A minha jornada para iniciar na carreira de UX Research
Sou socióloga e trabalho na área de Pesquisa de Mercado há quase 20 anos. Porém, somente há pouco mais de 1 ano foi que comecei a pensar seriamente em realizar uma transição de carreira. Como assim, mudar de carreira, depois de tanto tempo? Pois bem, a ideia pode parecer um tanto absurda, mas aconteceu comigo e pode acontecer com profissionais de diversas áreas.
E por que isso pode acontecer? Porque mudanças fazem parte da vida. Além disso, com o tempo, podemos descobrir que a profissão que escolhemos (no caso de quem não seguiu uma carreira imposta pela família) pode deixar de fazer sentido. Por isso, se você estiver passando por uma situação semelhante ou pensando seriamente no assunto, vem comigo que contarei um pouco sobre a minha jornada.
Para começar, devo dizer que não é fácil assumir esse tipo de mudança. Porém, no alto dos meus 40 anos, estava comprometida comigo mesma de que era hora de me reencontrar profissionalmente. Confesso que foi um processo difícil, doloroso, muito cansativo porque, na verdade, eu me sentia completamente perdida.
Durante todo o meu processo de reflexão, pensava assim: se eu soubesse que gostaria de ser cozinheira, eu me matricularia em um curso de gastronomia e daria início a uma nova carreira, mas, infelizmente não gosto de cozinhar. Então, meu primeiro desafio foi pensar o que eu realmente gostaria de fazer. E quer saber? Ter essa resposta de maneira segura e objetiva é mais difícil do que a gente imagina.
Você pode até dizer: “Ah, eu adoraria aprender…” (pense em algo que gostaria de aprender) - e te convido para refletir o seguinte: Você tem certeza desta escolha? Se você disser que sim, considere que percorreu a metade do caminho. Se disser que não tem certeza, saiba que em algum momento terá a resposta que busca, e que também não tem nada de errado em não ter certeza do que você pretende fazer profissionalmente.
No meu caso, levei meses para conseguir enxergar uma luz no fim do túnel. Coloquei na minha cabeça que precisava me decidir e todos os dias pensava sobre o assunto. O tempo foi passando e a parte boa é que quanto mais refletia, mais eu constatava algo que já sabia: Eu ADORO pesquisar. Então, por que não aproveitar meu conhecimento e buscar atuação em uma área que eu posso fazer bem e é diferente da Pesquisa de Mercado?
Sou curiosa, questionadora (há quem me ache chata por isso; mas eu nem ligo), gosto de gente, adoro observar, conversar, ouvir histórias e acredito que estas acabam sendo algumas características importantes para ser um Pesquisador.
Pode até parecer algo simples, mas quando cheguei à conclusão de que eu queria continuar sendo uma Pesquisadora, comecei a ler sobre UX e descobri que seria uma oportunidade para estudar e pesquisar mais sobre o assunto. Mas será que realmente encontrei aquela luz no final do túnel? Será que deu certo?
Como descobri a área e atuação de um UX Researcher
Durante meus estudos, fui descobrindo que a área de UX é ampla e vem ganhando cada vez mais importância. E sabem por quê? Porque criação, aprimoramento e/ou manutenção de produtos e serviços não somente, mas, especialmente na área digital precisam ser constantes. Por este motivo, ter um Pesquisador ou UX Researcher dedicado a investigar as necessidades dos usuários que usam esses produtos e/ou serviços torna-se cada vez mais essencial.
Esse profissional planeja e conduz as pesquisas (indo a campo, moderando, entrevistando, realizando testes, etc.); elabora instrumentos de coleta de dados (surveys ou questionários e roteiros); participa das atividades de recrutamento dos usuários e analisa resultados das pesquisas. Estas são algumas das atividades que fazem parte do dia a dia de um UX Researcher.
É preciso ter uma formação específica para atuar como UX Researcher?
Descobri que, felizmente, não! Isto permite a entrada de profissionais de áreas bem distintas como: Antropologia, Sociologia, Tecnologia, Engenharia, Design, dentre outras.
Embora não se exija que o profissional tenha uma formação específica, acredito que outras habilidades sejam, de fato, muito relevantes neste contexto. Analisando algumas vagas de emprego, noto que algumas soft skills ou habilidades comportamentais são muito valorizadas, como por exemplo:
- Comunicação
- Organização
- Observação
- Curiosidade
- Pensamento Crítico
- Resolução de Problemas
Se você estiver em fase de transição de carreira e está pensando em ser um UX Researcher, vou contar algumas dicas que considero fundamentais e venho aplicando:
- Estude, estude e estude. Eu continuo estudando, aprendendo e acho impossível parar
- Leia livros (não somente artigos no Medium)
- Faça cursos (online e/ou presenciais)
- Participe de Meetups
- Assista a vídeos no Youtube
- Faça trabalhos voluntários
- Busque contatos com a comunidade que, por sinal, é super receptiva.
Mas, afinal, em que ponto da minha jornada eu me encontro?
Neste momento, em busca de uma oportunidade de trabalho. Apesar de ter participado de alguns processos seletivos, infelizmente, ainda não encontrei uma oportunidade para chamar de minha.
No entanto, sigo estudando, fazendo cursos, sendo voluntária, conhecendo profissionais da área e tudo isso tem sido muito gratificante.
Para chegar até aqui, eu não poderia deixar de agradecer algumas pessoas que disponibilizaram tempo e atenção para me ajudar de alguma forma: Alexandre de Campos, Amyris Fernandez, Camila Borja, Eduarda Garcia Patta, Flavio Nazario, Karen Santos, Luiz Resende, Pedro Martins dos Santos, Rafaela Grochewski, Samille Sousa, Sauro, Sheylla Lima, Thiago Barcelos, Vilma Vilarinho, Vitor Guerra.
Por fim, indico, abaixo, alguns canais no Youtube, podcasts, comunidades, slacks e alguns artigos que acabei descobrindo ao longo dessa jornada. Me ajudaram bastante e podem te ajudar também. Ah! Não deixem de procurar esses perfis no Instagram!
Se você tiver alguma dica e quiser acrescentar, não deixe de compartilhar nos comentários e se quiser, fique à vontade para me adicionar no LinkedIn.
Obrigada pela leitura e até a próxima!
Canais no Youtube:
Podcasts:
Comunidades no Facebook:
Slacks:
Alguns artigos excelentes que falam sobre migração e vagas de UX Research:
8 maneiras de se tornar um especialista em User Experience Design (UX)
