Porque errar nos faz evoluir como designers

Sobre minha jornada na área de UX

Allo Engel
VagasUX
4 min readMay 2, 2023

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Em meados de 2022, trabalhava como analista de suporte em um grande aeroporto do país, com enfoque em service desk e suporte técnico nos sistemas de TI do local. Ao longo desta experiência profissional, percebi que, além de resolver os problemas dos usuários, eu investia boa parte do meu esforço e cuidado em compreender quais as consequências que essas falhas causavam na produtividade e no bem-estar dos colegas dos outros setores.

Nessa mesma época, havia iniciado um curso de Design Gráfico, no qual ainda me encontro, e fui desenvolvendo um apreço à área, mais especificamente à UX, tão importante nos dias atuais e que desempenha um fator essencial sobre como experienciamos os objetos do dia a dia. Hoje, sou estagiário em Design e cada vez mais vejo como posso ser útil trabalhando com UX, tornando essa minha maior meta profissional atualmente.

UMA OPORTUNIDADE INESPERADA

No início desse novo caminho, enquanto ainda estava procurando conhecer pessoas da área, conheci a VagasUX, uma comunidade incrível feita por pessoas que amam o que fazem e que buscam fortalecer o UX Design no Brasil.

Na VagasUX, toda semana são divulgadas vagas para cursos e bootcamps valiosíssimos para quem deseja entrar no ramo e, inesperadamente, tive a sorte de ser selecionado para ganhar uma bolsa de estudos de 100% de desconto para participar de um bootcamp ministrado pela How. Lembro que no dia pulei da cadeira do trabalho de felicidade.

A How Bootcamps dispõe de conteúdos imersivos com facilitadores das principais startups e empresas de tecnologia do Brasil e do mundo, em áreas de alta demanda como UX Design, Product Management, Engenharia de Dados e Recrutamento Técnico. Na seletiva, tive a chance de fazer o bootcamp de UX Design deles, o que me permitiu desenvolver meu primeiro case.

O BOOTCAMP

No Bootcamp, foram formadas equipes para que criássemos um produto que tentasse solucionar um problema real. Nossa equipe decidiu por escolher o tema “E se a Zara atuasse no descarte de roupas usadas”, unindo esforços para desenvolver uma ideia promissora que pudesse impactar positivamente na resolução de um grande desafio: o descarte de roupas e seus impactos.

Já de cara, destaco a recepção calorosa dos facilitadores da How, todos extremamente didáticos e empáticos, ajudando a direcionar as equipes nos projetos e sanando dúvidas sempre que elas apareciam. Junto disso, o canal do Slack era semanalmente atualizado com resumos e conteúdos relevantes dos últimos encontros, além de proporcionar o compartilhamento de experiências e conhecimentos entre os participantes.

O bootcamp era dividido em quatro partes, seguindo o método do Double Diamond: Imersão, Definição, Ideação e Prototipação.

Em cada uma dessas etapas, insights importantes surgiram, mas gostaria de dedicar esse texto a um aprendizado valioso adquirido durante a experiência: a necessidade do erro para o processo de aprendizagem, ou, no bom e velho português, errando é que se aprende.

A PESQUISA E A NECESSIDADE DE ERRAR

No início da pesquisa, a partir do Desk Research, criamos uma Matriz CSD como maneira de agruparmos os principais insights sobre o assunto. Com isso, juntamos dados quantitativos e qualitativos a partir de formulários e entrevistas. Com as novas informações em mãos, descobrimos algumas coisas interessantes e que divergiam da visão da equipe sobre alguns dos aspectos do descarte de roupas.

Matriz CSD inicial do projeto

A informação que mais nos chamou a atenção — e a que concentramos nossos esforços para desenvolver uma solução — era a de que muitas pessoas tinham a concepção de que descartar roupas é o mesmo que doar ou vender em brechós, somada ao fato de que, de acordo com uma parte considerável dos entrevistados, as pessoas tendem a não refletir muito acerca do destino final das roupas após o descarte.

Com isso em mãos, realizamos brainstorms utilizando ferramentas como o 5W2H e decidimos por desenvolver um protótipo de um app com a proposta de auxiliar o usuário a identificar o estado de suas peças de roupa a partir de um guarda roupa digital, onde seria possível adicionar peças de roupa e, após o usuário responder perguntas simples sobre estado do item, o aplicativo avaliaria elas para dar dicas sobre os melhores destinos de descarte ou reuso.

Após a finalização do protótipo, algumas reflexões se tornaram recorrentes. “E se o sistema de avaliação fosse mais intuitivo e automatizado?”, “E se a principal feature, a avaliação da peça, estiver incompleto?”, “Será que há uma arquitetura mais eficiente para a finalidade do aplicativo?” e, mais importante, “De que maneiras o aplicativo poderia impactar mais o usuário?”.

Acho que esse, no final, é um aprendizado de grande valor. É preciso analisar os pontos fracos de um projeto, seus erros e acertos. De um lado, isso nos ajuda a desenvolver o senso crítico necessário à área e, do outro, nos prepara para lidar com os desafios originados de produtos reais.

Dito isso, essa experiência foi extremamente positiva para mim, e agradeço à VagasUX e à How novamente pela oportunidade. Sobre o protótipo, pretendo revisitá-lo no futuro, com uma nova bateria de pesquisas com usuários, para lapidá-lo o máximo possível e, assim, transformar ele no case de sucesso que ele merece ser.

Protótipo do projeto no Figma: https://www.figma.com/proto/mUmXQCy5EuN7DqVyW5W4H0/How-Bootcamp?page-id=13%3A39&node-id=101-3252&viewport=158%2C194%2C0.1&scaling=scale-down&starting-point-node-id=98%3A2503&show-proto-sidebar=1

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Allo Engel
VagasUX

Designer e aspirante a UX Designer, prazer!