Como definir seu estilo de arte

Vale.jo
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5 min readNov 24, 2021

O mundo artístico pode ser bem desafiador. Um desses desafios é desenvolver o estilo da sua arte

Arte: Magui

Pensando nisso, realizei um pequeno apanhado de dicas para quem está em busca do seu próprio estilo. Essa pauta é mais comum no âmbito das artes plásticas, principalmente na pintura e desenho, então tentarei deixar o mais adaptado possível para qualquer expressão artística.

Mas afinal, por que é importante definir seu estilo?

Desenvolvendo seu próprio estilo, você cria uma identidade ímpar para seu trabalho, o tornando mais chamativo.

Também é muito útil na hora de vender sua arte, pois se alguma pessoa se apaixonar por seu estilo, ela só poderá adquiri-la comprando de suas mãos.

Se quiser saber mais, recomendo esse vídeo, de Lari Namaste, esse texto do blog Femingos.

Então já sabe, pega um café, uma água ou um chá e bora lá.

1. Várias técnicas, vários caminhos

Imagine o seguinte, você usa determinada técnica para sua arte, como hachura, nanquim, colagem, Adobe Premiere, entre outros. Essa é sua expressão artística básica, adotada desde o início dos seus trabalhos.

Mas já pensou em usar uma técnica diferente?

Você pode até gostar da sua técnica atual e tá tudo bem.Contudo, seus outros conhecimentos podem ser mais explorados em outra abordagem.

A maioria das pessoas acha que um bom artista deve escolher um único caminho e segui-lo até o fim, mas isso não faz sentido. Explorar técnicas podem te trazer uma noção de quais processos você mais gosta. Com a prática, se cria a possibilidade de misturar diferentes técnicas.

Um exemplo muito legal é de João Guedes, criative aqui da Valejo. Frotagafe, João teve a boa ideia de colocar uma das suas fotos em quebra cabeça. A obra se chama “Você urbanista”, e brinca com a imagem de um prédio em que o espectador vai construindo.

Usando um pouco de tudo, você pode desenvolver seu estilo aos poucos.

2. O que você quer comunicar?

Toda forma de arte comunica alguma coisa.

Seja o complexo quadro, cheio de símbolos que obriga qualquer pessoa a olhar para obra mais de uma vez. Até aquelas imagem bregas de publicidades

A questão é: a sua mensagem juntamente com os sentimentos que você quer despertar no espectador definem muito o seu estilo.

Um exemplo clássico do cinema é o trabalho de Tim Burton, seu estilo que mistura horror com beleza é bem característico. Qualquer obra sua irá despertar medo e ao mesmo tempo fascínio, o que está sendo comunicado aqui é que nem sempre o bizarro é maligno.

Claro que suas temáticas podem mudar. Isso é muito comum no meio artístico. Por exemplo, artistas passam por longas fases onde só pensam em um único tema, isso já aconteceu com Van Gogh, quando o pintor se apaixonou perdidamente pela cultura japonesa e passou a retratá-la em seus quadros.

Talvez você deva estar se perguntando: “mas como descobrir o que eu quero comunicar?”.

Isso nos leva para a próxima dica.

3. Se conheça

Se conhecer, questionar constantemente “quem sou eu e o que quero?” É importante para qualquer pessoa, mas para os artistas, essa é uma pergunta inevitável.

Sua personalidade, trajetória, seus pensamentos e opiniões, tudo pode ser refletido na arte. Muito provavelmente, você já faça isso sem perceber.

Pode ser de forma sutil, como usar certo traço, ou pode ser a matriz principal da sua obra. Muitos criatives usam suas identidades em suas artes, como Lary Ilusstra, uma pessoa gorda que retrata corpos parecidos com o seu nos quadros que pinta.

Isso abre brecha para as outras pessoas se identificarem com seu trabalho. Já viu alguma arte, seja filme, série, quadro, HQ e sentiu que aquela obra tivesse sido feita especialmente para você?

Gostamos de nos reconhecer naquilo que vemos.

4. Acumule referências

Entender quem você é acaba sendo muito importante para criar seu estilo. Não só suas várias identidades e papéis sociais que ocupa, mas também saber seus gostos, quais temas te chamam a atenção e os porquês.

Por isso, é essencial para qualquer artiste ter um repertório cultural diversificado. Nesses loucos tempos modernos, acabamos criando um medo muito grande de plágios e, com razão, pois plágio pode ser considerado crime. Eu duvido que exista alguma pessoa que não se sinta roubada ao ver seu trabalho copiado.

Contudo, como mostra o documentário Everything is a Remix Remastered de

Kirby Ferguson, é impossível criar algo sem ter referências. Mesmo no cenário artístico é preciso fazer uso daquela famosa frase “Nada se cria, tudo se transforma”.

Ninguém aprende a fazer nada do zero, tá tudo bem você abrir o pinterest e procurar poses para o seu desenho, ou se inspirar em outro personagem para criar o primeiro rascunho do protagonista do seu livro.

Você só não pode colocar na internet e dizer que aquilo é uma ideia original sua, porque aí sim, pode acarretar em crime, pelo menos dentro do tribunal da internet (ao menos que você seja homem, branco, cis e magro, ai nem precisa se preocupar).

Não fique com medo de praticar usando o trabalho de terceiros, a PM não vai bater na sua porta para te prender. Esse pavor do plágio só está prejudicando uma única pessoa:você.

Em caso de dúvida, apenas não poste.

5. Aquela frase clichê….

Sei que a maioria não vai gostar dessa última dica, pois vai parecer um repeteco, o que sempre se ouve quando se trabalha no meio artístico.

“Não compare o seu processo com o resultado dos outros”.

Arte: Magui

Viu? Avisei que era clichê, mas é um clichê que vivemos esquecendo. Não importa o quão boa sua confiança seja, sempre nos comparamos com outras pessoas que consideramos superiores.

As redes sociais contribuem muito para isso, mostram o espetáculo escondendo a bagunça da coxia. Ninguém conta que aquela pessoa com um estilo único e reconhecido por qualquer observador, demorou anos para desenvolver a prática.

Então a última dica é essa: seja paciente e gentil com você, cada arte tem seu próprio tempo, tentar acelerá-la é inútil e só irá gerar frustração.

Respire, vá com calma. Não é uma corrida.

Escrito por: Alex Gaeta

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