Paulo, o touro indomável

Todos caímos por terra. Então ouvi uma voz que me dizia em aramaico. ‘Saulo, Saulo, por que você está me perseguindo? Resistir ao aguilhão só lhe trará dor! Atos 26:14

Nesse texto, vemos Jesus comparar Saulo com um touro teimoso, que não queria ser domado. E Jesus era o vaqueiro domando um boi determinado. De fato, essa era a característica mais marcante de Paulo, ele era um animal selvagem incansável.

Paulo conta em sua defesa ante o Rei Agripa (At.26), que desde sua infância é um judeu que cumpre com as leis(v.5) e depois viveu como fariseu, que era a seita mais rígida do judaísmo (v.5).

Como fariseu, fez tudo e mais além pela religião que acreditava, achava que opor-se ferozmente contra o nome de Jesus, o Nazareno, seria a coisa certa a ser feita. Paulo chega a afirmar que se opunha com tanta violência que ia até o estrangeiro atrás dos cristãos(v.11)

Paulo não era movido pelo amor, mas por uma paixão pelo dever, sua ferocidade estava em acreditar que aquilo de certa forma apaziguaria seus temores e dúvidas internas, mas, mal ele sabia, que um vaqueiro mais poderoso já estava domando esse animal selvagem.

Os aguilhões com que Jesus estava ferindo esse touro bravio, eram a sua própria consciência que não achava mais sentido no judaísmo, os boatos da ressurreição de Jesus, os crentes que perseguia e matava, que mesmo correndo risco de morrer, não negavam o Cristo, e morriam em paz, como Estevão, o qual assentiu e participou do seu martírio(7.58).

Todos esses fatos revelam a luta interna de Paulo, revelando-nos que sua conversão não foi instantânea. Pois, a luz que o fez cair no chão, foi a última “ferroada” do aguilhão. O touro foi finalmente abatido do mesmo modo que um toreador lança o último golpe no animal já enfraquecido pelas muitas setas. Saulo caiu e foi domado pelo único poderoso vaqueiro que poderia fazê-lo, para não mais ser conhecido como boi bravo, mas, uma das ovelhas no curral do bom pastor.