Do direito para a área de UX Design com Evilanne Brandão
Depois de eu ter migrado para a área de UX Design e compartilhado essa trajetória, recebi mensagens de pessoas dizendo que estavam passando pelo mesmo processo e que ela serviu de inspiração.
Sabendo que existem diversas formas de entrar nesta área e muitas outras histórias de sucesso, resolvi coletá-las e compartilhá-las aqui.
O objetivo é inspirar e ajudar mais pessoas a descobrirem diferentes alternativas para entrar na área de UX Design.
💬 Entrevistada
Nome: Evilanne Brandão | LinkedIn
Formação: Bacharela em Direito
Em qual área atuava: Após me formar, eu fiquei focada nos estudos para concurso público. Tinha OAB, porém não atuava como advogada.
💡 Qual foi o seu principal motivador para mudar de área?
Eu nunca gostei realmente de Direito, achava tudo bastante burocrático e engessado. Queria trabalhar de forma mais dinâmica e poder ajudar a vida de pessoas, mesmo que de forma simples, de um jeito mais rápido e prático. Além disso, diversos aspectos sobre a rotina jurídica me incomodavam, como a vestimenta dos profissionais da área, as aparências que têm que ser sustentadas, os ambientes tradicionais e a demora em resolver os problemas das pessoas. Isso tudo não era motivador, mesmo com a tão sonhada “estabilidade financeira” de um serviço público. Por isso, resolvi parar de estudar Direito e olhar para outras possibilidades.
📚 Como você descreveria sua jornada de estudos e práticas até o seu primeiro emprego em UX Design?
Foi exatamente 5 meses do dia que eu fechei o meu livro de códigos jurídicos (famoso “vade mecum”) até o dia que recebi a notícia de que fui aprovada para a vaga de Designer de Produto Jr.
Ao longo desse tempo, comecei estudando cursos online gratuitos ou bem baratos pela Udemy e FutureLearn.
Fiz uma especialização em User Interface Design pela Universidade de Minnesota, na plataforma Coursera e em seguida o curso com mentoria de UX da Awari.
Fui a muitos eventos e meetups, organizados pela UxDA, pela WoMakersCode e também participei de hackaton no Google Campus.
Depois de me sentir confortável com a teoria sobre processo de Design, o que era realmente UX e por aí vai, escolhi dois problemas simples para fazer estudo de caso e escrever para o meu portfólio. Escrevi toda a documentação dos processos estudados (definição do problema, pesquisa com usuários, personas, mapa de empatia, protótipo, teste, aprendizados e mais detalhes do processo) e preparei para cada caso uma apresentação no Google Drive.
Reformulei meu currículo de modo a destacar em cada uma das minhas experiências jurídicas anteriores as habilidades que eu acredito que desenvolvi e que me ajudam a ser uma boa Product Designer (organização de pesquisa, escuta ativa, empatia, atenção aos detalhes e a prazos, por exemplo). Reuni em uma pasta as apresentações dos estudos de caso e meu currículo reformulado.
Comecei a aplicar para vagas que possuíam descrições compatíveis com perfil júnior, sem exigir prévia experiência de mercado.
Eu só mandei para 3 vagas que achei nos canais de Slack e grupos UX Jobs no Facebook, na época. Só uma empresa entrou em contato comigo. Fiz as entrevistas com as pessoas da empresa e eles acreditaram no meu potencial. E é onde estou trabalhando hoje.
Um livro que me orientou nesse período foi o Design de sua vida. E pude contar com ajuda e motivação de pessoas muito importantes na minha vida!
💪 O que você achou mais desafiador nessa jornada e como fez para superar?
O maior desafio foi encarar as limitações que eu mesma me colocava mentalmente, pois eu achava que ninguém acreditaria no meu potencial e que minha formação e falta de experiência no mercado de tecnologia me impediriam de conseguir uma oportunidade. Minha sorte foi poder contar com apoio de pessoas que sempre acreditaram em mim e me motivavam sempre. Em alguns momentos, você simplesmente precisa se jogar mesmo, sem pensar muito. O “não” você já tem.
☂️ Há quanto tempo você está trabalhando na área de UX?
Estou com 1 ano e 8 meses trabalhando como Designer de Produto.
📝 Como descreveria suas responsabilidades e atividades na empresa em que começou a trabalhar?
Hoje eu sou responsável por todo o processo de Design, desde a descoberta até o acompanhamento do desenvolvimento. Trabalho em uma squad, em parceria com uma Product Manager e com o time de pessoas desenvolvedoras. Conforme a priorização de negócio, selecionamos uma ideia e definimos o problema, investigo sobre as necessidades dos usuários numa fase de pesquisa, protótipo possíveis soluções para testar e validar. Também penso na interface de alta fidelidade, acompanho a implementação e colho feedbacks. Além disso, nós, designers de produto, estamos sempre em contato com toda a empresa e facilitamos workshops de design thinking para melhorias em toda a jornada do serviço.
🌆 Como foram os seus primeiros dias de trabalho e como foi o apoio das pessoas da empresa, sabendo que era seu primeiro trabalho na área?
Os primeiros dias de trabalho foram bem loucos! Eu nunca tinha trabalhado em empresa de tecnologia, então tudo era bastante novo para mim. Sem contar que o assunto da empresa é financeiro, então era um universo gigante para se aprender. Não tinha um só dia que eu não saía do trabalho com os horizontes expandidos. E o apoio das pessoas que trabalham comigo foi fundamental! Lembro de diversos momentos em que as pessoas do meu time pararam seus trabalhos e, com bastante disposição e vontade, me ensinavam algum aspecto do trabalho deles. Até o CTO, certa vez, chegou a desenhar algo sobre o sistema para explicar algum conceito do nosso produto. Interessante que até hoje eu recebo essa ajuda e as pessoas são bastante colaborativas, compartilhando conhecimento sempre que necessário.
🔥 Que dica você daria para as pessoas que estão em processo de migração para a área de UX Design?
Apresentar que você realmente se atentou ao problema e se preocupou em resolver isso para pessoas é muito valioso. O que importa é mais o entendimento do processo de Design, a definição do problema, das razões do porquê você fez cada coisa, do que a “beleza” das telas finais.
Além disso, não esperem estar tudo perfeito para mandar alguma aplicação para vaga. Eu não teria aplicado para a vaga, por vergonha do meu primeiro portfólio ser composto por apresentações reunidas numa pasta do Drive. Porém, por mais simples que fosse, foi efetivo. Acredite no conteúdo que você tem a passar, no conteúdo que você aprendeu e confie no seu potencial.
Obrigada por ler!
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