Conhecimento além do conteúdo: 5 insights sobre o bootcamp de UX da How

Um conjunto de elaborações sobre a minha experiência pessoal, que talvez contribua para a sua própria experiência.

Letícia França
VagasUX
4 min readMay 26, 2023

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Fonte: Freepik

No início do ano, fui contemplada com uma bolsa integral promovida pela iniciativa VagasUX para o bootcamp de UX Design da HOW.

Inicialmente, meu objetivo era pausar os estudos sobre UX Writing, dar alguns passos para trás e entender melhor sobre experiência do usuário.

Afinal, se existe algo que aprendi durante meses de cursos, livros e artigos, é que UX Writing é muito mais sobre UX do que sobre Writing.

Eu poderia enumerar neste artigo todos os métodos e ferramentas apresentados nos encontros virtuais, mas isso você pode encontrar em conteúdos gratuitos, mentorias e nas comunidades incríveis da área.

Por isso, decidi fazer um texto com os principais insights que eu tive ao longo dessas 11 semanas, que vão além do conteúdo visto nas aulas.

É óbvio que este artigo relata uma experiência pessoal e está longe de ser uma verdade universal.

1. Você não é um profissional de UX só porque fez um bootcamp de UX

Arriscando ser (muito) sincera nesse texto, me sinto na obrigação de te dizer.

São 11 semanas intensas onde você verá de forma teórica e prática como utilizar metodologia do Double Diamond parar criar soluções digitais alinhadas a necessidade de um grupo, garantindo a ele a melhor experiência possível.

Mas um certificado de bootcamp não é o quer determina se você é ou não um profissional de UX. Na verdade, ele é apenas o ponto de partida para você se tornar um.

As experiências e aprendizados que você pode ter para além do conteúdo passado nas aulas é mega importante. Assim como as relações formadas ao longo do curso, as conversas, opiniões, ideias.

Como o próprio nome sugere, UX é sobre experiências e pessoas. Não se limite a ser um entendedor de ferramentas.

2. UX não é só sobre métodos e ferramentas

Complementando o primeiro tópico, durante o bootcamp, você conhecerá um mundo de ferramentas para pesquisar e analisar dados e desenvolver sua solução.

Mas, pessoalmente, nem sempre você precisará usar todos os métodos apresentados. É muito importante que você saiba como e em que momento utilizar cada um deles, mas sem descartar o “feeling” do dia a dia. Acredito que a prática fará você entender quais ferramentas fazem sentido para o projeto que está atuando.

Não se preocupe apenas em seguir um escopo pré-estabelecido. O processo de UX não é uma receita de bolo, é um direcionamento maleável que pode e deve seguir a dinâmica da empresa ou do projeto que você está envolvido.

3. UX é saber conectar informações

A parte ruim de ser um profissional entendedor de ferramentas, é que você não vai encontrar um pote de ouro no final do arco-íris.

A solução ideal não surgirá num passe de mágica só porque você cumpriu todas as etapas. Você precisa saber interpretar e conectar as informações coletadas durante a jornada.

Inclusive, trabalhar em grupo é contribui muito para desenvolvimento dessa mentalidade. A pluralidade é uma das coisas mais importantes no processo de construção de UX. Portanto, converse com seu grupo. Discuta. Discorde. E gerem insights a partir disso.

4. O processo de UX nunca chega ao fim

Esse foi um ponto bem desafiador para essa virginiana que vos fala.

Minha mente é extremamente linear, acostumada a traçar um plano e seguir cada etapa, sem interrupções, até o fim.

E a minha percepção ao longo do bootcamp foi que, em UX, as etapas não possuem, de fato, um fim. Cada uma delas, apesar de bem definidas, se conecta e podem/devem ser revisitadas sempre que necessário.

As pesquisas geram perguntas que podem gerar mais pesquisas, que vão gerar insights que por sua vez geram testes, e respostas e mais insights. O processo é 110% iterativo.

Então, se vez ou outra você se sentir perdido(a), como eu, aqui vão algumas dicas:

  • Foque no presente. Em qual etapa você está agora? Quais informações precisa neste exato momento?
  • Não descarte nenhuma informação. Deixe em segundo plano para revisitar se necessário (é muito provável que seja).
  • Defina bem o recorte do problema. Quanto mais específico seu problema for, menos ruído você terá, e mais fácil será encontrar e focar nas respostas certas.
  • Questione o objetivo da solução. E certifique-se que ela está alinhada ao problema. No processo de definição das funcionalidades, formatos, etc, sempre se pergunte se aquela escolha resolverá o problema do seu usuário.

5. Bootcamp também é sobre soft skills

Me formei há alguns e desde então não havia feito trabalho em equipe. Desses que só uma sala de aula proporciona, sabe?

E aí fui forçada a olhar para as soft skills que precisavam ser aprimoradas. Parece óbvio, mas o óbvio também precisa ser dito: comunicação, empatia e flexibilidade são extremamente importantes (no trabalho de UX e na vida).

Arrisco dizer que até as minhas relações no trabalho ficaram bem melhores pós bootcamp.

Não pira!

Como disse no início do texto, meu objetivo não é transmitir uma verdade universal, deixar você com medo ou muito menos dizer que você não pode sair de um bootcamp sendo absurdamente foda em UX.

Muito pelo contrário, essa sou eu sendo totalmente sincera comigo e com você, que talvez entre com muitas expectativas e se frustre pelo caminho. Tá tudo bem ter questionamentos, se desesperar e achar que você não vai conseguir. Só não desiste, afinal, esse é apenas o primeiro passo.

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Letícia França
VagasUX
Writer for

Publicitária & Senior Copywriter na RD Station