Querido diário, resolvi começar a escrever sobre as coisas que faço

Era pra ser um texto bem curto, mas eu me empolguei

gabi peron
VagasUX
11 min readAug 30, 2023

--

cachorrinho branco pequenininho com uma bandana vermelha no pescoço sentado sozinho no banco do metrô.

oi,

esse é meu primeiro texto por aqui! Eu ia falar só sobre minha experiência sendo freelancer pela primeira vez, que também foi meu primeiro emprego sendo UX designer, então só disso já tenho muita coisa pra falar… mas no final tive que vir editar esse começo aqui, eu me empolguei muito e contei um monte de outras coisas além disso 😭😂

Um resumo antes de tudo: as últimas semanas foram super intensas por aqui. Eu, pequena juninha na área de UX, em um recomeço na busca de oportunidades de emprego nesse mundão, fui indicada pra um freela nessa área, resolvi confiar no meu taco e olha no que deu: ME CHAMARAM!!

Ao longo desse trabalho, tive a honra de ser acompanhada e orientada pelo Rafael Meireles, UX Designer sênior (e um querido 🥺), e posso dizer com tranquilidade que esse acompanhamento foi essencial para o meu desenvolvimento e aprendizado ao longo dessa oportunidade!

Vamos do começo…

̶E̶u̶ ̶n̶a̶s̶c̶i̶ ̶e̶m̶ ̶1̶9̶9̶8̶ to brincando, não me empolguei tanto assim 🫣

Fiz faculdade de Arquitetura e Urbanismo e sempre tive Design como segunda opção (👀 droga, deveria ter colocado ele como primeira opção).

Ao longo da minha graduação, sofri pra conseguir um estágio em algum escritório de arquitetura, então acabei me dedicando mais na área de pesquisa: entre o 3º e 4º ano realizei uma Iniciação Científica com o tema “Patrimônio industrial construído na área urbana de São Carlos, 1890 a 1930: mudanças e preservação” e levei essa pesquisa para o meu TCC, intitulado “Gioteca: a fábrica de leitura”, que foi uma análise e projeto de revitalização de um dos primeiros prédios industriais da minha cidade (e que ainda continua ativo!).

Fotos de quando visitei a Indústria Giometti, foco principal do meu TCC e IC (2019)

Então minha formação foi muito baseada em pesquisa, o que foi ótimo para eu me desenvolver nessa área e melhorar minha organização em projetos e pesquisas, mas senti falta de ter experiências em escritórios, onde eu teria contato com outros profissionais da área e clientes. Realizei apenas um estágio assim, mas foi pouco antes de começar a pandemia e tudo ativar o modo remoto, então minha experiência foi curtíssima.

Pouco depois de formada, “resolvi” essa falta de relacionamento com clientes, mas trabalhando em outra área: artes digitais (ainda tem resquícios dessa época no meu insta e também nessa minha lojinha, caso alguém tenha interesse em ver).

Antes da faculdade eu sempre desenhava por diversão (fiz até aulas de desenho), mas depois que comecei a graduação esse hobby infelizmente foi perdendo espaço no meu dia-a-dia. Depois de formada e durante a pandemia retomei esse meu costume — para tentar não surtar na situação em que o mundo e eu se encontravam, com o Covid aterrorizando o mundo todo, sem poder sair de casa, e desempregada— e logo pensei: por que não tentar monetizar isso aqui? (o grande erro de monetizar um hobby, não façam isso!!) E foi assim que comecei a investir mais na arte digital e ao longo do tempo recebi mensagens de pessoas interessadas em comprar minhas artes e propostas de encomendas personalizadas, e foi aqui que tive que aprender a lidar com clientes!! Eita que experiência doida 👀, falar com pessoas pode ser muito mais difícil do que parece, mas não vou negar é muito gratificante ver seu trabalho sendo aprovado e compartilhado por outras pessoas. 💖

Algumas artes e fotos minhas, a primeira foto na esquerda foi quando fui entregar um desenho encomendado para presente de aniversário e a do lado foi quando imprimi meu desenho da Jinx (personagem do LoL) e enviei para uma amiga em São Carlos-SP. As demais são artes minhas e almofadas que estão na lojinha hihi

Bom, voltando naquela parte em que eu falei “o grande erro de monetizar um hobby, não façam isso!!”… então, grande erro! Percebi que eu tinha perdido meu hobby e agora tudo era voltado ao trabalho: desenhar deixou de ser um passatempo e passou a ser algo que tinha que me retornar dinheiro de alguma forma, e não era aquilo que eu queria. Então comecei a procurar outra área para estudar e me dedicar e nesse momento fui logo para o que sempre foi minha segunda opção: o design.

Aqui tenho que ser sincera que não lembro muito bem como cheguei na conclusão “é, vou estudar esse tal de UX Design, parece legal”, mas foi a conclusão que eu cheguei e é o que eu tenho feito desde o final de 2021! A caminhada é loooonga, vendem muito o papinho de que entrar em uma área nova é rápido e fácil, mas é importantíssimo entender que isso não é a realidade! Então vamos que vamos 💪

Ao longo dessa minha caminhada, descobri que a comunidade de UX é super acolhedora e disposta a ajudar o outro! Várias coisinhas incríveis já aconteceram comigo: um professor da minha faculdade me chamou para falar sobre um case de estudo meu para a turma dele na Mackenzie (aqui falo mais sobre isso), fui chamada para atuar como voluntária na comunidade VagasUX (comunidade que eu conheci e comecei a acompanhar logo quando comecei meus estudos em UX, então imaginem ai a felicidade que senti quando a Mah me chamou), fiz mentorias que me ajudaram a entender muita coisa e conheci pessoas incríveis que têm me ajudado demais nessa jornada!

Várias fotinhas dessa minha caminhada, ai ai que saudades do meetup da VagasUX…

Aqui vem um grande porém nessa caminhada toda: um tempinho atrás percebi que estava ficando doidinha, consumir uma tonelada de conteúdo, vídeos, livros, textos e cursos, sem parar, e se inscrever em infinitas vagas, que no fim nem enviam um retorno do processo seletivo ou então enviam uma mensagem padrão dizendo que não vai rolar dessa vez, desanima e mexe com a nossa cabeça, né? O burnout de estudo é real?! 😰

Ai desacelerei 😮‍💨 respirar também é importante!

E como foi importante!! Voltei com muito mais disposição, já estou me organizando para começar um curso novo (alô @ Daniel Furtado, logo mais to chegando no teu curso — se tudo acontecer conforme o planejado por aqui — einn) e fiz um post no LinkedIn divulgando que estava #OpenToWork (e contando mais resumidamente tudo o que eu falei até agora por aqui) —… post que saiu completamente do meu controle e da minha pequena bolha por lá. Eu definitivamente não estava esperando por isso, mas foi ótimo: encontrei muitas pessoas que se identificaram com o que eu escrevi e diversas pessoas que já estão na área demostraram apoio e me ajudaram.

E no meio desse barulho todo, recebi uma proposta de freela 👀 (que, na verdade, nem teve nada a ver com o meu post, foi só uma coincidência mesmo).

E aqui vem um ponto importante: desde quando comecei a me candidatar pra vagas na área de UX eu sempre FUGI de pegar freelas. É, eu estava com um pouco de medo 😨

Mas ai pensei “hmm, por que não?” e resolvi dar uma chance — tanto pro freela quanto pra mim mesma — e lá fui euuuuuuu!! 🛴 (de patinete, porque ainda não estou voando igual um foguete, mas to indo pra ele!! hehe)

gato branco e cinza sentado em uma cadeirinha, na sua frente tem um computador antigo e suas patinhas estão em cima do mouse e do teclado, como se ele estivesse usando o computador

O FREELA 🎉🥳

Ufa, cheguei nessa parte! Eu ia falar só disso nesse texto e no fim eu me distraí e quando fui ver já tinha um monte de coisa da minha vida escrita aqui 😭

Bom, então vamos lá: eu sempre fugi de freelas por um motivo bem simples: não me sentia preparada para cuidar de um projeto 100% sozinha.

Eu ainda não tinha realizado trabalhos reais na área de UX e não achava que fazia sentido minha primeira experiência ser em um trabalho que eu teria que lidar com tudo e todos sozinha. Ainda sinto que ter alguém com mais experiência na área me dando suporte é importante para o meu desenvolvimento profissional, e tive isso nesse freela! (e saber que eu ia ter esse apoio foi o que mais me motivou em seguir em frente aqui hihi)

Aqui tem um ponto meio off, mas que vou desabafar: eu não tinha MEI ainda, então tive que descobrir como fazer tudo meio que na doidera e correria, e pelo amor como essas coisas são confusas! Tem infinitos sites e vídeos falando como fazer mas cada um fala de um jeito!!!
No fim, abrir o MEI foi até que simples (ufa), mas ai tem todo o rolê pra emitir a nota fiscal nééé, ninguém me avisou dessa parte!!!!! (̶a̶v̶i̶s̶a̶r̶a̶m̶) geeeeeeeente, que mundo difícil, é sigla, número, nome, sites feios e que parecem que vão roubar tudo o que você tem assim que você clicar em alguma coisa… Não sei se é tranquilo pra vocês, mas eu (ainda) to ficando doida com isso tudo!!! E o medo de sem querer fazer algo errado?? Como eu vim parar aqui meu Deus eu só tenho 6 anos
Única coisa que tenho a agradecer é que consegui fazer tudo online 🙏 obrigada internet


enfim, continuando:

Ao longo de todo o trabalho, só tive contato com 2 pessoas: o Rafa, UX Designer sênior e o fundador da startup que me contratou (uma apresentação rapidinha: a startup se chama Vai de Bolsa e seu fundador Adonai).

Praticamente durante a primeira semana toda eu me dediquei a entender o contexto da empresa e me adaptar ao estilo deles. Pesquisei sobre concorrentes diretos e indiretos, analisei o site atual da empresa (focando principalmente nos pontos que foram levantados na nossa primeira reunião) e já comecei minhas anotações e estudos.

E a partir dai eram reuniões, papos, estudos, testes, estudos, reuniões e mais papos… entender os principais problemas, começar a elaborar as primeiras ideias de soluções, perceber que aquilo não encaixava no site, fazer alterações… meus dias foram basicamente assim! Sabe aquela função de adicionar um comentário no Figma? Usei tanto no meu arquivo pra ir anotando minhas ideias e dúvidas que acho que nunca mais vou saber fazer nada sem usar isso!

O prazo para finalizar as demandas era até que curto (mais ou menos duas semanas), então os dias precisavam ser bem produtivos: foi extremamente importante manter a organização durante esse trabalho (ainda bem que eu sou meio detalhista com isso).

Sempre gostei muito de manter o processo das coisas que eu produzo e não saio apagando tudo só porque não deu certo ou não foi aprovado. Eu amo ver como as coisas evoluíram, como eu evolui, e nesse trabalho não foi diferente: criei um calendário no Notion onde eu fui anotando minhas horas trabalhadas junto com as reuniões e conversas que aconteciam, anotando as informações mais importantes levantadas naquele dia e prints de coisas que eu tinha desenvolvido para estudar e apresentar.

Com isso, hoje consigo ver todas essas coisas e perceber o quanto evoluí nesse pouco tempo: no final, as coisas se encaixaram muito melhor com o site e as soluções finais fizeram muito mais sentido.

Print do meu calendário no Notion. Borrei tudo!! Sai seus xeretas hihih

No começo, quando surgem as primeiras ideias, você já pensa: “pronto! resolvi todos os problemas” ✨ (eu sou assim kkkkkk) e parece que nada mais vai mudar, mas a verdade é: TUDO MUDA! (e mesmo eu sendo assim, eu sei disso!!)

Assim que eu começava a me aprofundar mais em cada detalhe dos problemas que eu estava ali para resolver, entendia que a solução que eu estava propondo nem sempre era a melhor opção.

Aqui um exemplo disso: usar ícones para diferenciar duas coisas diferentes parece ser o melhor e mais fácil caminho a ser seguido, mas… o usuário vai ter que aprender o que aquele ícone significa, e se não for tão claro assim pra ele o significado? E se gerar confusão ao longo da navegação pelo site? Melhor pensar em outras soluções.
E assim fui desenvolvendo minhas coisinhas…

Conversei muito com o Rafa ao longo desse processo todo: eu falava minhas sugestões, ele me dava dicas, trocávamos ideias e chegávamos em um consenso final, e ai partíamos para uma reunião com o Adonai para apresentar o que fizemos e conversar para entender como continuaríamos a partir daquele ponto.

Imagem de jcomp no Freepik

Essas reuniões foram um ponto fraco meu, eu admito. Saber como apresentar minhas ideias e defendê-las é algo que certamente vou melhorar… O nervosismo sempre bate na porta, o “eu acho que” aparece em cada frase que eu falo e é meio difícil mudar isso viu, não vou mentir não, mas estou trabalhando nisso!

Uma coisa que eu resolvi fazer pra última apresentação que tive (e me ajudou DEMAIS, não sei por que só fiz isso na última…eu já fiz isso em outras situações, sei lá gente vacilei 😅): escrevi tudo o que eu tinha que falar, com todas as palavras, letra por letra do que eu ia falar e mostrar. Além de ajudar a não deixar passar nenhum ponto na hora da reunião, ajuda na ansiedade! Depois de ter tudo escrito, fiquei aqui lendo em voz alta, treinando a fala mesmo, e na hora da reunião consegui falar com muito mais tranquilidade as coisas! Claro que não resolvi todos os meus problemas com isso né, a vida não é tão simples infelizmente, mas melhorou muito! (ufa, ainda bem que tive essa ideia a tempo de ter uma última reunião pra me sair melhor 😮‍💨)

E no fim? Nossa, como é gratificante ouvir que as soluções apresentadas foram aprovadas!! Depois desse dia sai com um sorriso maior que meu rosto andando pela minha casa e indo encher o whats da minha mãe de áudios (ai gente, eu conto tudo pra ela, não dá pra não contar, ela torce muito por mim, tem que estar por dentro das coisas boas também!!!), e já estou super ansiosa pra ver quando as soluções apresentadas estiverem em uso. 🥰

Minha conclusão com essa experiência toda

Cachorro amarelinho usando uma gravata vermelha e sentado na frente de um computador, com as patas em cima do teclado e parece até que está sorrindo

A primeira coisa que tenho a dizer aqui é: é um CHOQUE sair do mundinho de criar projetos fictícios só meus para estudar e colocar no portifólio e cair de cara no mundo real, fazendo um projeto pra alguém que está me contratando para isso, onde eu preciso apresentar minhas ideias e defender o que desenvolvi.

E algo que eu preciso colocar mais em prática é: não só ter ideias baseadas em coisas que venho estudando, mas também saber apresentar essas ideias citando as coisas que venho estudando rs 👀✍️

Aprendi muita coisa ao longo desse trabalho. Nada melhor do que ter oportunidades reais para crescer e me desenvolver na área que estou me inserindo! ✨

É uma doidera isso de entrar em uma área nova, quem poderia imaginar?!

No final do projeto, recebi feedbacks incríveis sobre o quanto eu evolui tanto no desenvolvimento de ideias quanto na apresentação delas! Fiquei extremamente feliz em saber que tive essa evolução em tão pouco tempo trabalhando nesse projeto, sinto que ainda tenho pontos para melhorar e coisas para aprender, mas isso me mostrou o quanto eu sou capaz 🥰

Só tenho a agradecer, ao Rafa e ao Adonai, pela oportunidade e confiança no meu trabalho!

E por enquanto, é isso! Um beijo e um queijo, e até a próxima ✨

--

--