Marcos 3 — Jesus: Mentiroso, lunático ou Senhor?

Thiago Holanda Dantas
vanitas
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12 min readJan 23, 2020

C.S. Lewis em seu livro “Cristianismo puro e simples”, faz a seguinte provocação:

Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus.” Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lu­nático — no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido — ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la.(LEWIS,2005,p.23)

As ações que estamos prestes a ver Jesus fazer, o colocam como um completo lunático, um demônio, alguém com sérios problemas de megalomania e mentira patológica ou de que ele estava certo sobre si mesmo — e é Senhor e Deus. Não é possível manter-se sobre o muro, ou ele é o verbo encarnado, ou é como disse Lewis, “um ovo cozido”.

A cura do homem da mão mirrada — v.1–6

Jesus não é daqueles que desiste fácil, mesmo depois de toda confusão de sua última passagem pelo templo, ele acaba indo novamente para à sinagoga no dia de sábado. Lá encontrava-se um homem com uma mão defeituosa e também seus detratores observando o que o Nazareno iria fazer. Eles observavam se Jesus curaria no sábado(v.2), para aqueles religiosos, Jesus era uma presa pronta para ser abatida, como aponta Moody: “ O verbo indica uma posição maliciosa de esperar para poder apanhar uma pessoa numa armadilha.”(MOODY.p.17)

O homem que provavelmente foi posto em um lugar de destaque, que normalmente não se assentaria, estava visível para todos que entrassem. Esse lugar estratégico foi escolhido para quando o rabino nazareno adentrasse, visse-o e tivesse que fazer algo a respeito.

O clima é de tensão. O que Jesus iria fazer? ceder à armadilha e curar àquele homem, ou dar às costas e desistir do embate? Se Jesus fosse aquele pintado pelas obras renascentistas, com sua face plácida e feições delicadas, provavelmente fingiria que não o vira, fugiria do embate e passaria de largo, pois não faria diferença curar àquele homem no sábado ou qualquer outro dia, e além disso, reacenderia a chama já acesa no último embate com os representantes do Sinédrio. Jesus pelo contrário, escolhe a primeira opção, enfrentar o desafio dos religiosos. Ele ordena que o homem se levante e vá para o meio do salão.(v.3) Jesus expõe o homem às vistas de todos, para que pudessem ver seu defeito na mão. Não temos muitas informações acerca desse homem, somente, um relato no livro apócrifo do Evangelho Segundo os Hebreus, dizendo que ele seria um pedreiro e que havia buscado Jesus por não poder exercer sua função e tinha vergonha de pedir esmolas.(BARKLEY,p.73)

Deste momento de apreensão, Jesus faz uma pergunta aos religiosos presentes: “É lícito fazer o bem ou mal no sábado?”(v.4)

Mesmo que no sábado não era lícito trabalhar e a sua violação tinha a pena de morte pela lei (Lv.20.2), e era exatamente nisso que eles procuravam acusá-lo, havia precedentes legais, para certar ações no sábado,como nos explica Bockmuehl:

Em uma disputa sobre curar no sábado, Jesus apela ao princípio halákhico da prioridade de salvar uma vida (pikkuah nefesh) ao justificar sua cura de um homem cuja mão murcha provavelmente o impedia de sustentar a si e à sua família (Marcos 3.4 par. ) “Na Mishná, o trabalho das parteiras no sábado é permitido por conta disso, assim como acender o fogo e a água fervente (m.Shab. 18.3). Enquanto curas menores são proibidas em geral, remédios podem ser administrados a alguém com dor, pois “sempre que houver dúvida de que a vida está em perigo, isso substitui o sábado””.(BARKLAY;SWEET,2013,p.268)

As curas menores eram condenadas, entretanto, aqueles religiosos sabiam que a lei judaica permitia salvar uma vida no dia do descanso. E é essa interpretação que Jesus usa. Isso fica explicitado na segunda parte da pergunta:

“…Salvar a vida ou matar?”(v.4)

Jesus com essas perguntas, faz com que todos vejam a desgraça daquele homem e tira desses religiosos o lugar de acusadores e expectadores. Jesus “vira as mesas” e faz com que eles se tornem juízes que devem decidir a coisa certa a fazer aos olhos de Deus e dos homens. Jesus restaura o sábado como dia de descanso e benção, não mais como dia de tensão e maldição, no qual, as mínimas linhas da lei deveriam ser observadas e o pavor de quebrar uma delas. De fato, Jesus veio trazer liberdade aos cativos e trazer o ano do favor do Senhor. (Lc.4.18–19)

Diante da pergunta, as bocas ficam em silêncio, mas o som inaudível dos pensamentos daqueles homens era assombroso. Pois, “responder seria prejudicial. Obviamente, fazer o mal não era permitido pela lei, e fazer o bem seria curar o homem”(MOODY,p.17). Sendo assim a melhor resposta era permanecer calado. Jesus entra no mesmo jogo e os repreende com o olhar(v.5), não um simples olhar, mas um olhar de ira(órgés). Jesus se indigna com a dureza do coração dos fariseus. O julgamento é feito em silêncio,porém, o veredito é dado pelas palavras de jesus: — “Estende a mão (v.5)”, e a mão do homem foi restaurada, com esse gesto, aquele homem estava inocente de suas acusações.

Aqueles homens que ficaram calados perante Jesus, pelas suas costas começam a planejar seu assassinato. Herodianos e Fariseus unidos com o proposito de matar esse falso rabino!

Dizem que o ódio une mais que o amor. De fato, isso se aplica a esses grupos tão diferentes. Os fariseus não sentariam à mesa com os herodianos, em nenhuma ocasião. Os fariseus eram os separados, e não entrariam em contato com gentios ou judeus que não seguissem toda a lei, e os herodianos estavam longe disso. Eles eram uma facção politico-religiosa, que aguardava a restauração do governo herodiano na Judeia, o que fazia com que tivessem contato irrestrito com romanos, sendo assim, impuros.(KEENER.2004,p.176)

Os fariseus guardavam a pureza da lei e por isso Jesus deveria ser morto, os herodianos, não queriam ter trabalho com um novo messias, que atrapalhasse seus planos de restaurar o governo de Herodes. Por isso, ambos deixaram suas desavenças de lado, para juntos, acabar com o rabino vindo da galileia. (BARKLEY, p.75)

Jesus se retira e cura muitos outros (v.7–12)

Jesus sai da sinagoga, não por medo, mas por não ser ainda sua hora. Ele vai para o outro lado do mar da Galileia. Chegando ao outro lado, vemos o tamanho da sua fama, Jesus era ao mesmo tempo odiado pelos religiosos e amado pelas multidões. Muitas pessoas vieram de muitas partes para vê-lo e ouvi-lo. De áreas próximas como Judeia e Jerusalém e longincuas como Tiro e Sidom(v.7–8). Por causa da grande multidão, Jesus pede um barco(v.9),pois as multidões o esmagavam (Thlibosin), ele havia se tornado um popstar.

Sua fama era devido as suas curas(v.10), Marcos diz que as pessoas se jogavam em cima dele, queriam que ao menos ele as tocasse.Por outro lado, eram os espíritos demoníacos antes de serem expulsos, que se prostravam diante dele e exclamavam: “Tu és o filho de Deus”(v.11). A grande ironia é que os demônios adoravam e sabiam quem Jesus era e a multidão só estava interessada na cura. Porém, Jesus fazia questão de não ter sua identidade revelada e ter sua fama entre os seres malignos.(v12) É interessante notar, que todos pareciam cegos a quem era o nazareno que comia com pecadores, menos os religiosos e os demônios, a lição que fica é que no religioso a algo demoníaco e o demônio é um religioso às avessas.

A escolha dos 12 — (v.13–19)

Jesus sobe ao monte, provavelmente próximo a Cafarnaum(MOODY,p.18), para poder escolher aqueles que o acompanhariam em sua jornada(v.13), subir à montanha era o convite para deixar a multidão e ter mais intimidade, onde poderia escolher dentre seus seguidores mais chegados,seus doze.

O número de doze homens nos salta os olhos, pela óbvia relação entre as doze tribos e os doze apóstolos de Cristo. Com isso Jesus estava demonstrando que era o Rei messiânico anunciado pelos profetas e aguardado pelos Israelitas.(BRUCE, 2007, p.48). Jesus, com isso, não apontava para um reino terreno, entretanto, essa clara relação pode ter causado confusão nos discípulos, pois acreditariam que seriam parte do novo Israel político, e Jesus seria o novo Davi que governaria. Essa suposição dos discípulos fica mais evidente quando Jesus fala que eles seriam aqueles que julgariam as tribos de Israel (Mt.19.28).

Jesus escolheu os doze (v.14), esse é o sentido trazido por nossas versões, porém, o verbo utilizado é (poiem), que significa fazer, criar( THAYER,2011), o mesmo verbo usado nos textos de Atos 2:36, Hebreus 3: 2. Sendo assim, podemos concluir que, Jesus não simplesmente escolheu os doze, mas sim, os “fez”. “Não sabemos em que consiste o processo de “fazer” no caso dos Doze”(ROBERTSON), o que sabemos é que aqueles homens foram feitos aptos para a grande obra que estava à sua frente naqueles dias sobre as montanhas.

Esses homens “formados” por Jesus são seus apóstolos, os enviados, para realizar sua obra, além do mais são sua nova família, e como uma toda boa família, tinha gente de todo jeito:

O cristianismo começou com um grupo muito heterogêneo. Nele se encontraram os dois extremos. Mateus era um coletor de impostos. Era considerado renegado e traidor de seus compatriotas. Simão o Cananeu aparece em Lucas (e a modificação é correta) como Simão o zelote; e os zelotes eram grupos guerrilheiros nacionalistas extremos juramentados para chegar, se fosse necessário, até o crime e o assassinato a fim de liberar a sua pátria do jugo estrangeiro. (BARKLAY, p.80)

Todos eram muito diferentes, o que Jesus faz escolhendo tantas pessoas de muitos lugares e culturas distintas é mostrar ali a sua futura igreja. Como aponta Bruce, “que os doze fossem a igreja em miniatura”(2007,p.51). Nos doze de Jesus, vemos a diversidade, que deve ser refletida na igreja: o publicano, o pescador, o nacionalista e o antipatriótico, todos sentados à mesma mesa. Além dos 12 “oficiais”, algumas mulheres também participavam do grupo, como Maria Madalena, Susana, e Joana (Lc. 8.1–3).

O que unia aqueles homens de experiencias de vida tão distintas? Somente uma única razão seria forte o bastante para os unir — Jesus! Ele era o centro de sua nova comunhão e não as posições políticas ou ideológicas. Logo, zelotes e publicanos, pró- império e ultra-nacionalistas poderiam conviver juntos, pois a união em Cristo era maior do que suas diferenças. Suas ideologias não poderiam resistir ao poder da mentalidade superior do evangelho de Cristo. Nesse grupo tão diverso, temos Mateus e Simão, como símbolos de posições totalmente opostas, que por amor a Cristo tiveram que abandonar suas posições contraditórias. Como já dito, Mateus era o cobrador de impostos, satisfeito com o controle do imperio Romano, tanto que trabalhava para ele. Já Simão, o zelote, queria a expulsão dos romanos e a independência judaica (LIGONIER). Não podemos esquecer do traidor, Judas Iscariotes, o homem de Queriotes, provavelmente, o único não-galileu do grupo(BRUCE, p.49). Nessa diversidade, Jesus revela seu pequeno grupo como a forma embrionária do reino-a-vir, uma amostra da igreja do futuro, onde não haveria distinção entre zelotes e publicanos, “nem judeu nem grego, circuncisão ou incircuncisão, escravos ou livres, mas somente Cristo — Ele é tudo em todos e todos estão Nele.”(BRUCE, p.51)

Nesse grupo de pessoas tão diferentes nos mostra que, “O cristianismo começou afirmando que até as pessoas das mais diversas posições devem compartilhar suas vidas e as capacita a fazê-lo, porque todos estavam vivendo com Jesus.”(BARKLAY, p.79). Jesus escolheu pessoas de ideologias,classes sociais e etnias diferentes, porém, tinham em comum a coragem para andar com Jesus, esse judeu que estava indo contra a tradição judaica, o que não era fácil. Deixaram tudo e tudo o que agora possuíam, foi dado por seu mestre, além de uma nova vida, ganharam uma mensagem(v.14) e autoridade (v.15). Essas duas coisas fizeram com que esses simples homens transformassem o mundo.

Jesus: louco ou endemoniado?(v.20–35)

Jesus e seus novos apóstolos, descem da montanha e vão para uma casa, lá chegando, a multidão novamente os persegue querendo receber algum milagre. A casa está tão cheia que não podem nem se alimentar (v.20)Quando seus parentes sabem disso, vão em busca de Jesus para o prender. Eles não estavam querendo mal a Jesus, estavam preocupados com suas últimas ações:

1- Jesus deixou de trabalhar;

2- Começou a arrumar problemas com as autoridades judaicas;

3- Começou a andar com gente de má fama.

Depois de mudança tão grande de comportamento, só podiam concluir que Jesus tinha perdido a cabeça, estava fora de si(v.21). E além do mais, temiam que os mestres da lei fizessem algo contra ele. O que fica explicito no versículo 22, quando o acusam de ter recebido autoridade para expulsar demônios… do próprio demônio! Ou seja, eles estavam acusando Jesus de ter poder sobre demônios, dado pelo demônio-chefe Belzebu!

Marcos faz notar que aqueles homens enviados de Jerusalém para averiguar o ministério de Jesus, tinham um veredito — Ele possuía demônios! Isso era grave, “Havia a crença de que falsos mestres eram inspirados pelos demônios, e por isso a pena oficial por desencaminhar o povo de Deus desta forma era a morte (Dt 13.5;18.20)(KEENER, p.150)”. Jesus é um assombro tão grande, que seus atos são confundidos com o do próprio demônio. Sua família temia por sua vida e os inimigos fazem acusações gravíssimas! Mas como Jesus iria sair dessa cilada?

Jesus pergunta: “Como Satanás expulsa Satanás?(v.23) Em outras palavras, como Satanás(inimigo) subsistiria atacando a si próprio? Sua pergunta é lógica, se o próprio Satanás atacasse seu reino ou a si próprio, ele não resistiria por muito tempo.(v.24–26) O que Jesus está fazendo na realidade, é enfraquecer Satanás, amarrando o homem forte, para derrotá-lo(v.27). Ou seja, Satanás não estava mais forte, mas suas defesas tinham sido enfraquecidas.

Após a explicação, Jesus fala que para todos os pecados há perdão, exceto, o pecado contra o espirito santo. Pelo contexto conseguimos compreender que esse pecado é a atribuição da obra do espirito santo, aos demônios.Eles se encontravam tão cegos e com seus corações tão fechados que não conseguiam ver que estavam diante do messias. Barklay comenta sobre esse caso:

“Por que não tem perdão este pecado? H. B. Swete diz: “Identificar a fonte do bem com a personificação do mal implica uma degeneração moral para a qual a própria encarnação não oferece remédio algum”.(p.86)” Diante de tamanha oposição, nenhum tipo de perdão poderia ser dado.(KEENER, p.150)

Quem é a familia de Jesus?(v.31–35)

Depois que Jesus interpela os doutores da lei, a cena iniciada no versículo 21, se desenrola nos últimos versículos do capítulo. É interessante notar como Marcos interpõe momentos de ação com diálogos. Temos a ação dos parentes querendo buscar Jesus e levá-lo para casa, por achar que tinha enloquecido, o diálogo de Jesus com os Fariseus. E depois a ação é retomada.

Como já havíamos dito, ninguém entende quem é Jesus, ou era louco ou endemoniado. Seus parentes preocupados pedem para ver Jesus do lado de fora da casa, pois não conseguiram entrar, algumas pessoas informam que sua mãe e seus irmãos o estavam procurando.(v.32)

Sua antiga família tenta se aproximar pelos laços de sangue, mas já não era o bastante, a partir desse momento, era necessário obedecer e fazer sua vontade para estar na nova família. Por isso, Jesus responde com uma pergunta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”(v.33). Jesus olha ao redor e afirma: “Esses são minha mãe e meus irmãos. Aquele que faz a vontade de Deus, é meu irmão,minha irmã e minha mãe.”(v.34–35) A declaração de Jesus faz com que aquelas pessoas que eram diferentes e vinham de vários locais,poderiam ser feitos uma familia, bastaria que obedecessem a Deus. Não era mais os laços de sangue que os uniriam, mas sim, estarem unidos ao redor da vontade de Jesus Cristo se o tivessem como Mestre e Senhor. Ele está estabelecendo uma nova base para o relacionamento, a fé e obediência a Ele.

Nesse capítulo Jesus se revela como incompreensível para os fariseus e para seus familiares, mesmo seus discípulos não tem grande entendimento de seus planos, entretanto, uma divisão é feita entre aqueles que são da familia de fé e de todos os outros que não tem compromisso com Ele. Os inimigos finalmente se revelam e mostram suas garras, mas ainda não é o momento para o embate final. O próximo capítulo desacelera um pouco e a ação fica de lado para os ensinamentos de Jesus acerca do reino.

BIBLIOGRAFIA:

BARCLAY ,J. M. G.; MCMURDO SWEET, J.P. Early Christian Thought in Its Jewish Context. Cambridge: Cambridge press. 2013

BARKLEY, W. Evangelho de Marcos. (ebook)

BRUCE,A.B. O treinamento dos doze. Rio de Janeiro: CPAD,2007

Comentário Bíblico Moody(ebook)

KEENER, C.Comentário Bíblico Atos: Novo Testamento ,Belo Horizonte: Editora Atos, 2004.

LEWIS, C.S.Cristianismo puro e simples. São Paulo:Martins Fontes, 2005

NICOL, W. Robertson, M.A., L.L.D. “Commentary on Mark 3:4”. The Expositor’s Greek Testament. https://www.studylight.org/commentaries/egt/mark-3.html. 1897–1910.

THAYER’S GREEK LEXICON, Electronic Database.Copyright © 2002, 2003, 2006, 2011 by Biblesoft, Inc. In:https://biblehub.com/greek/4160.htm

Who were twelve.In: ligonier.org/learn/devotionals/who-were-twelve/

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Thiago Holanda Dantas
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Teólogo, professor, licenciatura em filosofia, missionário e escritor de blog. instagram.com/vanitasblog . Segundo colocado da 3ª Chamada Ensaios do Radar abc2