e ela construirá um produto melhor por um dia. Convide as pessoas para participar de sessões de pesquisas e elas irão criar uma conexão vitalícia com os clientes”.
Henrik Mattsson: “Entregue a uma pessoa um relatório de pesquisa e ela construirá um produto melhor por um dia. Convide as pessoas para participar de sessões de pesquisas e elas irão criar uma conexão vitalícia com os clientes”.

O post acima defini muito bem o que pode ser o principio da operação em pesquisa. O ResearchOps não fará com que todos e todas passem a realizar pesquisas, mas auxiliará no envolvimento direto ou indireto de boa parte dos colaboradores da empresa em atividades de exploração ou validação.

ResearchOps é um assunto muito promissor que pode auxiliar a colocar a pesquisa em um lugar de estratégia dentro das companhias. Ainda há muito o que explorar e o compartilhamento de realizações entre profissionais do mercado é muito importante, então fica aqui o nosso muito obrigado aos colegas de profissão que conversaram e trocaram muito ideia sobre o tema com a gente.

Se liga, e não vacila!

No dia 01/06 vamos debater sobre a atividade de pesquisa nas organizações. Como esse processo é feito, a sua importância e impacto em produtos e serviços digitais, com um grupo incrível de especialistas em pesquisa de design (UX Research e Research Ops).

Link para inscrição:

https://www.meetup.com/pt-BR/totvsdevelopers/events/277901373/

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Gabriel Closel
Hub de Design TOTVS

Product Designer na Pagar.me. Formado em design digital pelo Centro Universitário Senac em São Paulo. Linkedin: bit.ly/2UzWaR4