Sim, mas realmente é permitido escolher?

Jaqueline de Almeida
UXMP
Published in
3 min readDec 25, 2021

Sábado, 11 de dezembro, 14 horas. Entro na Masterclass do Edu Agni, da Mergo. A aula é sobre Paradoxo da Escolha. Tive a oportunidade de participar da Masterclass com a bolsa oferecida pela UX para Minas Pretas — obrigada Karen Santos. Achei o tema complexo e interessante e quis entender sobre o que mesmo o Edu queria falar sobre o tema.

A aula inicia com reflexões sobre liberdade — conceito filosóficos, sociais, jurídicos e até poesia. Pensei: “Nossa! Vamos começar daí para falar de UX, já gostei. A aula vai ser boa, viu?!”

“TODO MUNDO QUER SER FELIZ!”

“NASCEMOS LIVRES E TODOS SÃO IGUAIS E TEM DIREITOS IGUAIS!”

“O QUE É LIBERDADE?”

“LIVRE ARBÍTRIO”

“BEM ESTAR”

Todos cernes da cultura ocidental e que, consciente ou inconscientemente, nos impulsionam para as nossas escolhas.

“Quanto mais escolhas as pessoas têm, mas liberdade elas têm.”

Mas será mesmo que temos liberdade quanto mais podemos escolher?

Quem nos oferece as diretrizes das nossas escolhas? Somos nós mesmos que as construímos ou somos direcionados a elas?

E o que UX Design tem a ver com tudo isto?

Eu gosto de fazer perguntas e gosto que direcionem perguntas para mim também. Isto me possibilita a entrar em processos reflexivos que me levam a novas compreensões. Era isto que aquela aula estava fazendo comigo.

ECONOMIA, PSICOLOGIA, NEUROCIÊNCIA. Todo mundo atento.

Os motivos, ações e consequências das nossas escolhas têm sido estudados pela economia, psicologia e neurociência há algum tempo, de maneira constante, a fim de compreender o nosso comportamento frente as diversas possibilidades que cada vez mais nos são ofertadas.

O livro “Paradoxo da Escolha — mais é menos”, do psicólogo Barry Schwartz, traz estudos e aponta caminhos para a questão, assim como o estudo da psico-economista Sheena Iyengar, que fala como facilitar o processo de escolha.
Vale a pena assistir aos vídeos no TEDx.

E quando as nossas escolhas nos levam a caminhos ruins? O que fazer?

Bem, se temos liberdade, livre arbítrio e tudo mais que a sociedade ocidental nos oferece, arcamos com as consequências, mas a responsabilidade é apenas nossa? Profundo isto, né?

Avançamos um pouco mais e o Edu trouxe algo que eu já havia pensado, mas achava que era uma coisa muito minha: muitas e muitas escolhas tendem a nos levar a paralisia, o que pode nos levar a uma insatisfação.

Você já tinha pensado nisso também? O tanto que a gente pode escolher filmes, cosméticos, livros, comida … não é fácil. E o que precisamos é facilitar a vida.

Quanto menos, melhor.

Apesar de hiper-conectados na tecnologia que nos mobiliza ao externo infinitamente, nossas emoções estão arraigadas a questões muito básicas, posso dizer talvez quando a humanidade é humanidade ou é exagero?

Nossas emoções não acompanham a velocidade e excesso de informações que recebemos diariamente.

E aí entra o UX da questão (rs) e junto com ele a Arquitetura de Informação.

Olha o nosso trabalho valendo muito no mundo. A gente melhora a vida das pessoas, as ajuda a se livrar da confusão, do excesso, da contingência.

O Edu deu a dica do livro “ Ansiedade da Informação”, de Richard Saul Wurman, que falou sobre o tema em 1976. Olha… estamos em 2021.

Organizar, definir, categorizar, rotular, navegar, buscar, são conceitos importantes para quem pensa na criação de produtos e ações que facilitem a vida das pessoas. Uma estrutura confusa, trará mais confusão, paralisia e até desistência.

Aí vem a Usabilidade, conhecimento do público, otimização de operações, facilitação das mensagens. E olha a heurística de Nielsen e Molich nos apontando caminhos.

Então, vale sempre a máxima: quanto menos, melhor. O usuário agradece!!!

Pois bem, foi tudo isto e um pouco mais que aprendi na aula com o Edu Agni.

Que aula, pessoas! Indico e recomendo.

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Jaqueline de Almeida
UXMP
Writer for

Migrando para UX Design com foco na melhoria de processos. Comunicóloga e Educadora ao longo da vida. Livros são minha casa e filmes de sci-fi me encantam.