Voltei, mas não para ficar

Diego
Ver mais… Textão!
5 min readJun 6, 2024

Recuperei meu acesso ao Medium / Dando um sinal de “vida”

Quase sete anos depois, cá estou! O objetivo deste post é dar um panorama (a quem interessar) sobre o motivo da minha ausência neste blog, qual será o destino dele e, caso eu continue produzindo algum conteúdo na internet, onde me encontrar. Adianto que será um relato introspectivo, longo e com divagações. Para facilitar, deixarei tópicos destacados para ir direto ao ponto desejado.

O Começo no Medium

Iniciei este blog em 2014 (há exatos 10 anos). Gostei do Medium por conta do visual minimalista e das ótimas fontes, que proporcionam uma experiência agradável tanto para leitura quanto para escrita. E o que mais me chamou a atenção, à época, foi o maior destaque às postagens, que aparecem de forma descentralizada (na página inicial, vemos os artigos de vários blogs misturados, mas é possível vê-los agrupados em suas respectivas páginas).

Twitter / Apelido / Nome

À época, ao invés de criar uma conta diretamente no site Medium, usei a integração com o Twitter (atual X). Lá, meu nome de usuário era @7seconds_(o acréscimo do underscore se deu quando passei meu antigo nome para banda que o inspirou: 7 Seconds). Mas o nome de exibição sempre foi “FrankCastle”.

No início dos anos 2000, era muito comum o uso de nicknames (apelidos). Não raro, baseados em algum personagem. No meu caso, “FrankCastle”, baseado no personagem Justiceiro (Punisher) das HQs. Mesmo pessoas que me conhecem pessoalmente, às vezes, me chamavam por esta alcunha.

Com o advento das redes sociais, criou-se uma superexposição narcísica e a maioria das pessoas passou a usar seus nomes reais e tirar selfies de modo compulsivo. Paralelo a isso, criou-se o estigma de que toda e qualquer pessoa que utiliza um pseudônimo ou avatar que não seja uma foto própria é um perfil fake ou troll (pessoa que se esconde atrás de um perfil “anônimo” com o intuito de insultar pessoas ou cometer alguma irregularidade).

Meu antigo avatar no Medium e nas redes sociais (ilustração de Tim Bradstreet)

Portanto, resolvi mudá-lo, a fim de evitar mal-entendidos. Por isso talvez você estranhe meu nome no lugar do habitual “FrankCastle”, ou a foto no lugar do meu antigo avatar (ver acima).

Hiato e Perda do Acesso

Por conta dos compromissos com faculdade e estágio, não foi possível conciliar este hobby, o que levou a um grande hiato nas postagens. Além disso, em 2021 decidi excluir meu Twitter e, como estava atrelada ao Medium, perdi meu acesso.

Eis que no dia 05 de junho de 2024, fiz nova tentativa e consegui logar com meu e-mail. Fiquei contente, pois tenho 27 rascunhos de postagens e ideias que estavam “presas” aqui. Elas datam de 7 anos ou mais, o que traz um ar de “túnel do tempo”, sendo uma “fotografia” de algumas reflexões que fiz à época.

A importância do blog para formação do meu pensamento atual

Colocando em perspectiva, os rascunhos supracitados em conjunto com as postagens já publicadas fazem parte das reflexões que ajudaram a formar meu pensamento atual sobre diversos temas. Em grande medida, sobre o rumo que as redes sociais tomaram e o quanto isso afeta, negativamente em minha opinião, a sociedade.

Minha saída das redes sociais tradicionais

Em 2021, decidi excluir meu perfil de diversas redes. No caso do Facebook, por conta da confusão causada por seu ambiente poluído e feeds dispersos. Sem contar a falta de privacidade, a exemplo das sugestões de contatos mútuas via dados de geolocalização compartilhados pelo WhatsApp (que, a essa altura, já pertencia à Meta).

Já o Twitter enveredou para um caminho tenebroso (e isso antes de ser adquirido por Elon Musk e mudar seu nome para X). Primeiro, com os tais “fios”, que desvirtuam o conceito basilar da rede, que são os textos sucintos (originalmente, 140 caracteres). Mas a gota d’água foi a questão de seus algoritmos, que criaram um ciclo movido por polêmicas, discussões e brigas improdutivas.

Fediverso e as redes sociais descentralizadas

Em 2022, por motivos alheios à minha vontade, migrei para o sistema operacional Linux. Com isso, tive contato com a Filosofia do Movimento Software Livre e percebi que ela abarcava não só questões atinentes a softwares, mas também ia ao encontro daquelas reflexões que fiz no ensaio Economia da Atenção — Estamos remando ou sendo levados pela correnteza?. Por conta do uso de software livre, tive contato com uma cultura diferente e conheci o Fediverso:

O conceito do Fediverso é bem diferente do que estamos acostumados hoje, mas remete justamente à Internet antes da hegemonia das redes sociais. A analogia recorrente para explicá-lo é o e-mail, que usa protocolo federado para comunicação, isso significa que um usuário do Gmail pode enviar mensagem para alguém que utiliza um endereço do UOL, por exemplo.

Com isso, temos redes similares ao Twitter, Facebook e Instagram, entre outras. Mas, ao invés de cada rede pertencer a uma única organização, temos várias instâncias (servidores) e cada um deles pertence a um grupo diferente, que pode estabelecer suas próprias regras e, mesmo assim, permite a comunicação com outras instâncias, pois utilizam um protocolo federado, chamado ActivityPub.

Deixando os detalhes técnicos de lado (até mesmo porque não os domino), o principal atrativo dessas redes é a ausência de algoritmos. Tudo funciona de maneira mais orgânica e geralmente temos um ambiente menos tóxico. Os pontos negativos são o número de usuários bem pequeno e uma certa complexidade para o novo usuário. Mas dá gosto consumir conteúdo de nosso interesse ao invés de ficar num ciclo sem fim de fofocas, brigas e polêmicas que não acrescentam em nada às nossas vidas.

Por onde estou?

Criei um LinkStack (semelhante ao Linktree, mas gratuito e open source). Nele, você encontrará os links atualizados das redes sociais que participo, blogs em que escrevo, além de indicações para outros sites e blogs.

Quanto ao Medium, apesar de gostar muito de sua interface e funcionalidade, não sei se farei novas postagens aqui. Pois não é uma plataforma Open Source e também não concordo com o paywall para leitura de alguns conteúdos.

No momento em que escrevo, estou participando do Mastodon, rede social similar ao Twitter. E comecei um blog bem minimalista chamado “Curadoria da Internet”, que está hospedado no BearBlog, plataforma gratuita e Open Source. Infelizmente, não há seção de comentários por lá. Logo, as interações podem ser feitas pelo Mastodon.

É isso. Nos vemos por aí!

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