Agarrando um mundo
Quando somos crianças, até jovens, achamos que estamos aprendendo tudo. Quando jovens adultos, achamos que já sabemos tudo. Daí a vida te presenteia com novas experiências, boas e ruins, novas frases, novos afetos e desafetos. Mudamos de opinião, mas mesmo assim continuamos sabendo de tudo.
Essa prévia maneira de ser cai por terra quando você abraça o mundo. Aquele abraço apertado que somente seu rebento te dá.
Abraços pretéritos e futuros nunca serão iguais ou parecidos. Por mais ligado que sejamos a outras figuras do dia a dia, aquele abraço é inigualável e o contrário talvez seja irracional.
O abraço do filho é único. Na verdade não estamos abraçando somente a carne. O entrelaçado dos braços vai ao encontro de todos os átomos, desejos, medos, proteções e esperanças. Quando abraçamos o filho, abraçamos nosso mundo.
Às vezes o abraço é tão forte que aparenta desencadear um genocídio nas células ainda em formação daquela coisa, coisinha, tão logo, coisona (passa muito rápido [uma das poucas verdades absolutas do mundo humano]).
Sempre o abraço vem com a esperança de que ele nunca falte, nunca se vá. Que o mundo sempre gire e volte pra te abraçar.