Transformação Digital (e Cultural)

Cristiano Dianese
Via Varejo: Tecnologia

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O termo transformação digital é bem amplo e varia bastante diante de diferentes contextos, porém os desafios são sempre semelhantes.

Por ser uma transformação, subentende-se que até então a empresa vem trabalhando no modo “analógico”, ou seja, muitos processos manuais, estruturas obsoletas e deixando de aproveitar inovações tecnológicas por não estar preparada.

Um dos maiores erros de companhias que decidem se enveredar por esse caminho é logo de largada despender montes de dinheiro em tecnologias, sem levar em conta o velho conceito de: Pessoas, Processos e Ferramentas (Necessariamente nessa ordem!)

A transformação digital começa por uma transformação cultural. E esse é o primeiro é maior desafio da jornada.

Para facilitar, podemos segmentar e 5 pilares:

°Cultura
°Engajamento
°Capacitação
°Processos
°Ferramentas

Repare que dos 5 temas os 3 primeiros são referente a pessoas.

Cultura
Considere que a empresa trabalhou durante anos de uma certa forma e de uma hora para outra esse método de operação precisa mudar para se adaptar a um novo contexto.

Nada simples, principalmente levando em conta que muita gente precisa sair da zona de conforto. É definitivamente uma questão de mudar a mentalidade das pessoas para que possam compreender que existem formas diferentes e eficientes de buscar resultados melhores.

Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.

Albert Einstein

Essa mudança cultural vem ao longo do tempo, com o dia a dia.

Engajamento

Quem faz parte de um transformação, precisa querer fazer parte dela, precisa ter disposição para contribuir com uma jornada que não é muito fácil. Pessoas engajadas e motivadas promovem as mudanças e motivam umas as outras.

É comum que novos colaboradores já cheguem com o “mindset” adaptado a uma forma mais moderna de se trabalhar e essas pessoas merecem atenção especial, pois por um lado eles podem apoiar bastante na divulgação positiva da transformação, por outro lado podem ficar desmotivados ao encontrar uma empresa “imatura” à nova realidade do mercado de trabalho.

Um plano de engajamento deve mostrar os benefícios diretos que as pessoas terão, as perspectivas de futuro e o quanto elas são importantes.

Capacitação
Agora sim, falando um pouco de tecnologia, mas ainda voltado às pessoas.

Existe um universo de tecnologias disponíveis e investir em algo que que não traz resultados ou que só funciona no PowerPoint é fácil, por isso capacitar as equipes é muito importante.

São 2 aspectos a considerar.

- Definição da tecnologia.
Determinando onde se encaixa, para o que será usada e como tirar o melhor proveito. Esse tipo de definição é crucial que seja o mais assertiva possível e para isso é preciso uma equipe bem capacitada que saiba muito bem sobre o que está falando.

Essas pessoas devem sempre estar um passo a frente para que possa conhecer e avaliar tecnologias que num primeiro momento podem parecer muito distantes mas que talvez em pouco tempo vire realidade e faça a diferença.

Participar de eventos (internos e externos), workshops, proximidade com parceiros e fornecedores, muito benchmark e network são as melhores formas de capacitar um time com esse escopo de trabalho.

- Operação das tecnologias.
Como é feita a condução do dia a dia. O objetivo é fazer o melhor uso, conseguir resolver problemas no menor tempo possível e ter uma operação saudável.
O foco técnico são nos treinamentos oficiais e incentivos às certificações.

Esse time normalmente vive sob pressão, e isso ao longo do tempo tende a minar o lado emocional e a capacidade produtiva dos operadores e gestores.
Traçar um planejamento, junto com o RH, voltado a qualidade e ambiente é imprescindível para o sucesso de uma operação.

Capacitações diferentes, para equipes, com funções diferentes necessitam de de atenção e estratégias diferentes.

Processos
Existe um texto do Gartner que mostra as vantagens de empresas que possuem seus processos modularizados e flexíveis e quanto mais rápido os processos conseguem se adaptar às mudanças mais competitivo é o negócio.

E esse é o ponto, não adianta as pessoas estarem engajadas, capacitadas, ferramentas compradas se os processos não se adaptarem à nova realidade.

Não é necessário seguir a risca o que está disposto no manifesto público. Os melhores processos são aqueles adaptados à realidade e objetivos da companhia.

Dessa forma, um meio interessante de buscar conformidade entre novos processos e a transformação digital é recorrentemente buscar por gargalos ou restrições, identificar, moldar as etapas envolvidas, submeter ajustes e buscar pela nova restrição.

*Eu gosto bastante da teoria das restrições (TOC — Theory Of Constraints )

Ferramentas
Por fim, a parte de como realizar as transformações, como tornar real todos os estudos e teorias.

Falando em ferramentas, existem inúmeras possibilidades, de todos os tipos, preços, fins e etc…
Quando falamos de software, por exemplo, é possível encontrar dezenas até centenas de programas diferentes para um mesmo fim.
Tanta variedade torna a decisão complicada, é difícil dizer se está fazendo a melhor escolha.
Usar versões comunidade de softwares ajuda bastante no processo de decisão.

Consultorias de serviços que são focadas em correr o mundo buscando soluções específicas para o negócio também são importantes ferramentas.

Ondas de evolução digital segundo a Gartner

Resumindo, a transformação digital é uma jornada que vai muito além da tecnologia e essa estruturação vem se tornando a base para a evolução das organizações. Um modelo digital bem estruturado passa a ser um dos grandes alicerces das ondas de evolução que todo mercado sofre recorrentemente.

Até mais
Cristiano Dianese

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