Product Discovery: aprendendo através das experiências e trocas

Beatriz Matos
UXMP
Published in
3 min readSep 8, 2020

O principal foco do Product Discovery está em responder essas perguntas. Para isso, podemos utilizar diferentes ferramentas e percorrer diversos caminhos.

Faz pouco tempo que comecei a escutar sobre o termo Product Discovery (Descoberta do Produto). A princípio, pensei que era mais um dos tantos nomes em inglês que damos pra coisas que já fazemos. Felizmente descobri que não é só uma buzzword (palavra da moda).

Afinal, o que é o Product Discovery? Vamos lá! Vou contar um pouco do que eu aprendi no curso que fiz sobre o tema, oferecido pela Product Arena em parceria com a UXMP, além de tudo que venho descobrindo sobre esse universo.

A primeira definição que escutei foi da Tereza Torres, no livro Introduction to Modern Product Design e também neste Talk:

“Product Discovery inclui todas as atividades que fazemos para decidir o que construir.”

Ok, ainda parece bastante complexo né? Então vamos por partes!

Diferente do Product Delivery (Entrega do Produto) que foca em decidir como construir o produto de forma rápida e integrada. Product Discovery é atividade inicial, em que decidimos o que fazer para construir um produto.

O Product Discovery nos auxilia a entender qual é a real missão do produto, olhando sob quatro diferentes perspectivas:

● Valor do produto: o usuário vai querer comprar ou usar a sua solução?

● Usabilidade: o usuário consegue entender como utilizar essa solução?

● Execução: nós temos capacidade (desenvolvimento, engenharia, design, etc) para construir essa solução?

● Viabilidade: os stakeholders apoiam a solução? A solução funciona pro negócio?

O principal foco do Product Discovery está em responder essas perguntas. Para isso, podemos utilizar diferentes ferramentas e percorrer diversos caminhos. São essas as tais atividades que Teresa Torres citou. Existem infinitas técnicas, frameworks, ferramentas e métodos que podem ser utilizados para descobrirmos sinais e evidências que nos auxiliam a tomar decisões, confrontar pressupostos e testar hipóteses. A escolha do que fazer e qual técnica aplicar vai depender do problema que está diante de você e do contexto em que se encontra.

O mais importante dessas atividades não são quais ou quantas ferramentas são utilizadas, mas como elas nos auxiliam na descoberta e tomada de decisão sobre os produtos. Dado isso, teremos parâmetros para decidir o que construir.

Ao final, o Product Discovery é muito mais sobre as trocas, experiências e iterações provenientes deste processo, as quais irão nos orientar para chegar na solução de forma estruturada. De forma prática, resumi nestes quatro pontos para guiar um processo de Discovery com sucesso.

1.Sempre fale com os usuários

Nunca assuma que já sabe tudo sobre os usuários só porque tem uma ferramenta de analytics, por outras pesquisas já foram feitas ou por pressupostos e achismo. É importante manter um contato frequente com as pessoas que utilizam ou poderiam utilizar a sua solução no dia a dia.

2. Foque no problema

Comece garantindo que todos da equipe tenham claro o problema a ser resolvido, e que entendam porque se trata de um problema de fato. Não se perca em outras ideias que possam surgir no caminho e tenha sempre em mente o contexto e os prejuízos para o usuário no momento de guiar o processo de Discovery. Isso irá garantir que você chegará na solução no menor tempo possível e entregando algo de valor para o usuário.

3. Construa um ambiente colaborativo

Não deixe cada um fazendo o trabalho na sua caixa pra chegar no último dia e querer juntar tudo — isso me lembra os trabalhos de faculdade: “Cada um faz uma parte e a gente se encontra uma hora antes da aula para juntar tudo”. Nunca deu muito certo! Ao invés de separar o time em diversas etapas, em que cada um faz uma parte, o processo de Discovery deve acontecer de forma integrada, em que todos do time saibam o que está acontecendo continuamente, troquem experiências e construam soluções em torno do problema. A colaboração deve andar lado a lado do último ponto: a multidisciplinaridade.

4. Envolva todos que fazem parte do negócio

Ter um time multidisciplinar, com pessoas com conhecimentos e trajetórias diferentes, garante que o problema não será olhando sob um único ângulo. Duas pessoas chegam mais longe e geram mais ideias do que uma única pensando sozinha, além das oportunidades se potencializarem ainda mais quando envolvemos os usuários!

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