Product Discovery: um breve resumo sobre o ciclo de descobertas

Lueji Luana da Silva
UXMP
Published in
4 min readMay 29, 2022

‘A intenção é ir do plano A, até o plano que funciona’ — Ash Maurya.

Esta frase resume o que descreve o Product Discovery, onde o problema dos produtos não são lineares e não devemos seguir um cronograma fechado, e sim, criar hipóteses, analisar o mercado a cada novo passo mitigando riscos na sua construção.

Meu primeiro contato com product discovery foi enriquecedor, muito porque nem atuar no mercado eu atuava, então para você que está começando, ou ainda, tem curiosidade de mergulhar no universo de produtos digital, saiba que este artigo será bem introdutório e vai trazer pílulas do que é o discovery, com alguns links para você se aprofundar em alguns termos.

Vamos nessa!

Reprodução | Unsplash

Começando pelas 4 fases do discovery.

  1. Público
  2. Problema
  3. Proposta de valor
  4. MVP

1.Público-Alvo

Precisamos entender quem é o nosso público, e suas principais necessidades, e como nosso produto pode se adequar ao mercado, trazendo a proposta de valor, funcionalidades e usabilidade, também conhecido como Product Market fit. Neste contexto temos que partir do usuário e cruzar alguns abismos entre pessoas que buscam por coisas novas (inovadores e early adopters) e pessoas que buscam soluções completas (early majority). Sugiro pausar a leitura aqui e buscar mais sobre os conceitos acima — early adopters e majority. Em geral, os early adopters estão mais propensos a testar um novo produto e são eles que irão validar e recomendar melhorias, entendendo melhor quais são os próximos passos para o seu produto.

2. Problema

Aqui vou trazer o Job to be done como ferramenta de resolução de problemas ou suprir a necessidade do usuário, seguindo uma sequência de atividades para atingir um objetivo. Quando as pessoas precisam fazer um trabalho (job to be done), é comum procurarem um produto ou serviço para atender essa necessidade ou dor. Dessa forma, a ferramenta irá auxiliar nos passos da produtização e resolução da dor deste usuário, seguindo os passos abaixo:

  • Definir público (quem são meus early adopters);
  • Definir o job principal (qual é trabalho que os early adopters executam para resolver o problema);
  • Definir jobs secundários (quais são os trabalhos secundários durante a jornada).

3. Proposta de valor

Dentro da proposta de valor, é importante analisar o que o nosso potencial produto faz, seus concorrentes diretos e indiretos e mais do que isso, entender os papéis em que seu produto enquadra-se, em uma matriz do é, não é, faz e não faz. Definindo assim, qual a sua importância e valor no mercado, correlacionando com o público definido e problema em que se propõem resolver.

4. MVP (minimum viable product)

A quarta fase é a construção do produto minimamente viável. 😄 Que é a construção mais simples e enxuta do seu produto, ou solução para o problema definido dentro do escopo reduzido mitigando riscos do projeto. Neste ponto, é importante analisar as hipóteses levantadas em entrevistas com os perfis de usuários, entendendo quais soluções fazem sentido ser implementadas a partir da confirmação das hipóteses levantadas ou não.

  • O problema realmente existe?
  • As pessoas querem usar o que vamos construir?
  • Nossa solução gera valor para o usuário?

Considera-se levantar hipóteses aqui com a ferramenta de Matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas).

Lembrem-se as hipóteses deve:

  • Quantificar a frequência problema;
  • Quantificar o impacto do problema;
  • Descobrir como o público resolve o problema hoje.

Neste ponto você deve optar pelo tipo de pesquisa que mais faz sentido para o seu produto (questionário online, estudo de campo-etnográfico, interceptação, entrevistas de profundidade, pesquisa de satisfação, focus group, card sorting, teste de desejabilidade, design participativo, ou até teste de usabilidade).

Importante: Atente-se que nem sempre seu processo de discovery vai necessitar das ferramentas citadas acima, é bacana tentar gastar esforços de discovery, coletando dados internos, como o analytics, que podem responder às hipóteses levantadas. Exemplo de coletas indiretas: mapas de calor, eye tracking, clicks, eventos e funil, teste A/B.

Após essas 4 fases temos a solução! Ainda não! 😅

Vamos entender o que significa os aprendizados das hipóteses levantadas

Validando:

  • aprendemos o que funciona frente a solução > Solução
  • descobrimos novas hipóteses e soluções > Pesquisa/Teste

Refutando:

  • temos novas hipóteses a partir do que aprendemos > Pesquisa/Teste
  • aprendemos o que não funciona frente aos problemas e o público > Pesquisa/Teste

Não tenha medo de descartar hipóteses, pois é tão necessário do que validá-las.

Reprodução | Giphy

Agora é só pegar o papel e lápis e iniciar as ideações a partir das hipóteses validadas dentro da sua árvore de oportunidades priorizando o alcance, impacto, confiança e esforço (RICE) Que nada mais é que utilizar os recursos com foco na solução, otimizando entrega e gerando resultado para empresa.

Todos essas informações foram resumidamente apresentadas para que você que chegou até aqui, tenha um conhecimento prático do processo de discovery, não deixe de aprofundar seus conhecimentos em cada etapa citada acima, e olhar mais a ferramenta de lean canvas para incorporar em seus processos no dia a dia.

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