Um relato sobre representatividade, empatia e as comunidades de UX para mulheres

Júlia Victor
UXMP
Published in
4 min readJul 28, 2020

Pedir orientação para alguém que percorre esse caminho a mais tempo do que eu, acabou sendo exatamente o que eu precisava

Há cerca de 1 ano participei de um evento da UXPA São Paulo que contou com a participação de alguns profissionais incríveis como a Alda Rocha, Rafael Burity, Aline Santos e outros. Esse foi um dos meus primeiros contatos com a área de UX Design, onde meu objetivo era explorar essa atmosfera de user experience, recentemente descoberta. Foi um ótimo encontro, um bate-papo fluido e encorajador sobre a migração para a área, o mercado de trabalho, primeiro portfólio e possibilidades.

blogs.oracle.com/oracle-communications/five-steps-to-help-women-succeed
https://blogs.oracle.com/oracle-communications/five-steps-to-help-women-succeed

Dentre todas as pessoas presentes, uma em especial me chamou bastante atenção. O que mais tarde eu entendi ser na verdade, a sensação de identificação e representatividade. Eu tinha muitas dúvidas sobre essa coisa toda de experiência de usuário, design thinking, DCU, e mais dúvidas ainda se aquilo era pra mim. Buscando saber mais, consegui tirar as dúvidas técnicas sobre a área, mas a pergunta sobre isso ser acessível pra mim ou não continuou ressoando na minha cabeça.

Se existia alguém que poderia me aconselhar sobre migrar de área, carreira, estudos e sobre a “mulher na área da tecnologia”, era a Aline Santos. Que assim como eu, é uma mulher negra que se formou em relações públicas, vem de uma área periférica de São Paulo, e quer com o seu trabalho acessar pessoas e conectá-las as oportunidades.

Convidei a Aline para um café, mas não conseguimos realizar esse encontro. Porém, em contrapartida, descobri através de suas postagens que ela coordena uma iniciativa incrível a UX para Minas Pretas. O tempo passou, e no começo desse ano decidi começar minha migração de área. Desafios a parte, nas últimas semanas a ansiedade, e a insegurança, me questionaram se o que eu estava fazendo até aquele momento estaria me levando há algum lugar de verdade, e se talvez os meus objetivos não estivessem mais distantes do que eu havia imaginado.

https://www.facebook.com/uxparaminaspretas
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E é nesse momento que a figura da Aline me volta a mente: “Por que não convidá-la de novo para um bate-papo?”. Bom, pedir orientação para alguém que percorre esse caminho a mais tempo do que eu, acabou sendo exatamente o que eu precisava.

Convite aceito, conversamos por cerca de 40 minutos, contei toda a história até aquele momento, e os questionamentos que estavam me assombrando. E ela por sua vez, me mostrou na prática o exercício da empatia, e da escuta ativa, e que de jeito nenhum eu estava sozinha nessa situação. A comunidade UX para Minas Pretas em um movimento colaborativo está capacitando, inspirando e inserindo mulheres como eu no mercado de trabalho em Ux Design. E por essa razão a minha participação era muito bem vinda, para contribuir, aprender e crescer junto com elas.

Em poucos dias, através dos grupos UXMP que compartilham artigos, eventos, cursos e até vagas de emprego, fui selecionada para participar de um curso de UX da Mergo Design, que aconteceu nesse último fim de semana, e foi uma experiência enriquecedora sobre conceitos, metodologias e a prática de ux, além de um ótimo exercício de treino. Recebi meu primeiro certificado na área, e vou acrescentar ao meu portfólio um projeto feito em conjunto com pessoas de diferentes lugares do Brasil.

www.mergo.com.br

O que também refletiu positivamente na minha percepção sobre mim mesma como profissional e pessoa. A curto prazo sinto que essa oportunidade me motivou a continuar nessa jornada, e me dedicar ainda mais sem medo de levantar a mão e dizer “alguém poderia me ajudar?”.

Por fim, com esse relato gostaria de encorajar outras mulheres a também buscarem grupos, comunidades, e também diretamente em pessoas que elas acreditam que possam ouvi-las e auxilia-las nessa jornada. Pois acreditem, tem gente super disposta a ajudar, seja com orientação profissional ou conversas motivacionais. Agradeço mais uma vez a Aline Santos por ter sido essa ponte, e a UX para Minas Pretas por ter me lembrando que eu não estou sozinha, e que mesmo que o caminho seja longo e esteja no início tenho plena capacidade de percorre-lo e chegar até onde eu quero.

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Júlia Victor
UXMP
Writer for

Relações Públicas; aspirante a Ux Designer; mulher cis; 26 anos; publicando escritos pela primeira vez.