Barack Obama: “Talvez, em algum lugar na favela, tenha uma criança capaz de curar o câncer”
Sim, Sr. Obama. Em nossas favelas têm crianças que serão capazes de curar o câncer, de explorar as estrelas e os planetas mais distantes do universo, e também têm jovens incríveis capazes de criar máquinas inteligentes que poderão mudar o mundo
“Prover boa educação e serviço social não é caridade, mas sim necessidade do desenvolvimento econômico de um país. Quanto mais se investe em capital humano, mais as economias vão crescer”, afirma o ex-presidente americano Barack Obama.
A defesa por uma educação de qualidade foi o tom do VTEX Day, que iniciou com uma bela homenagem aos professores brasileiros, os quais foram gentilmente convidados a ocupar a primeira fila do auditório lotado da Expo SP. Foram mais de 15 mil pessoas reunidas na São Paulo Expo, nesta quinta-feira (30), para ouvir as palavras de Obama.
Coincidentemente, em um dia marcado por manifestações pró-educação em todo o Brasil, Obama analisou a importância de preparar os jovens a pensar criticamente a respeito do mundo a seu redor.
“Os países que ensinarem suas crianças a serem criativas e a pensar criticamente serão os mais bem-sucedidos economicamente. Sem investir nas pessoas, é improvável que um país tenha sucesso a longo prazo.”
Obama lembrou da primeira vez que veio ao Brasil, ainda como presidente. Ele visitou uma favela e jogou futebol com algumas crianças. “Eles pareciam comigo quando era criança. A diferença era que eu tive a oportunidade de ter uma ótima educação, morava num país que oferecia condições de prosperar, mesmo com algumas desvantagens. Talvez, em algum lugar na favela, tenha uma criança capaz de curar o câncer. Talvez, se eles tivessem a oportunidade…”
Sim, Sr. Obama. Em nossas favelas têm crianças que serão capazes de curar o câncer, de explorar as estrelas e os planetas mais distantes do universo, e também têm jovens incríveis capazes de criar máquinas inteligentes que poderão mudar o mundo
O Brasil, juntamente com toda América Latina, possui um enorme potencial para ser o centro global de inovação, principalmente no que diz respeito nos serviços de software. Há dois anos, com o programa Vai na Web, conseguimos perceber a vontade e a competência de nossos jovens — moradores de regiões de conflito armado e exclusão — aprendendo ferramentas digitais, se desenvolvendo e impulsionando negócios dentro do mercado tecnológico.
Contudo, é preciso conceder uma chance.
Para que a gente consiga vislumbrar a potência da tecnologia, para evoluir modelos de negócios — e ao mesmo tempo construir uma sociedade econômica e socialmente próspera -, será necessário que todos, em conjunto, olhem com mais empatia e estratégia para as suas pessoas.
Amadurecer digitalmente requer alavancar mentes criativas e diversas. Nas palavras de Obama “se negros e mulheres não forem incluídos, você não está aproveitando todo o talento disponível.” E as nossas favelas, as nossas periferias, as nossas regiões de extrema vulnerabilidade estão repletas de pessoas prontas para aprender e se aperfeiçoar.
Precisamos impulsionar a nova mão-de-obra com capacitação técnica avançada e pensamento digital adequado se quisermos que os nossos negócios continuem relevantes e produtivos. Precisamos preparar a nossa força de trabalho para aprender a trabalhar juntas com as máquinas inteligentes a fim de solucionarmos os problemas mais profundos e complexos já vividos pela humanidade.
E a educação é a gênese — a nossa maior aliada.
Por: Aline Fróes — cofundadora do Vai na Web
Vai na Web Social Tech é um programa gratuito que leva tecnologia avançada e valores humanos para duas regiões de conflito armado no Rio de Janeiro: Morro dos Prazeres e Complexo do Alemão. Para conhecer a rotina dos estudantes e mais informações da iniciativa, acesse o nosso perfil no Instagram, Facebook ou Twitter.