Cinco métodos que aprendi no curso de Arquitetura da Informação

Iarema Soares
UXMP
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4 min readNov 14, 2020

Antes mesmo de responder a mensagem de “Bom dia, tudo bem?”, já saí escrevendo que estava muito contente por ganhar a bolsa de estudos para fazer o curso de Arquitetura de Dados, da Mergo. Li e leio artigos sobre user experience, participei — em 2019 — de um workshop sobre UX que o UXMP ministrou em Porto Alegre, mas nunca havia feito um curso sobre o assunto.

O curso é intenso, foi um final de semana inteiro dedicado a aprender os conceitos básicos de Arquitetura da Informação. Essa, como o professor Edu Agni disse, não é uma profissão que ainda existe. Suas habilidades são exigidas pelo mercado de trabalho, mas foram absorvidas pelos ux designers a partir do momento em que este último ofício entrou em ascensão.

Mas por que o conhecimento deste tema é importante? Porque a Arquitetura da Informação ajuda a organizar e a facilitar o acesso dos usuários a dados e conteúdos. Pensar, estrategicamente, a disposição dos elementos e, posteriormente, sua rotulação é o que faz a jornada de usabilidade ser fluida.

Como estruturar informações?

Ao longo da jornada foram apresentados alguns métodos que auxiliam o ux designer na estruturação daquilo que é prioritário para a plataforma que está sendo desenvolvida ou aprimorada. Abaixo, listo alguns dos conceitos apresentados e praticados durante a imersão em Arquitetura da Informação.

Taxinomia

Bom, no nosso roupeiro, separamos as roupas por seguindo um critério, certo? Pode ser por cor, por estação, as de maior uso e as de uso menos frequente etc. Isso é a taxinomia. É um sistema de classificação. Na Arquitetura da Informação, ela é usada para agruparmos assuntos de acordo com seus respectivos significados. Ou seja, a estruturação de um site, por exemplo, se dá por meio disso criando uma relação de correspondência entre as páginas.

Inventário de conteúdo

Montar um e-commerce ou reformular um site de vendas exige que a gente saiba tudo o que ele apresenta ou terá. Quando falo tudo, é tudo mesmo. Textos, imagens, vídeos, documentos, ícones. O registro de tudo isso se chama inventário de conteúdo e ele, geralmente, é feito na famosa planilha.

Essa prática deve ser feita antes do desenho do site, porque ela ajuda a definir a hierarquia dos conteúdos, a modelagem e número de páginas da plataforma. Além disso, é uma ferramenta importante para a equipe de conteúdo conseguir planejar seus prazos e também para os desenvolvedores, porque funciona como uma espécie de guia.

Card sorting

Aqui é o momento para colocar os post-its em cena. O card sorting é uma espécie de ferramenta de pesquisa que serve para mapear padrões, entender o modelo mental de como as pessoas realizam o agrupamento dos itens. De maneira resumida, funciona da seguinte maneira: você escreve em cartões os itens que virão a aparecer no seu site ou app.

Na sequência, selecione de duas a quatro pessoas para que elas apontem quais itens estão relacionados. Por fim, você pode pedir que esses indivíduos nomeiem esses grupos recém criados por eles mesmos. O ideal é que cada usuário fique responsável por número de cards que varie entre 40 e 60. O card sorting é um guia para que você descubra, por exemplo, como o menu pode ser batizado, o número de categorias necessárias entre outros.

Mapa de navegação

Passada a fase de agrupamentos, é preciso pensar na visão geral do site, a relação entre as páginas e hierarquia entre elas. Sua representação é feito de diversas formas, mas é bom ter em mente que a demonstração simples desse projeto é mais do que bem vinda. Esse desenho pode ser feito no estilo árvore genealógica, por exemplo. O importante é mostrar as páginas quem é avó, mãe, filha, neta e por aí vai.

Wireframe

Nesta etapa, o que está em jogo é a montagem do esqueleto do site. Aqui são mostrados os agrupamentos, os conteúdos, a organização e a funcionalidade da plataforma. Esses protótipos são importantes, porque auxiliam na diagramação das páginas/telas e como devem ser suas hierarquias. O design não é algo importante neste momento, contudo, neste estágio que já dá para simular a funcionamento do produto para testes com usuários.

Esses cinco conceitos foram alguns dos que aprendi a apliquei nos exercícios propostos ao longo deste final de semana. É desafiadora a complexidade prática de cada metodologia Por outro lado, é gratificante perceber que o conteúdo apresentado está sendo entendido, é gratificante perceber o meu processo de evolução em tão poucas horas. O curso abriu abriu um oceano de possibilidades, é preciso escolher em qual corrente embarcar.

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Iarema Soares
UXMP
Writer for

jornalista e especialista em Literatura Brasileira