Esse app é game: Um estudo sobre gamificação, UX e estratégias de negócio

Lucas Pardal
VagasUX
Published in
3 min readFeb 23, 2024

Quantos aplicativos você usa diariamente? E quantos jogos você joga no seu dia a dia? Talvez você não saiba, mas os apps que usamos com mais frequência usam, em maior ou menor grau, alguma técnica de gamificação.

No começo desse ano tive o privilégio de ser selecionado para uma bolsa de estudos na How, através da VagasUX, para o sprint de estudos Gamificação, UX e Negócios com a facilitação da Jessica Strazzi. Nos encontros foi possível identificar e perceber o quão imerso no mundo da gamificação estamos tanto como designers quanto como usuários.

Nossa relação com brincadeiras e jogos remonta tempos imemoráveis; aprendemos através das brincadeiras de criança e há registros do ser humano jogando dados há pelo menos 3000 anos. Mas o que será que faz os jogos tão irresistíveis?

Motivações Extrínseca e Intrínseca

Existem dois tipos de motivações que levam as pessoas a passarem horas jogando o mesmo jogo, são elas: motivações extrínsecas e motivações intrínsecas. São elas que estão no centro do engajamento do nosso usuário.

Motivações extrínsecas são fatores que estão fora de nós, se traduzem por recompensas ou punições: prêmios, pontos, bonificações, punições, competições, etc. Dentro de um produto digital, por exemplo, as motivações extrínsecas são muito úteis para engajar o usuário a realizar uma tarefa simples com um objetivo muito claro. Exemplo: ao realizar uma compra você ganha pontos num clube de vantagens.

Já a motivação intrínseca, de acordo com a teoria da autodeterminação ou Self Determination Theory (SDT), vem de dentro de nós e são influenciadas pela personalidade de cada indivíduo, como o desejo por autonomia, progresso, pertencimento, entre outros. Elas estão ligadas a desejos mais profundos e são responsáveis por engajar os usuários em jornadas mais longas e complexas. Exemplo: Sensação de progresso no Duolingo ao aprender um novo idioma.

Missão

Não adianta engajar a pessoa usuária e usar um sistema super complexo de motivações, se você não tem uma missão. Sem uma missão, não há objetivo para o jogador que se perde dentro da jornada e a abandona. Uma boa estratégia de negócio atrela a missão do usuário ao objetivo de negócio da empresa.

No sistema gamificado, a missão é o centro da experiência.

Por exemplo, podemos usar recompensas (motivação extrínseca) para engajar usuários a realizarem uma compra em minha plataforma e, no decorrer do tempo, quanto mais compras esse usuário fizer, ganhar um selo de verificação como um excelente comprador da plataforma (motivação intrínseca, desejo de pertencimento e/ou reconhecimento). Aumentando assim a receita e a retenção, caso seja esse o meu objetivo de negócio.

Um bom design usa dos elementos de gamificação para engajar o usuário numa tarefa específica ou em múltiplas tarefas. Uma boa estratégia de negócio é feita quando focamos no humano na hora de desenhar nosso produto (Human-Centered Design) e trabalhamos para criar uma experiência significativa, agradável e conveniente com objetivos claros para nosso usuário.

O Curso

O curso da How se aprofunda muito mais nas diversas possibilidades criativas do universo gamer e conta com muitas atividades práticas no decorrer das aulas. Deixo aqui meu agradecimento tanto à How, quanto ao VagasUX pela oportunidade.

Gostou desse artigo? Tem algum feedback? Fique à vontade para entrar em contato e vamos trocar! Até mais! (:

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Lucas Pardal
VagasUX
Writer for

Product Designer, UX, UX Researcher and curious about humanities, mind and spirituality