Não usarás o nome de Deus em vão: A relação promíscua entre igreja e estado

Thiago Holanda Dantas
vanitas
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3 min readApr 25, 2020

O presidente Jair Bolsonaro usou como slogan de sua campanha política o versículo bíblico de joão 8.32, que diz: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.esse versículo revelava-o como um candidato cristão e também, mostrava seu governo como contrario à corrupção e a favor da honestidade e dos bons costumes. Esse versículo foi usado como chamariz para atrair cristãos, evangélicos e católicos, para sua campanha.

Porém, diante dos últimos acontecimentos revelados, vimos o oposto. Seu uso político dos versos bíblicos mostrou-se afiado como faca de dois gumes, pois, a bíblia tem a capacidade de esquadrinhar pensamentos e intenções e revelar o mais profundo do ser humano (hb.4.12), se a bíblia é a palavra de Deus, creio que a palavra agiu contra o mensageiro que fez uso indevido da mesma. Ele usou a palavra e ela fez o seu propósito, mostrou de fato quem era Bolsonaro, Um aproveitador e abusador da noiva de Cristo, que causou cisão e divisão no seu povo. A verdade foi revelada.

Isso é um alerta para os cristãos, pois, parece que muitos líderes evangélicos foram enredados por propostas políticas e por pretensos favores do governo.O resultado disso, é que bastou o governante dizer que é cristão ou ter uma agenda próxima àquilo aceito pelo “mainstream gospel”, que o “novo messias” já é automaticamente ungido como o salvador da pátria.

A milionária máquina evangélica, que deveria estar sendo usada para alimentar o pobre, cuidar da viúva e propagar o evangelho, é usada para promoção política, e uma relação promíscua entre política e religião, poder e fé é estabelecida. A noiva de Cristo é prostituída em troca de benfeitorias e por projeção política. Diante disso, uma pergunta deve ser feita: Como esses pastores poderão ser críticos ao governo, com uma relação tão estreita e confusa? Onde a relação profética da igreja está nesse estado de promiscuidade?

Termino com as palavras proféticas de Guilherme de Carvalho:

“Acuso, portanto, como pastor evangélico que sou, a presidência da República e o núcleo ideológico do governo do pecado de heresia, de confundir e dividir o povo de Deus, (…), para escolher entre os falsos deuses da esquerda identitária, ou os falsos deuses do bolsolavismo. Aconselho a presidência da República a mudar seus caminhos, a buscar arrependimento diante de Deus,(…) Pois pelo bem das comunidades, muitos de nós demandarão que o presidente cesse de empregar o Santo Nome de Deus em suas empreitadas, e de confundir as mentes dos Brasileiros e tão certo quanto vive o Senhor, se tal arrependimento não ocorrer, usaremos todos os meios religiosos possíveis para proteger o rebanho do Senhor contra os lobos da extrema-esquerda e da extrema-direita. Lembraremos a nossos rebanhos que o Deus do Bolsolavismo é tão falso quanto o Cristo da Mangueira.”

Escrevo com tristeza por nossa nação e igreja. Que Deus nos abençoe.

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Thiago Holanda Dantas
vanitas

Teólogo, professor, licenciatura em filosofia, missionário e escritor de blog. instagram.com/vanitasblog . Segundo colocado da 3ª Chamada Ensaios do Radar abc2