O Real Orgulho LGBTQIA+ em Empreendimentos com Propósito Social

Vale.jo
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5 min readJun 7, 2021

Bem-vindes a série especial “Qual seu orgulho?” composta por três artigos com temáticas relacionadas à diversidade e ao mês do orgulho LGBTQIA+. Portanto, sente-se, relaxe e orgulhe-se com a gente.

Arte: Magui

O ano era 1969, um típico sábado à noite em Nova York. As pessoas estavam felizes, afinal, iriam encontrar seus amigos, conhecer gente nova, ouvir boas músicas, gargalhar por motivos simples e, talvez, com um pouco de sorte, sorrir para o amor.

Tudo corria dentro do que podemos chamar de normalidade, pelo menos, até aquele momento…

E foi quando de repente, a polícia invadiu o bar chamado Stonewall Inn sob a alegação de que aqueles indivíduos estavam cometendo um crime: faziam parte da comunidade LGBTQIA+.

Entretanto, aquele não seria um dia qualquer. Um misto de revolta e coragem levou aquelas pessoas a saírem às ruas para gritar a plenos pulmões que sim, elas tinham muito orgulho de ser quem eram, independentemente do gênero ou orientação sexual com as quais se identificavam.

Em 28 de junho de 1969 — um ano depois da revolta, foi realizada a primeira organização do Vale LGBTQIA+ nos Estados Unidos com o intuito de ir às ruas e lutar por seus direitos.

Desde então, em várias partes do mundo — incluindo o Brasil — celebramos no mês de junho o orgulho de ser quem realmente somos.

Muitos avanços ocorreram ao decorrer dos anos, inclusive na economia mundial em relação ao mercado LGBTQIA+. Justamente por isso, o termo Pink Money foi criado. A expressão é utilizada para caracterizar a comercialização de produtos para o público LGBTQIA+.

Uma matéria publicada em setembro de 2020 no portal Colabora constatou que a estimativa do movimento deste mercado no Brasil em 2019 foi de US$ 107 bilhões.

Mas quem verdadeiramente são os empreendedores do vale?

Missão é a base para a construção de estratégia das empresas que visam inovar em todas as áreas. Quando falamos em propósito, normalmente, gestores e líderes buscam algo que inspire ou desafie colaboradores e parceiros — além de fazer uma conexão com o “público-alvo”, digamos assim.

É comum grandes companhias aliarem seus negócios a causas sociais, mas se ao invés de colaborar em ações, o propósito da empresa fosse o próprio impacto social que gera lucro?

Já falamos anteriormente sobre a importância da diversidade e inclusão no artigo “A minha empresa é realmente inclusiva?” e agora, eu vou contar a história de um empreendimento que nasceu com esse propósito em seu DNA.

Criada em 2018, a Valejo surge através de um programa de aceleração de impacto da Todxs Brasil, com o intuito de incentivar a valorização do trabalho de artistas e empreendedores LGBTQIA+. Em 2019, o empreendimento foi premiado em segundo lugar entre os projetos que passaram pelo Empreende Aí.

“Lá em 2015 ou 2016 estávamos questionando, em relação aos dados do IBGE que apontavam o grande consumo de pessoas do Vale, como as empresas viam nisso uma oportunidade mercadológica. O grande ponto disso tudo é que Comunidade LGBTQIA+ é um movimento social” Explica Ana Carla Marques, cofundadora da empresa.

No princípio, a Valejo era uma plataforma e-commerce, o que já estava dando certo — mas justamente por ser um um negócio social — o empreendimento cresceu, desenvolveu novas frentes de atuação e conta com mais de 50 empreendedores.

“A grande diferença é que, além de reunir os empreendedores, fortalecemos a comunidade por meio de formações, qualificando a rede para atuar de maneira mais forte de frente ao mercado e competir com grandes marcas.” Comenta o cofundador Valter Ferreira.

Através da Valejo, a rede composta por artistas e criatives acessam: capacitações, workshops e compartilham experiências alcançando visibilidade o suficiente para vender suas obras e produtos.

Desse modo, é visível que com mais do que um simples direcionamento, as pessoas podem ser impactadas e empoderadas através de seus próprios trabalhos.

Quem são os idealizadores da empresa?

Mulher cis, branca, lésbica, bacharela em Relações Internacionais e empreendedora. Para chegar até aqui, Ana Carla vivenciou diversos debates, foi para a rua gritar por direitos e participou de inúmeras mobilizações.

“Isso tudo fez nascer uma grande inquietação dentro de mim para propor algo que fizesse sentido para a comunidade LGBTQIA+ e uma dessas questões foi justamente o Pink Money.” Conta a paranaense Ana Carla.

Valter Morais, homem Gay, negro, cis, Belo-Horizontino que, atualmente mora em São Paulo, além de empreendedor e cofundador da Valejo atua na área de Small Business com foco em programas de vendas em uma grande empresa de tecnologia.

Valter conheceu Ana por meio do programa embaixadores da Todxs Brasil — uma organização sem fins lucrativos que promove a inclusão de pessoas LGBTQIA+ na sociedade — onde ele atua como Social Engagement e foi consultor do empreendimento no início da organização em 2018. Assim, coletivamente começaram a idealizar o que seria a Valejo.

Qual é mesmo o seu propósito?

Arte: Magui

O foco mais importante desta história é entender que — muito além de Pink e de Money — a Valejo nasceu para colorir nossas vidas através da arte dos filhos do arco-íris para todes do vale.

Não é sobre simplesmente ajudar pessoas; é sobre destacá-las como elas realmente merecem, fazê-las sentir a liberdade de todas as cores que são e amam.

Somos mais do que um produto ou uma camiseta com a escrita Pride vendida em uma grande loja de departamento. Somos mais que um mês ou uma data.

Existimos para ser a real diferença em todas as áreas e ambientes, para mostrar nossa essência e nosso amor.

Quando o seu propósito é tão grande a ponto de se fundir a anos de lutas e vitórias nasce o real orgulho, aquele que o dinheiro não pode e nem deve comprar.

Lembrete

Ao longo do mês de junho, teremos mais dois artigos em comemoração ao mês do Orgulho LGBTQIA+. Fiquem ligades, porque ainda teremos muitos motivos para nos orgulhar e nos inspirarmos ao longo dessa série maravigold.

Escrito por: Rafaela Fernandes

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