Explorando a Essência das Cores no Design

Mariana Yoshino
VagasUX
Published in
6 min readApr 21, 2024
Photo by Alexander Grey on Unsplash

A teoria das cores no design de interfaces é uma área complexa e crucial para a criação de experiências visuais impactantes e eficazes. A compreensão das cores vai além da simples seleção de tons agradáveis aos olhos; envolve o entendimento dos princípios psicológicos, culturais e técnicos que influenciam a percepção e o significado das cores.

Para começar, é essencial compreender a roda de cores em um espectro circular, facilitando a combinação e a harmonização, o que pode facilitar a criação de contrastes marcantes ou harmonias suaves dependendo do objetivo do design.

Imagem de: Freepik

Círculo cromático

A roda de cores é uma ferramenta fundamental no design, pois organiza as cores de forma lógica e intuitiva. Ela inclui as cores primárias (vermelho, azul e amarelo), que são usadas para criar todas as outras cores, as secundárias (laranja, verde e roxo), resultantes da mistura das primárias, e as terciárias, que são combinações das primárias com as secundárias.

Essa organização permite que os designers escolham e combinem cores de forma eficiente, garantindo harmonia visual em suas criações. Além disso, a roda de cores facilita a compreensão de esquemas de cores, como os complementares (cores opostas na roda), os análogos (cores próximas na roda) e os triádicos (cores equidistantes entre si), proporcionando uma variedade de opções estéticas e expressivas.

Imagem de: Freepik

Além de facilitar a seleção e combinação de cores, a roda de cores também é uma ferramenta útil para criar harmonias visuais equilibradas. Por exemplo, os esquemas de cores análogas são compostos por cores que estão próximas umas das outras na roda de cores, criando paletas suaves e coesas. Por outro lado, os esquemas de cores complementares utilizam cores opostas na roda, proporcionando contrastes marcantes e dinâmicos.

É uma ferramenta versátil que pode ser adaptada para atender às necessidades específicas de cada projeto de design. Podemos modificar a roda de cores para incluir diferentes tonalidades, saturação e brilho, ampliando ainda mais as opções de seleção de cores. Essa flexibilidade permite a criação de paletas únicas e personalizadas que se adequam perfeitamente à identidade visual de uma marca ou ao conceito de um projeto.

Psicologia das cores

A psicologia das cores é um campo fascinante que estuda como diferentes cores afetam as emoções, comportamentos e percepções humanas. Cada cor possui associações psicológicas únicas que podem influenciar significativamente a resposta emocional dos indivíduos. Por exemplo, o vermelho frequentemente evoca emoções de paixão, energia e urgência:

Photo by Jamie Street on Unsplash

Já o azul transmite sentimentos de calma, confiança e serenidade. Essas associações podem ser utilizadas estrategicamente pelos designers para criar atmosferas específicas e influenciar a experiência do usuário em interfaces digitais.

Photo by Famara Marmiesse on Unsplash

Enquanto o vermelho é usado como alertas ao usuário indicando uma ação crítica ou um possível erro, o azul transmite confiabilidade, a exemplo os apps financeiros que utilizam muito a cor para transmitir sua seriedade ao usuário.

Photo by Austin Distel on Unsplash

No entanto, é importante ressaltar que as respostas às cores podem variar amplamente dependendo de fatores individuais, como experiências pessoais, cultura e contexto. O que uma cor representa para uma pessoa pode ser diferente para outra, tornando crucial uma abordagem sensível e adaptável na seleção e aplicação das cores no design.

Além disso, as percepções das cores podem ser influenciadas por fatores externos, como iluminação e contexto visual, destacando a importância de considerar o ambiente no qual o design será visualizado. Por exemplo a incidência de luz solar sobre a tela pode comprometer o contraste entre texto e background. Para evitar isso, ferramentas para checarmos o contraste devem ser utilizadas.

Photo by Daniela Araya on Unsplash

Os designers precisam compreender profundamente a psicologia das cores para criar experiências visuais impactantes e eficazes. Ao utilizar cores de forma estratégica, podemos não apenas atrair a atenção dos usuários, mas também criar interfaces que evocam emoções desejadas, reforçam a mensagem da marca e facilitam a compreensão do conteúdo. A psicologia das cores é, portanto, uma ferramenta poderosa no arsenal de um designer, permitindo a criação de experiências digitais mais envolventes e significativas.

Acessibilidade e legibilidade

A acessibilidade e legibilidade são aspectos críticos do design de interfaces, garantindo que todas as pessoas possam acessar e compreender o conteúdo de forma eficaz, independentemente de suas capacidades ou limitações.

Photo by abillion on Unsplash

As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo da Web (WCAG) fornecem um conjunto de recomendações técnicas e diretrizes de boas práticas para criar interfaces digitais acessíveis. Entre essas recomendações, destaca-se a importância de selecionar cores com contraste suficiente para que as informações sejam discerníveis.

A acessibilidade é crucial para garantir que produtos e serviços digitais ofereçam uma experiência perfeita para todos os usuários. As WCAG são essenciais nesse processo, representando a base para o desenvolvimento de interfaces acessíveis. No entanto, é vital lembrar que se trata apenas do ponto de partida, e negligenciar seus princípios pode resultar em produtos digitais que excluem uma parte significativa do público-alvo.

Photo by Balázs Kétyi on Unsplash

Os quatro princípios da WCAG – Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto – abordam aspectos específicos da acessibilidade digital. No entanto, muitas vezes, a falta de consideração desses princípios desde o início do processo de design e desenvolvimento é a principal razão pela qual um produto não é acessível. Para alcançar um nível mínimo aceitável de acessibilidade, é necessário cumprir os critérios dos níveis A e AA, que atribuem diferentes graus de importância a cada critério de sucesso.

Portanto, ao incorporar e aplicar os princípios da WCAG de maneira abrangente e consistente, podemos criar produtos digitais que atendam às necessidades de todos os usuários, promovendo inclusão e igualdade de acesso à informação e serviços online. Além disso, é importante considerar o uso responsável de cores vibrantes e saturadas, garantindo que não prejudiquem a legibilidade do conteúdo ou causem fadiga visual aos usuários.

Photo by Alexander Grey on Unsplash

Em resumo, compreender a função das cores no design é essencial para criar experiências melhores e impactantes aos usuários. Devemos considerar as peculiaridades de nossos usuários ao escolher quais cores irão compor a interface, garantindo que todos tenham acesso as informações ali presentes. Projetar uma UI não é somente combinar elementos e cores, vai muito além, é preciso estudo, paciência e pensar em cada detalhe. Espero que esse pequeno guia os ajudem á encontrar as melhores soluções para seus usuários.

Vocês podem me encontrar no meu Linkedin

--

--

Mariana Yoshino
VagasUX
Writer for

Experiência com mapeamentos, criação de artefatos, discovery, levantamento de requisitos, pesquisa com usuário, forte atuação com UI. Figma e Adobe XD avançado