Feedback

Matheus Carvalho
Wiki FAC
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4 min readDec 1, 2015

Resumo: Em uma organização é imprescindível a comunicação interna. E existem ferramentas organizacionais como o feedback que visam esta interlocução entre as diferentes áreas de uma empresa, nos diversos níveis hierárquico. Em uma era cada vez mais informacional, esta importante ferramenta se faz necessária no ambiente organizacional. Neste verbete, o feedback será discutido na visão dos autores: Tim O’ Sullivan, José Guimarães Mell, Frances e Roland Bee e Keith Davis. O termo será analisado desde um viés etimológico a um viés organizacional.

Histórico Conceitual:

O Feedback é um termo inglês originado das palavras feed (plural de food, que significa alimentaçao em inglês) e back (para trás), ou seja, significa voltar para trás. Essa expressão quer dizer, de um modo geral, retroalimentação ou dar resposta. O feedback tem diversas utilidades em diferentes áreas do conhecimento, como por exemplo na administração, biologia, comunicação, psicologia e engenharia elétrica. Neste verbete serão apresentados as idéias de feedback na visão dos autores:

Na biologia, o termo inglês refere-se a resposta a um estímulo biológico. Já na Engenharia Elétrica, a palavra é utilizada para se referir à realimentação de um sistema. Na área de Comunicação, a expressão originada no campo da cibernética e incorporada ao da teoria da comunicação segundo O’Sullivan (2001), é um fator importante no processo comunicacional. Após a mensagem ser enviada do emissor para o receptor, por meio de um canal, é a vez do receptor responder a esse estímulo ou ação com o feedback, no que conhecemos como comunicação de duas vias, que somente é possível, de acordo com Davis e Newstrom (2001), por causa do feedback

Em um viés organizacional, com o foco voltado para o ambiente interno, o feedback é uma resposta dada a uma ação ou comportamento de pessoas ou grupos, com o objetivo de avaliar desempenhos e com isso, otimizar o trabalho realizado.Para o autor José Guimarães Mello, o feedback:

Fundamentalmente, traduz o processo pelo qual a reação do decodificador (receptor) é transmitida ao codificador (emissor), permitindo, assim, que o emissor venha a saber como sua mensagem foi recebida. (MELLO, 2003, p. 192).

Quando pensamos no ambiente externo a organização, os feedbacks vêm do público externo, que segundo a professora da Universidade de Brasília, Elen Geraldes (2015), podem criticar, corrigir e elogiar um determinado produto, serviço e a própria imagem da organização de um modo geral.

Contudo a prática do feedback, como diz Delcia Vidal (2015), professora da Universidade de Brasília, não deve possuir nível hierárquico. Para funcionar corretamente precisa ser passado a todos os membros da empresa independente do cargo ocupado. Quando bem empregada, essa ferramenta organizacional pode trazer motivação aos funcionários, perpetuar boas práticas e alertar para práticas prejudiciais para a empresa e seus funcionários.

Moscovici (2003) fala que para o feedback ser efetivo ele precisa ter as seguintes características: descritivo, devendo haver relato dos fatos, não julgamentos; específico, indicando o fato a ser observado; compatível com as exigências do comunicador e receptor; dirigido, pontuar comportamentos passíveis de mudança; solicitado ao invés de imposto; oportuno, quanto mais próximo for a ocorrecia do evento, mais efetivo será o feedback; esclarecido, assegurar a compreensão do receptor.

Em ambiente organizacionais há um medo do ato de “dar” e “receber” feedback. O status, a imagem e a perda de independência, de acordo com a autora, podem ser um dos entraves da questão. Demonstrar inteligência e segurança são umas das características demandadas pelo ato de “dar feedback”. O temor de serem mal interpretados e das reações causadas são os principais medos (MOSCOVICI, 2003)

Para superar essas dificuldades, a autora propõe que: haja um sentimento de confiança entre o emissor e receptor, um reconhecimento de que o feedback é um processo conjunto, receber feedback sem emoções intensas, aprender a dar feedback de forma habilidosa (sem conotações emocionais) (MOSCOVICI, 2003).

Existem dois tipos de feedback: o feedback positivo e o negativo. O feedback positivo visa parabenizar um indivíduo ou equipe e incentivar práticas produtivas. Já o negativo, é o feedback que tem como objetivo “corrigir e melhorar o comportamento ou desempenho de baixa qualidade ou insatisfatório. ”, conforme os autores Roland e Frances Bee (2000) que dizem ainda que ambos os tipos da ferramenta podem e devem ser construtivos.

Em vista disso, o feedback é uma ferramenta fundamental nas organizações e para a comunicação dentro delas visto que não é só fonte de interação entre os diferentes membros de uma empresa, mas um importante método de motivação e manutenção de práticas organizacionais.

Saiba mais:

1. O passo a passo para um bom feedback:

http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Carreira/noticia/2012/06/7-passos-para-um-bom-feedback.html

2. 8 regras de ouro do feedback: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/as-8-regras-de-ouro-do-feedback

Referências

O’SULLIVAN, Tim et al. Conceitos-chave — Estudos de comunicação e cultura. Piracicaba: UNEP, 2001.

MELLO, José Guimarães. Dicionário multimídia. São Paulo: Arte & Ciência, 2003.

GERALDES, Elen Cristina. Elen Cristina Geraldes: entrevista concedida para Matheus Carvalho na disciplina Teoria da Comunicação Organizacional via email. [novembro.2015].

VIDAL, Delcia. Delcia Vidal: entrevista concedida para Enio de Andrade na disciplina Teoria da Comunicação Organizacional. [novembro.2015]

BEE, Roland; BEE, Frances. Feedback. Nobel: São Paulo, 2000.

DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento humano no trabalho: uma abordagem organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. v. 2, cap. 1. P. 3–31.

MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003. 278 p.

Autores: Matheus Carvalho e Enio Rodrigues

Este verbete foi produzido na matéria Teorias da Comunicação Organizacional do curso de Comunicação Organizacional da FAC/UnB

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Matheus Carvalho
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livre de sentido e pra sentir. filho da eternidade. paraibano e militante de esquerda.