Como ter um espelho em casa te ajuda a ser um UX melhor

Espelho, Espelho meu.

Alison Belo
UXPlore Brasil
4 min readApr 29, 2024

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O Espehlo Mágibo by Wiki Disney Princesas

No universo do autoconhecimento, assim como no design de experiência do usuário (UX), a compreensão do usuário é fundamental para criar soluções para as dores que você enfrenta.

Então, entender sua própria imagem é o primeiro passo para explorar suas qualidades e corrigir seus defeitos, e assim você usará um espelho para se identificar como usuário de si mesmo.

Imagine um mundo onde a sua própria identidade é desconhecida — essa falta de conhecimento pode comprometer não apenas a sua percepção de si mesmo, mas também a sua interação com o mundo ao seu redor.

Neste artigo, vamos olhar no espelho para saber como a jornada de autoconhecimento se assemelha à prática de design de UX, destacando a importância de reconhecer e compreender sua própria imagem e, por consequência, ser mais empático.

Como você pode associar a experiência do usuário (UX) aos espelhos?

Ao longo dos tempos, os espelhos têm servido como símbolos de autoconhecimento e reflexão. Como nos lembra o filósofo Sócrates:

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.”

Essa analogia servirá para explorar as conexões entre autoconhecimento e design de UX.

Autoconhecimento para Conhecer o Usuário

Mesmo o mais habilidoso contorcionista, capaz de ver todas as partes do seu corpo, é incapaz de olhar com seus próprios olhos o seu próprio rosto. Para isso, você conta com um objeto externo para conseguir se reconhecer.

Ou seja, a metáfora diz que muitas vezes é preciso usar ferramentas externas para entender quem você é. Ao olhar no espelho, você não vê apenas sua aparência física, mas também reflexos da sua identidade, desejos e personalidade. E da mesma forma, ao buscar a si mesmo, você também pode desenvolver empatia e compreensão com as pessoas.

No contexto do design de UX, esse conceito é fundamental para criar experiências significativas para os usuários. Você precisa entender não apenas as necessidades superficiais, mas também os desejos, motivações e valores deles. Assim como olha no espelho para se conhecer melhor, você também deve ser o espelho para compreender verdadeiramente os usuários.

Mas nesse ponto, você deve ter uma precaução, pois pode ver o mundo com um viés estereotipado.

Estereótipos e Vieses de Reflexos Sociais

Os estereótipos são representações simplificadas e muitas vezes generalizadas de certos grupos de pessoas, baseadas em características percebidas. Assim como os espelhos, eles podem refletir uma imagem para um observador com base nos padrões de comportamento enviesados.

Como profissional de UX, você é um observador e um espelho, tanto para si quanto para os usuários. As pessoas que o rodeiam também são, pois mostram características percebidas em si mesmo e se os Designers que não estão cientes desses reflexos sociais podem criar experiências exclusivas e insensíveis à diversidade.

A compreensão dos estereótipos e vieses sociais não apenas alerta você para os desafios da criação de experiências de usuário inclusivas, mas também destaca a importância da pesquisa na identificação e interpretação desses padrões. Ao mesmo tempo, o autoconhecimento desempenha um papel crucial na inibição dos estereótipos, permitindo que você reconheça e supere suas próprias preconcepções.

O Espelho como Metáfora para Pesquisa

Assim como o telescópio Hubble aponta seus espelhos para o universo, capturando informações distantes e enviando os dados coletados em direção à terra, apenas receber os sinais não é suficiente, porque requer um receptor com todos os requisitos para traduzir as informações em conhecimento compreensível.

Da mesma forma, você coleta dados sobre o comportamento do usuário e interpreta essas informações e, se nesse processo não tiver os requisitos necessários para a compreensão dos dados, pode enviesar a pesquisa com base em seus vieses por falta de autoconhecimento.

Pois ao conhecer a si mesmo, você usa sua bagagem de experiências para entender o mundo ao seu redor e as pessoas nele, então você deve, além de coletar os dados sobre o comportamento do usuário, interpretar os dados de maneira criteriosa para criar soluções ubíquas, podendo ou não ter uma interface gráfica.

Nesse sentido, o espelho torna-se uma alegoria para a relação entre o usuário e os dados transmitidos e a interpretação das informações recebidas.

˜Olhamos o presente por um espelho retrovisor. Marchamos de volta ao futuro”
Marshall McLuhan

Para concluir, destaco a frase de Marshall McLuhan que te convida a uma reflexão sobre a interconexão entre passado, presente e futuro. Ela nos remete não apenas à ideia de olhar para trás através do retrovisor, mas também a uma reflexão sobre nossa própria identidade e experiências.

Assim como nos espelhamos em nossas próprias reflexões nos outros, também devemos considerar como os estereótipos sociais e vieses podem influenciar nossas percepções e decisões.

Em termos de UX, essa introspecção nos leva a uma análise crítica de dados e padrões de comportamento, permitindo-nos compreender melhor as necessidades e expectativas dos usuários.

Ao reconhecermos e mitigarmos os vieses sociais em nossos processos de design, podemos criar experiências mais inclusivas e autênticas, refletindo verdadeiramente a diversidade e complexidade da sociedade.

Essa abordagem reflexiva não só nos ajuda a aprender com nossos erros passados, mas também a moldar um futuro mais consciente e responsável em UX, onde a empatia, a diversidade e a equidade são prioridades fundamentais.

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Alison Belo
UXPlore Brasil

Sou UX Designer com formação em Marketing, com quase 3 pós graduações e pronto para ensinar e aprender muito mais.