Milão muito além do Duomo
Um local onde o novo e o antigo se misturam perfeitamente e as opções de entretenimento são numerosas.
Ser o centro financeiro e comercial de um país e, ao mesmo tempo, referência nos campos da história, arte, arquitetura, moda, luxo e design não é para qualquer cidade. E Milão, a capital da região da Lombardia, na Itália, sabe ser multifacetada. Um local onde o novo e o antigo se misturam perfeitamente e as opções de entretenimento são numerosas.
Eu tive o prazer de conhecer essa cidade em duas situações bem diferentes: uma como turista e outra como moradora local. Como turista foi em 2014 na minha lua de mel de 20 dias na Itália no qual Milão foi a última cidade do roteiro. Claro que depois de conhecer Roma, Florença, Bolonha, Siena e Veneza, quando chega em Milão depois de todas essas outras cidades você fica até um pouco decepcionado. E é justo! Mas costumo dizer que cada cidade da Itália tem uma beleza própria e que nenhuma pode se comparar a outra. Mas hoje como moradora penso que Milão é a melhor cidade da Itália para se viver. A cidade é uma das mais caras do país, mas é também aquela que oferece a melhor infra-estrutura, o transporte é de qualidade e os serviços, considerando o padrão italiano, também são uns dos melhores.
Quando pergunta para alguém “O que você sabe sobre Milão?” a maioria responde “Ah tem o Duomo, a Galeria Vittorio Emanuele e é a capital da moda!”. Mas posso afirmar que Milão é muito mais do que isso e eu vou provar para vocês!!!
Duomo e Galeria Vittorio Emanuele
O Duomo de Milão é considerada a terceira maior catedral do mundo, depois da Basílica de São Pedro no Vaticano e da Catedral de Sevilha. A construção começou em 1386, da parte de trás para frente e foi completada em 1813. Tem 135 agulhas e 3.400 estátuas. A enorme estátua de bronze folheada a ouro que está no ponto mais alto do cúpula, ou o Duomo, é a Madonnina (Madonna Assunta) que é o símbolo da cidade.
A Galeria Vittorio Emanuele foi construída entre 1865 e 1877 com teto de ferro e vidro, foi pensada para ser um luxuoso corredor coberto que unisse a Praça Duomo e a Praça Scalla. Em agosto de 1943 durante a Segunda Guerra Mundial a Galeria não foi poupada dos bombardeios ingleses e foi quase que completamente destruída junto com outros edifícios da cidade. A reconstrução dos anos seguintes trouxe de volta todo o seu esplendor.
Castelo Sforzesco
Ele atravessou guerras, disputas, demolições, reconstruções, restaurações e obras de embelezamento e hoje é uma das atrações imperdíveis de Milão. O nome do castelo é uma referência a Francesco Sforza, que no século XV decidiu reconstruí-lo. Mas na verdade a sua origem é ainda mais antiga: sua base começou a ser construída na segunda metade do século XIV por vontade de Galeazzo II Visconti.
A Última Ceia, de Leonardo da Vinci
Uma das maiores e mais conhecidas obras de arte do mundo está em Milão e muuuuita gente não sabe disso. É um afresco pintado entre os anos de 1495 e 1498 no convento de Santa Maria delle Grazie que retrata um momento bíblico: os 12 discípulos com Jesus Cristo em uma mesa durante a histórica última ceia, momentos antes de Judas trair o Messias.
Planeje-se! A visita requer um agendamento antecipado que pode ser feito pelo site.
Quadrilátero da Moda
Ou também conhecida por Quadrilátero do Ouro é um dos centros de compras mais famosos do mundo e é formado por quatro principais ruas: Via Montenapoleone, Via della Spiga, Via Manzoni e Corso Venezia. É aqui que estão concentradas as grandes joalherias, as boutiques de alta moda, as lojas de design, hotéis sofisticados e restaurantes badalados. Todas as marcas de grife estão aqui: Armani, Versace, Louis Vuitton, Gucci, Prada, Dolce&Gabbana, Valentino, Chanel, Hermès, Tiffany, Cartier, Salvatore Ferragamo, Dior, Burberry e etc.
Deixe-se inspirar por estas vitrines de luxo, enquanto observas a elegância e extravagância dos clientes destas lojas.
Mas se você procura lojas mais populares a grande pedida é Corso Buenos Aires. Por fim, se buscar peças mais exclusivas, descoladas e vintage seu lugar é na Corso Ripa de Porta Ticinese.
Pinacoteca de Brera
Este edifício barroco situado no charmoso bairro de Brera abriga um rico museu e uma das mais famosas instituições culturais milanesas, a prestigiosa Academia de Belas Artes. Ainda hoje é a maior coleção de arte da cidade, com obras do século 13 ao século, incluindo Caravaggio, Bramantino, Piero della Francesca, Raffaello, Bellini, Mantegna, entre outros.
Bairro de Brera
É um dos bairros mais antigos de Milão. Contem várias galerias de artes, lojinhas estilosas, e a noite é muito movimentado por ter vários restaurantes e barzinhos legais.
Basílica de Sant’Ambrogio
É a segunda igreja mais importante de Milão e é dedicada ao santo padroeiro da cidade, Ambrósio. Tem suas origens no século IV e é um dos símbolos do cristianismo na cidade.
Igreja de San Maurizio al Monastero Maggiore
Apesar da aparência externa simples a igreja é considerada a Capela Sistina de Milão, com afrescos do século XVI que revestem todo seu interior. Não tenha pressa e aprecie cada centímetro das duas partes da igreja: a dedicada às freiras de clausura na parte de trás e a dianteira, dedicada aos fiéis com a contra-fachada pintada pelo professor de Caravaggio, o quase desconhecido (mas talentosíssimo) Simone Peterzano.
Teatro Scala
Quem passa na frente não imagina o quanto é belo por dentro. Se você não está disposto a gastar uma grana para assistir à um espetáculo, pode ir durante o dia conhecer seu museu e deslumbrar-se com o visual da sala e seu lindo lustre de Murano.
Caminhar pelo Parque Sempione até o Arco della Pace
O Parque Sempione fica logo atrás do Castelo Sforzesco, funcionando como o bosque particular da família Visconti na Idade Média. Antes tratado como local de caça para os hóspedes da poderosa família que dominou Milão, a área conta hoje com belos jardins, fontes e lagos. Na ponta oposta do parque encontra-se o Arco della Pace, uma espécie de Arco do Triunfo milanês, construído por Napoleão como comemoração à sua chegada na cidade.
Cemitério Monumentale
Não deixe essa atração de lado por ser simplesmente um cemitério. Na Europa em geral esses são locais de grande acúmulo de obras de arte e merecem uma visitinha. O grande cemitério de Milão, por exemplo, é conhecido como um “museu ao ar livre”. Você certamente se surpreenderá com a beleza dos túmulos de alguns personagens famosos da história italiana.
Ver o pôr-do-sol nos Navigli
A região do Naviglio Grande é muito bonita, romântica e animada para se conhecer. A noite tem diversos bares e restaurantes charmosos para tomar um Splitz. A união de dois dos mais famosos canais de Milão, os navigli, forma um antigo embarcadouro — o Darsena — que hoje se transformou num ponto de encontro e curtição, tanto para locais quanto para turistas.
Colunas de San Lorenzo
Fica em frente à bela Basílica com o mesmo nome, também são um ponto de encontro noturno para os jovens de Milão e o lugar de partida para uma longa noite de festa com amigos.
Estádio San Siro
Um dos templos do futebol italiano, casa de dois grandes times italianos: o Inter e o Milan. Até para quem não é amante de futebol vale a pena fazer uma visita. A curiosidade do estádio fica por conta de seu nome, abordado de forma diferente por cada torcida da cidade, o que dá o tom da rivalidade desse confronto centenário. Como milanista (torcedor do Milan) você chama-o de San Siro. Como interista (torcedor da Internazionale), é sempre Giuseppe Meazza, o nome original da arena. Mas não se confunda, mesmos com nomes diferentes o palco sagrado é o mesmo.
Igreja de San Satiro
Quem visita esta igreja aprecia a ilusão de ótica que permitiu criar uma abside falsa em um espaço de menos de 1 metro. O restante da igreja também vale cada minuto passado dentro dela.
Praça Affari
Com sua irônica escultura a frente da sede da Bolsa de Valores onde trabalham centenas de banqueiros.
Garibaldi
Ao lado da Porta Garibaldi tem o empório gastronômico mais famoso do mundo, o Eataly. Caminhe pela Corso Como e não deixe de entrar e conhecer uma das lojas mais bonita da cidade, a Concept Store 10 Corso Como. Mais a frente está a praça Gae Aulenti com atmosfera futurista, com enormes arranha-céus e com vista para o lindo Bosco Verticale.
Igreja de San Bernadino alle Ossa
É uma pequena igreja pouco conhecida no centro de Milão, decorada com ossos humanos. O ossário original foi construído no início de 1200 para acolher os restos do cemitério vizinho, então insuficiente em tempos de Peste Negra na Europa.
Estação Centrale
É uma das maiores e mais monumentais estações da Europa. Inspirada pelo modernismo no princípio do século XX, a estação possui uma mistura de estilos, entre os quais se destacam especialmente o Art Nouveau e o Art Decó. O projeto era muito mais simples durante seu início e avançou lentamente enquanto se convertia em uma majestosa construção depois da chegada ao poder de Mussolini, que pretendia que a estação representasse o grande poder do regime fascista.
Passear com o bondinho histórico
O bondinho da linha 1 (Greco/Piazza Castelli) é um daqueles tradicionais dos anos 30, todo de madeira por dentro e que são um dos símbolos dessa cidade. O ideal é pegá-lo próximo à estação central e passar por alguns dos principais pontos turísticos, descendo atrás do Arco della Pace, depois do Parco Sempione.
Fazer um autêntico aperitivo (happy hour) milanês
O “aperitivo” é uma tradição imprescindível para os habitantes de Milão, pelo que muitos locais, ao final da tarde, oferecem a oportunidade de comprar uma bebida e desfrutar de um pequeno buffet com uma grande variedade de alimentos. Os jovens usam este momento como desculpa para encontrar-se e jantar juntos. Imite-os!
Se todos os caminhos levam a Roma, Milão leva a todos os lugares! Próximo a Milão tem muitas cidades bonitas e interessantes que permitem passeios rápidos, os famosos bate-e-volta. Dentre eles o Lago de Como, a belíssima Turim, a Verona de Romeu e Julieta, o Lago de Garda, Bérgamo, Pavia, Parma, Monza e até mesmo Veneza. Sem contar o fato de ser cercada pelos Alpes Italianos, do ladinho da fronteira com a Suíça.