Um olhar de UX para seu processo seletivo

Raquel Godoy
VagasUX
Published in
4 min readFeb 10, 2022

Quem está em busca de uma vaga de UX Writing, seja como transição, ou recolocação no mercado sabe que o processo pode ser longo. Mas não dá pra negar que atualmente (este é um artigo escrito em fevereiro de 2022) o UX Writing é uma área aquecida e existem muitas vagas por ai.

Isso não significa que processos de contratação são simples ou rápidos. Então “Como preparar o currículo para me candidatar? O que dizer em entrevistas se não tenho experiência na área? O que recrutadores esperam? Como conseguir meu tão esperado sim?”

Longe de dar uma resposta bala de prata para todas essas questões, ou abusar de analogias sem sentido, olhar para o seu processo de contratação como um projeto de UX pode ajudar a encarar algumas etapas, aplicando conhecimentos que farão parte do seu dia a dia depois de contratado.

Foto de porta com placas vermelhas onde é possível ler “We are hiring” e “apply today”, ou “nós estamos contratando” “candidate-se agora”em português
Photo by Eric Prouzet on Unsplash

Estude as descrições de vagas

Uma pesquisa bem feita pode fazer toda a diferença em qualquer projeto, correto? Com a sua recolocação não seria diferente.

A dica aqui é estudar a fundo as descrições de vagas e oportunidades que você está buscando e ir além. Como é uma etapa de pesquisa, e não há necessidade de candidatura, você pode ampliar o leque de busca para oportunidades que normalmente você não se candidataria, como vagas em outros estados, ou fora da sua senioridade.

Encare essa fase do projeto como um estudo de semântica, na elaboração de um vocabulário controlado, leia, anote, analise os termos que aparecem com mais frequência e agrupe expressões que tenham a ver com as suas habilidades.

Vale usar uma ferramenta de design como miro, figjam e etc, ou fazer uma nuvem de palavras escrita à mão em um caderno mesmo.

Esta etapa vai te dar insumos de vocabulário para reescrever seu currículo usando expressões e termos que recrutadores (suas pessoas usuárias) estão esperando ler.

Você também vai conseguir mapear habilidades e conhecimentos que ainda podem estar faltando na sua formação, ajudando a construir um mini roadmap de estudos com foco no que você precisa evoluir na carreira.

Foto de uma mesa preta, sobre ela uma pranchetas com papeis onde é possível ler uma lista
Photo by Startaê Team on Unsplash

Diminua a carga cognitiva da sua pessoa usuária

A esta altura do campeonato você já deve saber que sua experiência profissional não precisa ser necessariamente em times de design, afinal esta é uma área que costuma acolher bem e ver com bons olhos profissionais com experiências diversas.

O pulo do gato aqui é como contar sua história e trajetória para o time de recrutamento com o qual você está conversando. Neste meet up da comunidade a Mariane Lorente fala muito sobre a necessidade de olhar para a sua carreira e fazer um ‘de/para de habilidades’.

Este é um exemplo perfeito para entender que é preciso diminuir a carga cognitiva de quem está analisando sua candidatura no meio de tantas outras.

Não espere que recrutadores olhem seu currículo que diz “repórter de rua” e naturalmente associem à habilidades de entrevista e pesquisa, necessárias para uma vaga, por exemplo. Neste ponto é seu trabalho fazer essa tradução e dizer com todas as palavras que você tem estas habilidades e experiências.

A entrevista serve para usar soft skills

Nem só de experiência vive um currículo, certo? As soft skills, ou habilidades e comportamentos específicos também são esperados dependendo da vaga para a qual você está aplicando.

Argumentação, storytelling e negociação e defesa das suas escolhas são possivelmente, algumas delas.

Se no processo que você está participando, foi pedido que um case fosse apresentado, saiba que mais do resultados e protótipos, e você também está sendo avaliado por como conta e defende suas escolhas.

Mesmo que a defesa de um case não esteja entre as etapas de avaliação, a argumentação sobre as suas habilidades e de como elas podem se alinhar aos objetivos de negócio da empresa, o storytelling de como você fala da sua carreira e a defesa da sua candidatura também fazem parte de uma entrevista completa.

Você pode não saber quais são exatamente as perguntas que serão feitas, mas esteja preparado para contar sobre você e sua carreira e como suas habilidades e experiências se aproximam do que é esperado para a vaga em questão.

Foto de parede branca com sete post-its rosas colados. Em primeiro plano uma mão segura um dos post its onde é possível ler “run a usability test” ou “faça um teste de usabilidade”em português
Photo by David Travis on Unsplash

Entrevistas como testes de usabilidade

Um time de tecnologia deve estar acostumado à trabalhar com metodologias ágeis, que incluem testes e ajustes em qualquer entrega.

Se você olhar para as entrevistas como testes onde você é o produto a ser lançado, é importante ficar atento aos feedbacks desta etapa.

Não desanime com as negativas, em um processo de contratação elas são esperadas. Mesmo que não receba um feedback oficial, faça você mesmo uma avaliação da entrevista, ou seja, anote perguntas que você teve mais dificuldade de responder, habilidades que precisam ser desenvolvidas ou qualquer outra coisa que você identifique que possa ser melhorada.

Se for o caso, faça ajustes no seu currículo e portfólio e se prepare para a próxima, a oportunidade vai aparecer e você só precisa estar bem preparado!

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